Vale passa a controlar nova tecnologia de ferro gusa
Alguns anos atrás uma empresa chamada Tecnored
desenvolveu um processo de produção de ferro gusa altamente inovador.
Tratava-se do processo Tecnored que usava um forno menor com mais baixa
temperatura e, o que é muito importante, poderia queimar não só o coque,
mas carvão vegetal, finos de carvão, biomassa e até resíduos de pneus. O
forno Tecnored era tudo que os produtores de gusa do Brasil queriam
ter. Custos muito inferiores, um tempo de permanência 12 vezes menor e
flexibilidade, muita flexibilidade. O forno ficou em operação por algum
tempo para que os interessados pudessem estudar e encomendar.
No entanto, assim que viu a chegada de uma séria concorrência, onde os
guseiros iriam produzir um gusa muito mais barato a Vale entrou no
negócio e comprou 37% da Tecnored em 2009.
A partir desse momento a Tecnored/Vale parou de vender o forno para os
interessados e a possível competição nunca chegou a ocorrer. Com isso a
produção de gusa no Brasil involuiu décadas até chegar no ponto onde,
praticamente todos os
guseiros de Marabá e Açailândia simplesmente quebraram. Será que com o
Tecnored eles teriam uma chance? Possivelmente!
Finalmente, hoje o CADE aprovou a tomada do controle da Tecnored pela
Vale que irá comprar 31,79% do capital social detidos pelo BNDES.
Talvez agora a Vale possa produzir gusa em maiores quantidades, para
exportação, como sugerido, várias vezes, pelo Portal do Geólogo. Pelo
menos, já que ela não libera a compra dos fornos para os guseiros
brasileiros, ela poderá maximizar as suas exportações, que são, na
maioria, de minério sem nenhum valor agregado...
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