segunda-feira, 14 de abril de 2014

O Caminho das Pedras Preciosas

O Caminho das Pedras Preciosas. No grupo, um total de trinta excursionistas, havia alunos da escola e outros interessados em gemas, entre os quais duas geólogas e um avaliador de gemas residentes em São Paulo (SP). A coordenação do evento ficou a cargo do designer e joalheiro César Cony, diretor da Escola, e nós participamos como seu professor de Gemologia e guia técnico.
Essa viagem de estudos começa em Porto Alegre (RS) e a primeira parada é na Escola de Lapidação do Senai, em Soledade. Ali, os visitantes conhecem todas as fases do processo de lapidação das pedras preciosas, tanto da lapidação manual quanta da mecanizada. A visita seguinte é a uma das grandes empresas produtoras, beneficiadoras e exportadoras de gemas instaladas naquela cidade.

geodo de ametista na rocha, na parede de uma galeria

geodo de cristal-de-rocha com quase 5 m de altura
Os excursionistas vêem como são serrados e preparados para venda os belos geodos de ametista, ágata e citrino, além de poder admirar (e comprar) gemas e outros minerais procedentes de vários estados e também de outros países. Esta vez, tiveram a oportunidade de ver um geodo de cristal-de-rocha procedente do Uruguai, que não se destaca pela beleza, mas que tem dimensões simplesmente gigantescas. Ele mede quase 5 m de altura e é formado por milhares de pequenos cristais de quartzo incolor.

De Soledade, o grupo deslocou-se para Frederico Westphalen onde pernoitaram. No dia seguinte, foram à cidade de Ametista do Sul, bem no centro da maior área produtora de ametista do mundo, atravessando de balsa o rio da Várzea.

Nesse município, que tem 80% de sua arrecadação provenientes da extração de ametista, visitaram o belo Ametista Parque Museu.

Além dos belos minerais do acervo, o museu oferece aos visitantes a oportunidade de conhecer um antigo garimpo subterrâneo, percorrendo 200 m de galerias. Elas mostram, em suas paredes, como a ametista, a ágata e o cristal-de-rocha aparecem na natureza e como são dali extraídos e transportados para a superfície.

grande geodo de citrino à venda em Soledade (RS)

parede revestida de ametista, com algumas drusas de citrino, na Igreja de São Gabriel
Após o almoço, uma atração extra, não prevista. Descobrimos um depósito de rejeitos de ametista no pátio de uma residência e, em contato com o proprietário, obtivemos dele autorização para que os visitantes garimpassem ali. Embora se tratasse de material sem valor comercial, para curiosos e colecionadores foi uma festa ! Todos levaram o que puderam, coletando também algumas drusas de quartzo incolor, calcita e citrino.
A seguir, visitou-se a igreja de São Gabriel, ainda em Ametista do Sul. Esse templo foi todo revestido, no ano passado, com 15 toneladas de drusas de ametista, intercaladas com algumas drusas de citrino e de calcita branca, dando um aspecto bonito e original às paredes. O altar é uma mesa apoiada sobre dois geodos de ametista. Ao seu lado, um curioso geodo dessa mesma gema, serrado ao meio, lembra duas pessoas com a cabeça e as mãos voltadas para o céu, como se suplicassem ajuda.

geodo cortado ao meio que lembra duas pessoas erguendo as mãos aos céus

César Cony na igreja de São Gabriel
Na praça em frente à igreja, a última atração do passeio: quatro paredes de alvenaria, com 2 m de altura, também revestidas parcialmente, no lado interno, por ametista, sustentam uma grande pirâmide de vidro com a cor da ametista, sob a qual os visitantes podem ficar para se energizar ou meditar.
Essa viagem é muito interessante e certamente agradará muito a quem gosta de pedras preciosas ou de coisas diferentes da natureza. Grupos menores podem ficar hospedados em Ametista do Sul.
O único hotel da cidade é bastante simples, mas, em compensação, pode-se ir por Planalto, dispensando a travessia de balsa. Só que esta é outra atração desse passeio.

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