Algumas gemas possuem uma
curiosa propriedade, chamada chatoyance, palavra francesa
que significa olhar de gato. Trata-se de uma faixa luminosa
que parece flutuar sobre a gema e que se desloca quando
ela é movimentada.
Entre as pedras preciosas que exibem esse fenômeno, uma das mais comuns é o olho-de-tigre. Nesse caso, a faixa luminosa é devida à reflexão da luz em feixes de fibras onduladas. |
Asterismo com estrela de 6 pontas Fonte: Gemas do Mundo, de Walter Schumann |
O olho-de-gato com chatoyance Fonte: Gemstones, da Sterling Publishing |
O olho-de-tigre sempre
foi considerado um quartzo que se formou por pseudomorfose
sobre crocidolita. Isso significa que a crocidolita, o mineral
original, que é fibrosa, teria tido sua composição
alterada, passando a ser um quartzo, mas mantendo a estrutura
original, daí o nome pseudomorfose (falsa forma).
Em artigo publicado em 2003, Peter Heaney & Donald Fisher
mostraram, porém, que a chatoyance, nesse caso, resulta
da formação simultânea de quartzo e
crocidolita em fraturas, durante várias fases, com
pequenos deslocamentos dos blocos fraturados entre uma fase
e a seguinte. Há casos em que o mineral mostra chatoyance não por ter uma estrutura fibrosa, mas sim por possuir cavidades tubulares muito finas e paralelas. É o caso do olho-de-gato, variedade de crisoberilo, que tem 25.600 dessas cavidades por centímetro. Nele, a faixa luminosa é mais nítida que no olho-de-tigre. |
Como o olho-de-gato é uma das gemas mais valiosas,
muitas vezes chamam-se assim outras pedras preciosas que
têm chatoyance, o que não é correto.
Se uma turmalina, por exemplo, mostra chatoyance, ela
pode ser chamada de turmalina olho-de-gato, mas não
de olho-de-gato apenas.
Se a gema mostra mais de uma faixa luminosa, tem-se um caso particular de chatoyance, chamado asterismo (do latim aster, estrela). Ele pode ser visto por exemplo, no rubi e na safira. |
Chatoyance em olho-de-gato |
Rubi com chatoyance Fonte: Gemstones, da Sterling Publishing |
alexandrita |
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