A China será forçada a fechar várias minas nos próximos anos, graças à superprodução de minério de ferro brasileiro e australiano.
Este é um ponto que enfatizamos, há anos, aqui no Portal do Geólogo: só sobreviverão as mineradoras com o custo operacional mais baixo.
O momento que separa os homens das crianças está chegando.
As megamineradoras como a Vale, BHP e Rio Tinto, apesar da queda dos preços do minério de ferro, não pensam em reduzir a produção. Muito pelo contrário. A Vale anunciou que irá aumentar a sua produção de minério de ferro em 50% até 2018. Ela está colocando em produção o Projeto Serra Sul com capacidade de 90 milhões de toneladas adicionais por ano. As demais mineradoras, como a BHP, Rio e Fortescue estão investindo pesadas somas para aumentar a produção.
Somente em 2014 espera-se uma adição de 130 milhões de toneladas de minério de ferro no mercado o que certamente causará um forte efeito.
Neste momento você pode estar se perguntando: como aumentar a produção no momento em que os preços do minério de ferro atingem baixas históricas?
Qual o sentido de criar uma superprodução?
É simples. As grandes mineradoras são, também, aquelas que produzem o minério com o menor custo, em torno de US$37/t. É óbvio que todo o minério que elas produzirem será necessariamente vendido, deslocando aquele minério de mais alto custo. Trata-se de uma estratégia de dominação que só poderá ser revertida se os chineses baixarem os seus custos operacionais.
Péssima notícia para a maioria das minas chinesas que produzem, hoje, a um custo de US$105/t. Essas minas chinesas já estão no vermelho, pois o preço do minério de ferro despencou para US$102/t. Elas, eventualmente, terão que reduzir os seus custos ou fechar.
Será a extinção natural dos menos aptos.
Essa guinada no mercado ainda poderá ser tratada como um caso de dumping pelos chineses.
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