O Caminho das Pedras Preciosas.
No grupo, um total de trinta excursionistas, havia alunos
da escola e outros interessados em gemas, entre os quais
duas geólogas e um avaliador de gemas residentes
em São Paulo (SP). A coordenação
do evento ficou a cargo do designer e joalheiro César
Cony, diretor da Escola, e nós participamos
como seu professor de Gemologia e guia técnico.
Essa viagem de
estudos começa em Porto Alegre (RS) e a primeira
parada é na Escola
de Lapidação do Senai, em Soledade.
Ali, os visitantes conhecem todas as fases do processo
de lapidação das pedras preciosas,
tanto da lapidação manual quanta da
mecanizada. A visita seguinte é a uma das
grandes empresas produtoras, beneficiadoras e exportadoras
de gemas instaladas naquela cidade.
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geodo de ametista na rocha, na parede de uma galeria |
geodo de cristal-de-rocha com quase 5 m de altura |
Os excursionistas
vêem como são serrados e preparados
para venda os belos geodos
de ametista, ágata
e citrino,
além de poder admirar (e comprar) gemas e
outros minerais procedentes de vários estados
e também de outros países. Esta vez,
tiveram a oportunidade de ver um geodo de cristal-de-rocha
procedente do Uruguai, que não se destaca
pela beleza, mas que tem dimensões simplesmente
gigantescas. Ele mede quase 5 m de altura e é
formado por milhares de pequenos cristais de quartzo
incolor.
De Soledade, o grupo deslocou-se para Frederico Westphalen onde pernoitaram. No dia seguinte, foram à cidade de Ametista do Sul, bem no centro da maior área produtora de ametista do mundo, atravessando de balsa o rio da Várzea. |
Nesse município, que tem 80% de sua arrecadação provenientes da extração de ametista, visitaram o belo Ametista Parque Museu. Além dos belos minerais do acervo, o museu oferece aos visitantes a oportunidade de conhecer um antigo garimpo subterrâneo, percorrendo 200 m de galerias. Elas mostram, em suas paredes, como a ametista, a ágata e o cristal-de-rocha aparecem na natureza e como são dali extraídos e transportados para a superfície. |
grande geodo de citrino à venda em Soledade (RS) |
parede revestida de ametista, com algumas drusas de citrino, na Igreja de São Gabriel |
Após o almoço,
uma atração extra, não prevista.
Descobrimos um depósito de rejeitos de ametista
no pátio de uma residência e, em contato
com o proprietário, obtivemos dele autorização
para que os visitantes garimpassem ali. Embora se
tratasse de material sem valor comercial, para curiosos
e colecionadores foi uma festa ! Todos levaram o
que puderam, coletando também algumas drusas
de quartzo incolor,
calcita e citrino.
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A seguir, visitou-se a igreja
de São Gabriel, ainda em Ametista
do Sul. Esse templo foi todo revestido, no ano
passado, com 15 toneladas de drusas de ametista, intercaladas
com algumas drusas de citrino e de calcita branca, dando
um aspecto bonito e original às paredes. O altar
é uma mesa apoiada sobre dois geodos
de ametista. Ao seu lado, um curioso geodo dessa
mesma gema, serrado ao meio, lembra duas pessoas com a
cabeça e as mãos voltadas para o céu,
como se suplicassem ajuda.
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geodo cortado ao meio que lembra duas pessoas erguendo as mãos aos céus |
César Cony na igreja de São Gabriel |
Na praça em frente
à igreja, a última atração do
passeio: quatro paredes de alvenaria, com 2 m de altura,
também revestidas parcialmente, no lado interno,
por ametista, sustentam
uma grande pirâmide de vidro com a cor da ametista,
sob a qual os visitantes podem ficar para se energizar ou
meditar.
Essa viagem é muito interessante e certamente agradará muito a quem gosta de pedras preciosas ou de coisas diferentes da natureza. Grupos menores podem ficar hospedados em Ametista do Sul. |
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