segunda-feira, 21 de abril de 2014

África e Brasil superam Ártico em petróleo e gás

África e Brasil superam Ártico em petróleo e gás

Segundo DNV GL, empresas irão precisar de 15 a 20 anos para prospectar reservas no Ártico devido ao clima inóspito

Tripulação trabalha em uma plataforma de petróleo da Petrobras na Baía da Guanabara, em Niterói
Tripulação trabalha em uma plataforma de petróleo: perspectivas de produção de petróleo no Brasil aumentaram desde a descoberta, em 2007, das reservas do pré-sal
Londres - África e Brasil são áreas mais atraentes para a exploração de petróleo e gás do que o Ártico, onde as empresas irão precisar de 15 a 20 anos para prospectar reservas devido ao clima inóspito, disse o presidente-executivo da norueguesa DNV GL, Henrik Madsen.


A DNV GL é uma das maiores empresas mundiais de certificação, inspeção, teste e aconselhamento para as indústrias marítima, de petróleo, gás e energia renovável. Estima-se que o Ártico contenha 20 por cento das fontes ainda não descobertas de hidrocarbonetos.
O derretimento do gelo por conta do aquecimento global criou oportunidades no local para empresas de petróleo e gás, mas elas ainda enfrentam elevados custos e riscos em um momento no qual a maioria das empresas do setor está cortando gastos.
"Qualquer produção significativa está de 15 a 20 anos adiante, exceto na península de Yamal, mas esta é em terra", disse Madsen em entrevista. "Acho que há áreas mais atraentes no mundo, como a África, e talvez o Brasil. Também muito óleo de xisto por aí." Na península de Yamal, norte da Rússia, a produtora de gás russa Novatek está desenvolvendo um projeto de gás natural liquefeito (GNL) avaliado em 27 bilhões de dólares com o grupo de energia francês Total e a China National Petroleum.
Na África, enquanto isso, técnicas sísmicas aperfeiçoadas e a abertura de mais países para a presença de empresas internacionais aumentaram as área prestes a produzir petróleo.
Uganda, Quênia, Gana e Níger estão entre os países com novos campos de petróleo que podem produzir mais de 100 mil barris por dia até o fim da década, enquanto Moçambique e Tanzânia estão empatados na corrida para ser a primeira nação a exportar gás do leste africano, disse Madsen.
As perspectivas de produção de petróleo no Brasil aumentaram desde a descoberta, em 2007, das reservas do pré-sal, estimadas em 35 bilhões de barris de óleo equivalente recuperável, mais do que o dobro das reservas brasileiras atuais.
Desde meados do ano passado, a maioria dos produtores integrados de petróleo e gás anunciou reduções em seus programas de investimento de capital.
"Todas as grandes empresas de petróleo estão um pouco mais cautelosas agora no tocante a projetos de grande capital em áreas difíceis, sendo o Ártico uma delas", afirmou Madsen.
"Em termos de risco, com certeza é possível trabalhar de maneira segura e sustentável, mas tem que ser um passo de cada vez".

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