Origem
das Minas da Passagem
Não
é possível se traçar os rumos da história mundial do ouro sem se
falar do "Ciclo do Ouro" brasileiro. Este período, muito
bem definido na história brasileira, coincide com o Séc. XVIII,
pois iniciou-se em 1965, com a primeira exportação economicamente
significativa e findou por volta de 1800, quando o ouro passou a
ocupar um plano secundário na economia nacional. Durante este período,
a produção mundial de ouro foi de 1.421 toneladas métricas, tendo
a capitania de Minas Gerais, praticamente Ouro Preto e Mariana,
contribuído com 700 toneladas, ou seja, 50% do ouro produzido no
período.
A
interiorização do Brasil se iniciou com a procura de riquezas, principalmente
ouro, esmeraldas e brilhantes, que os homens da época julgavam existir
naquela tão bela e promissora terra. Organizados em grupos denominados
bandeirantes, eles entregavam-se de corpo e alma à procura dos metais
e das pedras preciosas, embrenhado-se pelos sertões. Nos fins
do Séc. XVII, por volta de 1695, uma dessa bandeiras, comandada
por Manoel Garcia Velho, encontra em Tripuí, a oito léguas de Ouro
Preto uma série de granitos cor de aço, que mais tarde, quando examinados,
verificaram tratar-se de finíssimo ouro. A notícia espalhou-se por
toda a parte da colônia e a partir de 1697 se estabeleceu um "rush"
que se avolumou nos anos subsequentes.
Em
1780, João Lopes de Lima manifestava as jazidas de cascalho de N.
S. do Bom Sucesso e, em 1702, João Siqueira dava conhecimento o
sumidouro de Mariana. Durante este período se instalaram dois grupos
mineiros que viriam a constituir as povoações de Mariana e Vila
Rica de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto. Apesar da pouca distância
que as separava, se ignoraram por longo tempo. Porém, as águas turvas
do Ribeirão do Carmo mostravam para os habitantes de Mariana, que
rio acima, existia uma outra cidade. Na ânsia de manter contato
com elementos civilizados, subiram o Ribeirão do Carmo. Em 1719
fundaram a Vila da Passagem, que se encontra entre as duas cidades.
Durante essa época, os mineiros que iam subindo o rio bateando os
depósitos aluvionares, descobriram o ouro primário de Passagem.
Com
a descoberta e abundância do ouro, no período de 1729 à 1756, fluiu
para a área um grande número de elementos que passaram a explorar
as jazidas concentradas no Morro de Santo Antônio. Os trabalhos
eram realizados a céu aberto e/ou por meio de pequenos serviços
subterrâneos que, geralmente paravam quando era atingido o lençol
freático. Lavrava-se, e recuperava-se, então, apenas o ouro contido
nos itabiritos, na jacutinga e na canga ferro-aurífera. A mão-de-obra
era totalmente escrava e acredita-se que em certa época, cerca de
35 mil escravos povoaram as senzalas do Morro Santo Antônio.
Data
do século VIII a descoberta do Ouro em Passagem. Os bandeirantes
percorreram os veios d`agua da bacia do Rio Doce, atingiram o Ribeirão
do Carmo, no qual localizaram Ouro aluvionar abundante. Subindo
o Ribeirão, em típica prospecção por bateia, descobriram em 1719
as jazidas primárias de Passagem. De 1729 à 1756, vários mineiros
obtiveram concessões para a exploração das jazidas. Com o passar
dos anos, reduziram-se a um único dono. Após sua morte seus herdeiros
transferiram a Mina, a 12 de Março de 1819, ao barão W. L. von Eschwege.
Os
trabalhos até então, se concentravam no Morro Santo Antônio e eram
executados por mão-de-obra servil, a céu aberto ou mediante pequenos
serviços subterrâneos.. Recuperava-se o Ouro contido nos Itabiritos,
na Jacutinga e na canga Ferro-Aurífera. Segundo tradição, povoaram
as zensalas do Morro Santo Antônio, 35 mil escravos. As ruinas ainda
existentes testemunham este remoto passado.Eschewege formou a primeira
empresa mineradora do Brasil, sob o nome de Sociedade Mineralógica
de Passagem. Construiu o engenho, com dez pilões californianos e
estabeleceu o primeiro plano de lavra subterrânea. Somente após
o ano de 1800 é que se descobriu Ouro nos quartzitos, nos Xistos
grafitosos e nos Dolomitos, dando novo rumo a exploração das jazidas.
Após anos de prosperidade, o
Barão Eschewege, atraído por novas atividades na siderurgia pioneira,
desinteressou-se da mineração do Ouro. A Sociedade Mineralógica
passou, a 1o de junho de 1659, às mãos do mineiro Inglês
Thomas Bawden. Este, depois de trabalhar quatro anos, revendeu-a,
a 26 de novembro de 1863, à Thomas Treolar, representante da nova
empresa em formação, a "Anglo Brazilian Gold Mining Company
Limited", que encampou a Socidade Mineralógica de Passagem.
A "Anglo Brazilian" adquiriu diversas conceções vizinhas,
como Paredão e Mata cavalos e trabalhou nas jazidas de 1864 à 1873,
produzindo 753.501 gramas de Ouro ao teor médio de 6.89 gramas por
tonelada de minerio.
De
1874 à 1883, a mina esteve paralizada. Em 14 de março de 1883 foi
vendida a um sindicato francês, que constituiu a "The Ouro
Gold Mines of Brazil Limited" A nova empresa operou com grande
sucesso até março de 1927, quando foi vendida ao grupo Ferreira
Guimarães, banqueiros de Minas Gerais e transformada, em maio do
mesmo ano, na atual Companhia Minas da Passagem. A Companhia Minas
da Passagem operou regularmente até 1954. De então, até 1960 esteve
paralizada. Tentativas de reabertura, de 1959 a 1966, foram infrutíferas.
A conjuntura inflacionária, a falta de capital e de espírito mineiro,
principalmente, o preço irreal do ouro, fixado em 35 dolares a onça-troy,
e finalmente a obrigatoriedade de toda a produção ser vendida ao
Banco do Brasil, tornavam a lavra economicamente inviável.
De
1967 a 19 de dezembro de 1973, o Grupo da Companhia Anglo Brasileira
de Construções adquiriu o controle acionário da Companhia Minas
da Passagem, sem ter sucesso nas tentativas, então desordenadas,
de desenvolver o empreendimento. Em outubro de 1976, os então acionários
majoritários, reconhecendo o insucesso de suas tentativas, retornaram
o controle acionário ao Dr. Walter Rodrigues.
Nenhum comentário:
Postar um comentário