quinta-feira, 1 de maio de 2014

Geologia e Turismo, novas perspectivas

Geologia e Turismo, novas perspectivas

Vivemos um momento de valorização e preocupação com o meio ambiente. Isso ocorreu principalmente após a realização da 1ª Conferência sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, Suécia. A partir deste evento, um novo segmento de atividade turística surgiu denominado de ecoturismo, com o objetivo de conjugar o turismo com a identificação, a proteção e a preservação do patrimônio cultural e natural da Terra. Porém, essa modalidade turística tem enfatizado a fauna e flora e os recursos hídricos naturais, desconsiderando os demais aspectos físicos, como as estruturas geológicas e as feições geomorfológicas.
Conservar o patrimônio geológico é manter viva a memória do planeta para as futuras gerações e garantir ao conhecimento científico uma fonte de pesquisas e respostas sobre eventos passados e sobre os possíveis eventos futuros é importante e imprescindível. Baseado nesta ideia novas formas de turismo visando a conservação deste patrimônio já começou a se desenvolver como o Geoturismo.
 Geologia e Turismo podem ser consideradas, ao mesmo tempo, explícitas e implícitas. Cabe expor que a prática turística, neste caso, está associada a um desejo de conhecer novos lugares, vivenciar outras culturas, admirar paisagens, entre outras motivações.
Para o turismo a paisagem é vista como um atrativo que é eminentemente observada, vivida e sentida. Nesse sentido, podemos atribuir-lhe valores na forma de um produto importante cuja expressão sobre a sua percepção se dá através da morfologia resultante das diferentes formas de ocupação e configuração de um território, ao longo do tempo.
A Geologia pode ser considerada como a base, a estrutura da paisagem física, compondo, portanto, o substrato aonde a atividade turística irá se desenvolver. Neste sentido as respostas da geologia refletem no relevo, que é capaz de condicionar a atividade turística: pode-se, portanto, entender o papel indireto da geologia como o locus ou o sítio onde a atividade turística ocorre. Neste caso, ressalta-se como exemplo, o comportamento da Geologia nas formas do relevo. Estas condicionam o traçado de determinada rodovia interferindo na relação distância/tempo entre dois destinos.
A distância linear entre a cidade do Rio de Janeiro e a cidade serrana de Petrópolis, lar de veraneio da família imperial brasileira no século XIX e que, ainda hoje, abriga grande número de patrimônios arquitetônicos daquela época, é de menos de 50 quilômetros. Entretanto, a necessidade de ultrapassar a escarpa da Serra do Mar a partir da capital fluminense faz com que o trajeto tenha aproximadamente 100 quilômetros e dure cerca de uma hora.
Como outro exemplo da influência indireta da Geologia na atração de turistas pode-se destacar a cidade histórica de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. Fundada no século XVII pelos bandeirantes, a cidade que cresceu em torno da exploração mineral, foi berço de diversos movimentos políticos e culturais e atualmente, depois da exaustão dos valiosos minérios que dão nome à cidade, é um importante polo de turismo histórico-cultural da região Sudeste do Brasil.”

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