A importância das nossas gemas
O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores brasileiros de
pedras preciosas e um dos mais importantes produtores mundiais de duas
delas,
ágata e a ametista.
Se você já ouviu falar em pedra semipreciosas, esqueça. A
distinção preciosa/semipreciosa é arbitrária, confusa, desnecessária,
não tem fundamento científico ou econômico e, para o Brasil, é até
prejudicial.
Hans Stern, dono da H. Stern, empresa brasileira com 90 joalherias no
país e mais 85 espalhadas por quatorze países, diz que " não existe
pedra semipreciosa como não existe mulher semigrávida ".
Segundo o IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos), o Rio
Grande é o segundo maior exportador brasileiro de gemas brutas (US$
10.175.000) e lapidadas ((US$ 18.622.000), só perdendo para
Minas Gerais. Com relação a obras feitas com pedras preciosas, ocupamos
o primeiro lugar (US$ 5.863.000), bem à frente do Rio de Janeiro (US$
2.070.000) e de Minas Gerais (US$ 1.568.000).
O que produzimos
A produção gaúcha é grande mas se apóia em apenas três gemas: ametista, citrino e ágata, todos variedade de quartzo.
A ametista é a mais valiosa das três pedras preciosas. É um
quartzo de cor roxa, em tons que vão do bem claro ao roxo profundo. De
toda nossa grande produção, apenas 3% são adequadas para lapidação,
sendo o restante vendido como peças decorativas e/ou para coleção.
O citrino é amarelo a laranja, excepcionalmente vermelho, caso
em que vale bem mais. É mais raro que a ametista, mas vale menos,
provavelmente porque sua cor é bem mais comum entre as pedras preciosas.
É importante salientar que citrino é extremamente raro no Rio Grande do
Sul e que nossa produção provêm do aquecimento da ametista, o que
provoca oxidação do ferro nela existente e conseqüente mudança de cor.
Isso é feito quando a cor da ametista é muito fraca, impedindo-a de
alcançar bom preço no mercado. Nem sempre, porém, o tratamento térmico
dá um produto de maior valor.
O que chamam, no comércio, de " topázio Rio Grande " nada mais é que esse citrino.
A ágata caracteriza-se por ter cores variadas, dispostas em
faixas paralelas, retas e/ou concêntricas. As cores mais comuns são
cinza e cinza-azulado, havendo também faixas de cores branca, preta,
amarela, laranja, bege, vermelha e marrom. Quando as cores não são
atraentes, limitando-se a tons de cinza, por exemplo, pode-se aproveitar
o fato de a ágata ser porosa e tingi-la.
Surgem assim ágatas muito bonitas de cores verde, rosa, roxa e azul.
Esse processo é usado em muitos países e até mais do que aqui. Nossas
ágatas são consideradas as mais bonitas do mundo e só uns 40% delas são
tingidas, enquanto no Exterior o tingimento é usado em mais de 50% das
ágatas. É importante frisar que o fato de ser tingida não diminui em
nada o valor comercial dessa gema.
Nosso Estado é também muito rico em madeira fóssil (xilólito),
com a qual se podem obter belíssimos objetos decorativos, bijuterias e
mesmo jóias. Atualmente sua produção está suspensa por medida legal,
aguardando-se uma avaliação do nosso potencial para então se decidir
onde pode ser extraída e em que volume.
Outras gemas gaúchas, menos valiosas, são o cristal-de-rocha (quartzo incolor), abundante mas aproveitado apenas como peça de coleção ou decorativa; jaspe (verde ou vermelho); cornalina (alaranjada a vermelha) e ônix
(preto). Há ainda variedades de sílica de formas e arranjos exóticos,
conhecidas entre produtores e comerciantes por nomes populares: conchinha de ágata (ou medalha), pratinho, flor de ametista, geodinhos, pedra d´água, etc.
Por fim, merecem ser citadas a calcita e a selenita, que
não são pedras preciosas mas são produzidas comercialmente em nosso
Estado para decoração e coleções. A selenita, aliás, forma cristais tão
grandes e límpidos como em nenhum outro país.
Onde estão
A ametista gaúcha provém principalmente da região em torno de
Ametista do Sul, no Norte do Estado. Além desse município, produzem
gemas Iraí, Frederico Westphalen, Rodeio Bonito, Cristal do Sul,
Planalto e, em menor quantidade, Trindade do Sul e Gramado dos
Loureiros. É dessa região também que sai a selenita, os pratinhos,
flores-de-ametista e belas ágatas (estas pouco abundantes).
A ágata provém principalmente de Salto do Jacuí, no centro do
Estado. Mas é largamente produzida em vários outros municípios, como
Lagoão, Fontoura Xavier, Progresso e Nova Brescia. Além da ágata, gemas
encontradas com mais freqüência são ametista, cornalina,
cristal-de-rocha e ônix.
Em todas as áreas produtoras de ametista se faz sua transformação em citrino.
O cristal-de-rocha é abundante em toda a metade Norte do Estado, aparecendo em menor quantidade na porção sul.
A madeira fóssil ocorre principalmente nos municípios de Mata e
São Pedro do Sul, mas pode ser vista em Pantano Grande, Butiá, São
Vicente do Sul, Santa Maria, e vários outros, ao longo de uma faixa
este-oeste, no centro do Estado.
Onde comprar
O melhor lugar para comprar é Soledade, 190 km a Noroeste de
Porto Alegre. O município não é produtor de gemas (ao contrário do que
muitos pensam), mas é o maior centro de beneficiamento, comercialização e
exportação do Estado. Dezenas de lojas e indústrias oferecem enormes
quantidade e variedade de gemas e outros minerais, provenientes de
vários estados brasileiros e até mesmo do Exterior.
Lá, você encontra ametista bruta, em belos geodos, por US$ 8,00 a 12,00
/ kg. Citrino, ágata, cristal-de-rocha, quartzo róseo, quartzo verde,
jaspe, sodalita, selenita e calcita são facilmente encontradas, por
preços menores que os da ametista.
Lajeado, a 90 km de Porto Alegre (no caminho para Soledade) já
foi um grande centro comercial nesse setor, mas hoje conta com
pouquíssimas lojas.
Em Porto Alegre, há várias lojas que vendem pedras brutas e
lapidadas, mas ainda são poucas frente ao tamanho da cidade. Os preços, é
claro, são mais altos que em Soledade e a variedade, bem menor.
ametista
ágata
mina de selenita
(Não, a guria não é a selenita
Olha o que ela segura, aquilo sim é a selenita)
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