sábado, 26 de abril de 2014

Europa busca o gás do folhelho americano

Europa busca o gás do folhelho americano
As ameaças da Rússia de cortar o abastecimento de gás da Ucrânia são suficientemente sérias para abalar a confiança dos europeus. Afinal os gasodutos russos passam, em primeiro lugar, pela Ucrânia. A russa Gazprom supre mais do que 25% de toda a demanda do continente europeu de gás natural, um volume imenso que pode simplesmente sumir.
É com essa ameaça na mente que os líderes europeus se voltam aos Estados Unidos onde está uma possível solução para os seus problemas.
Os Estados Unidos deverão, no curto prazo, exportar o seu carvão para a Europa. O carvão americano se tornou pouco competitivo devido aos baixíssimos preços do gás de folhelho. Os europeus, por sua vez, viram as suas minas de carvão fechar, a medida que as reservas se exauriram. É natural que eles aproveitem o excesso de carvão americano no momento da crise.
Já a possibilidade de uma exportação de grandes volumes de gás liquefeito dos Estados Unidos, no momento, é inexistente. Os americanos ainda estão aumentando a produção de gás com o objetivo de uma tão esperada autossuficiência, que está perto. Só após 2017 é que os americanos terão condições de enviar grandes quantidades de gás para a Europa. Para atingir esse feito enormes investimentos em turbinas, gasodutos e unidades de refrigeração deverão ser feitos. Hoje já existem mais de 3.000 pessoas trabalhando nesse projeto que permitirá a exportação do gás dos folhelhos, ou xistos como os brasileiros costumam erroneamente chamar essas rochas.
Somente a planta da Cheniere Energy, em Houston, com custos superiores a 7 bilhões de dólares,  poderá enviar mais do que 17% do que a Rússia exporta para toda a Europa.  Hoje, nos Estados Unidos existem mais de 20 projetos de grande porte para a exportação de gás de folhelho. Esse enorme investimento, acima de 100 bilhões de dólares, mostra o que muita gente aqui no Brasil não quer enxergar: o gás dos folhelhos é, realmente, a maior revolução energética dos Estados Unidos desde a descoberta do petróleo.
Enquanto as autoridades do Governo e a Petrobras continuam sem uma política de investimento e desenvolvimento para as imensas reservas brasileiras de gás e óleo do xisto os americanos revertem a sua dependência, baixam os custos locais, viabilizam o aço e novas indústrias e passam a ser exportadores de energia. Tudo isso em poucos anos.

Se não fosse pela produção do gás dos folhelhos os Estados Unidos estariam importando hoje (fonte: Governo Americano) 10 bilhões de pés cúbicos de gás natural por dia... Em 5 anos os Estados Unidos estarão exportando essa mesma quantidade de gás...nada mal para uma riqueza que uma década atrás estava no chão.
Os europeus, também, começam as pesquisas nos seus jazimentos de folhelhos em busca de gás e óleo.

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