quarta-feira, 4 de junho de 2014

O ciclo do ouro no Brasil inicia-se com a descoberta do metal, por volta de 1695

O ciclo do ouro no Brasil inicia-se com a descoberta do metal, por volta de 1695, quando a bandeira comandada por Manoel Garcia Cunha (o “Velho”), ao buscar água no Córrego Tripuí, deparou com um material desconhecido que chamou de “granitos cor de aço” e que mais tarde constatou ser “ouro de fino quilate” revestido por camada de paládio. A exploração de ouro em Minas Gerais marcou definitivamente a história do país e do mundo, ao dominar a produção global durante todo o século XVIII. Das pouco mais de 1400 toneladas produzidas neste período, a Capitania de Minas Gerais contribuiu com nada menos que 700 toneladas que representavam 50% da produção mundial no período. Essa situação perdurou até o início do século XIX, quando o ouro passou a ocupar um plano secundário na economia nacional.

Desde os tempos do Brasil Colônia a indústria extrativa mineral atrai investidores para o território mineiro. Naquela época, os portugueses possuíam o monopólio da atividade na Capitania e concentravam recursos na prospecção e exploração de ouro e pedras preciosas, principalmente diamante, encontrados com facilidade na superfície do solo. Décadas mais tarde descobriu-se que o subsolo das Minas Gerais também guardava outras “jóias”, igualmente valiosas e em quantidades jamais sonhadas pelos representantes da Coroa Portuguesa.

A mineração, sob controle do capital inglês, iniciou-se com vários grupos, sendo um deles a Imperial Brazilian Mining Association, em Gongo Soco, município de Caeté, em 1824. Há quase 300 anos o rico Quadrilátero Ferrífero da região central de Minas Gerais vem sendo intensamente explorado. O processo de fundição do ferro, antes realizado de forma artesanal em pequenas forjas, foi implantado de forma industrial na bacia do rio das Velhas, em Caeté, por volta de 1860, e em 1917 instalou-se em Sabará a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira. No decorrer do século XX e neste início do século XXI, o minério de ferro transformou-se num dos pilares da economia mineral, além de item importante na pauta de exportações do país.

A região foi responsável por toda a riqueza e prosperidade experimentadas, durante séculos, por Minas Gerais. Estes méritos, no entanto, vieram acompanhados por uma triste herança deixada pela exploração dos recursos minerais e, também, pela atividade mineradora em si: a degradação do meio físico com o aumento da dispersão de metais pesados associados à exploração do ouro. Somente agora mecanismos de controle dos impactos associados à mineração estão sendo implementados.

Simultaneamente ao início do ciclo do ouro, artesãos portugueses em Vila Rica iniciaram a utilização da pedra sabão como matéria prima na construção civil, manufatura de utensílios domésticos e produção de obras de arte. Essa situação modificou-se, radicalmente, com o declínio da exploração aurífera e mais tarde, por volta da segunda metade do século XX a pedra sabão passou a ser utilizada como talco industrial e produto para uso em acabamento na construção civil.

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