segunda-feira, 21 de abril de 2014

Minério de ferro: custos mais altos e teores mais baixos poderão extinguir as minas chinesas

Minério de ferro: custos mais altos e teores mais baixos poderão extinguir as minas chinesas
Como competir no mundo mineral? A resposta continua a mesma: com custos baixos e alta qualidade.
Conforme estamos discutindo, há alguns anos, aqui  esta é a única forma de um minerador garantir a sua existência no futuro.



Não basta ser grande, é preciso ser competitivo. E isso, os chineses, mineradores de minério de ferro, não são.
A cada dia que passa as minas chinesas lavram um minério mais pobre com um custo mais elevado.
Em matéria publicada pela Reuters, um representante sênior da Associação das Minas e Metalúrgicas da China declarou que a única solução para os mineradores pequenos e médios é o corte de custos. Segundo ele os teores médios das minas chinesas estão em 21,5% de ferro.
Isso não é necessariamente ruim, afinal os americanos lavraram os seus taconitos de 19 a 21% de ferro por mais de cem anos. No entanto, teores mais baixos implicam em maiores custos para fazer um concentrado competitivo. É isso que está matando os chineses: o custo final por tonelada de produto médio, está em US$105 por tonelada. Proibitivo, pois não há como competir com os brasileiros e australianos que colocam concentrados de qualidade nos portos chineses abaixo de US$60/t .
Este número sempre foi um motivo de grande especulação e era estimado acima de US$90/t. Mas,  quando a informação vem de um executivo de alta patente da Associação das Minas e Metalúrgicas da China, ela passa a ser considerada como muito fidedigna.

Não há como negar, com esses custos os chineses estão condenados ao desaparecimento.
Mesmo assim eles lutam, investem menos na concentração, cortando os custos o mais possível, e injetam, nos seus fornos, um concentrado de baixíssima qualidade. Estes concentrados criam uma poluição intensa do ar e do meio ambiente que, agora, é palavrão na China.
A redução de custos implica em um menor controle de qualidade que, no final, afeta a própria qualidade do aço chinês. É uma situação tipo catch 22: um paradoxo onde não existe solução qualquer que seja a estratégia adotada.

Só restará um único caminho: o fechamento das minas pouco competitivas e a aquisição de novas minas no exterior.


Foto: pelotas de concentrado de taconitos, a forma como os americanos aproveitaram o minério de baixa qualidade...tudo que os chineses não podem fazer por aumentar, mais ainda os custos operacionais.

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