China inicia a maior revolução energética da história do Homem
Pressionada pelas sequelas de uma matriz energética a
base de carvão que asfixia e mata seus próprios habitantes e causa à
poluição atmosférica mais agressiva do planeta, a China se vê forçada a
mudar.
Não será fácil substituir o carvão derivado de milhares de minas e que é
o principal combustível das termoelétricas, residências e indústrias do
gigantesco país. É um processo que demandará anos de cuidadoso
planejamento e de gigantescas aquisições, importações e mudanças.
Mas a palavra gigante é quase um sinônimo da China. Lá quase tudo é sempre precedido de um aumentativo.
E é através de um gigantesco negócio que a China começa a virada do jogo energético.
Os
presidentes Putin e Xi Jianping assinaram, hoje, o maior contrato da
história da energia mundial. Através deste instrumento, de US$400
bilhões, a Rússia deverá fornecer gás natural para a China, através de
um gasoduto de milhares de quilômetros, que irá transportar um volume de
38 bilhões de metros cúbicos de gás por ano por, no mínimo, 30 anos.
É um meganegócio que coloca em risco o suprimento de gás da Europa, pois
a partir do momento em que a Rússia tem um cliente deste tamanho, os
Estados Unidos e a Europa perdem o poder de barganha que tinham até
ontem.
O gás será enviado pela gigante russa Gazprom que planeja receber US$350
por 1.000m3 de gás, um preço similar ao que é cobrado aos europeus em
contratos de longa duração.
Ganham as duas partes, especialmente os chineses que poderão substituir o
carvão por uma fonte de energia muito mais limpa. O gasoduto estará em
operação a partir de 2018. Até lá serão investidos um CAPEX de 20
bilhões de dólares.
Mas as notícias não param por aí.
A China planeja acelerar a construção de plantas movidas a energia solar
com uma capacidade estimada em 70 gigawatts, até 2017. Só para efeito
de comparação a maior hidroelétrica 100% brasileira, a Usina de Tucuruí
no Pará, tem uma capacidade instalada de 8 gigawatts...
A China também planeja instalar 150 gigawatts de energia eólica até 2017
e 11 gigawatts derivados da biomassa. Em paralelo serão construídas
hidroelétricas com uma capacidade total de 330 gigawatts.
Se você pensa que a coisa parou por aí pode mudar de ideia, pois o plano
de exploração do folhelho para a extração de gás é outro mamute que mal
está no nascedouro.
Trata-se de uma estratégia grandiosa, de uma verdadeira revolução
energética, sem paralelo no mundo. Os frutos desses imensos
investimentos serão colhidos a partir de 2017, adicionando imensas
fontes de energia limpa que reduzirão a dependência chinesa do carvão ao
mesmo tempo em que tornará a China na maior potencia energética do
mundo.
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