quarta-feira, 21 de maio de 2014

China inicia a maior revolução energética da história do Homem

China inicia a maior revolução energética da história do Homem
Pressionada pelas sequelas de uma matriz energética a base de carvão que asfixia e mata seus próprios habitantes e causa à poluição atmosférica mais agressiva do planeta, a China se vê forçada a mudar.
Não será fácil substituir o carvão derivado de milhares de minas e que é o principal combustível das termoelétricas, residências e indústrias do gigantesco país. É um processo que demandará anos de cuidadoso planejamento e de gigantescas aquisições, importações e mudanças.
Mas a palavra gigante é quase um sinônimo da China. Lá quase tudo é sempre precedido de um aumentativo.

E é através de um gigantesco negócio que a China começa a virada do jogo energético.

Os presidentes Putin e Xi Jianping assinaram, hoje, o maior contrato da história da energia mundial. Através deste instrumento, de US$400 bilhões, a Rússia deverá fornecer gás natural para a China, através de um gasoduto de milhares de quilômetros, que irá transportar um volume de 38 bilhões de metros cúbicos de gás por ano por, no mínimo, 30 anos.

É um meganegócio que coloca em risco o suprimento de gás da Europa, pois a partir do momento em que a Rússia tem um cliente deste tamanho, os Estados Unidos e a Europa perdem o poder de barganha que tinham até ontem.

O gás será enviado pela gigante russa Gazprom que planeja receber US$350 por 1.000m3 de gás, um preço similar ao que é cobrado aos europeus em contratos de longa duração.
Ganham as duas partes, especialmente os chineses que poderão substituir o carvão por uma fonte de energia muito mais limpa. O gasoduto estará em operação a partir de 2018. Até lá serão investidos um CAPEX de 20 bilhões de dólares.

Mas as notícias não param por aí.

A China planeja acelerar a construção de plantas movidas a energia solar com uma capacidade estimada em 70 gigawatts, até 2017. Só para efeito de comparação a maior hidroelétrica 100% brasileira, a Usina de Tucuruí no Pará, tem uma capacidade instalada de 8 gigawatts...

A China também planeja instalar 150 gigawatts de energia eólica até 2017 e 11 gigawatts derivados da biomassa. Em paralelo serão construídas hidroelétricas com uma capacidade total de 330 gigawatts.

Se você pensa que a coisa parou por aí pode mudar de ideia, pois o plano de exploração do folhelho para a extração de gás é outro mamute que mal está no nascedouro.

Trata-se de uma estratégia grandiosa, de uma verdadeira revolução energética, sem paralelo no mundo. Os frutos desses imensos investimentos serão colhidos a partir de 2017, adicionando imensas fontes de energia limpa que reduzirão a dependência chinesa do carvão ao mesmo tempo em que tornará a China na maior potencia energética do mundo.

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