quarta-feira, 4 de junho de 2014

Quadrilátero Ferrífero- GEOLOGIA MG

No projeto Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte - APA Sul RMBH, Baltazar e Zucchetti (2005) descrevem três eventos de deformação distribuídos em cinco episódios: Evento Rio das Velhas (deformações D1 e D2); Evento Transamazônico (deformações D3 e D4) e Evento Brasiliano (deformação D5). As estruturas geradas por estes eventos conferem ao  (QF) sua complexidade estrutural (ver mapa).



Evento Arqueano
As estruturas geradas por este evento estão mais bem preservadas no setor meridional do QF, na região ao norte da cidade de Itabirito.

Deformação D1
Em escala regional essa deformação é representada pela falha de empurrão Bem-Te-Vi e pelo sinclinal do Andaime. É a deformação mais antiga registrada no QF.

Deformação D2
É melhor representada na parte central do QF por falhas de empurrão orientadas segundo NW-SE em uma faixa com cerca de 70km de extensão por 5km de largura. Destacam-se os lineamentos de São Vicente e Raposos.


Evento Transamazônico
Este evento caracteriza-se pelo desenvolvimento de um orógeno contracional com transporte de massa de SE para NW (deformação D3), seguido de uma distensão regional com o posicionamento de domos granito-gnáissicos (deformação D4).

Deformação D3
Evidências dessa deformação encontram-se na porção norte do QF, ao longo da serra do Curral. Na extremidade oeste da serra, ocorrem dobras e falhas de empurrão com direção NE-SW e vergência para NW.

Deformação D4
Esta deformação é resultante da tectônica distensional que permitiu o soerguimento de blocos do embasamento granítico-gnáissico. Este soerguimento estruturou a serra do Curral e as sinclinais Moeda, Dom Bosco, Santa Rita e Gandarela. Zonas de cisalhamento normais desenvolveram-se nos contatos dos domos com as rochas circundantes.

Evento Brasiliano
Este evento é marcante em toda a porção oriental do QF.

Deformação D5
A deformação D5 é representada regionalmente por uma foliação de direção NW, NS e NE, e mergulhos medianos para leste. A atitude dessa foliação é relacionada a rampas frontais e oblíquas dos fronts de empurrão, com movimento de massa de leste para oeste e que são as estruturas marcantes desta fase.
Entre as megaestruturas relacionadas destacam-se o sistema de cisalhamento Fundão-Cambotas, formado pela articulação das falhas do Fundão e das Cambotas, e pela falha da Água Quente na serra do Caraça.

Mapa das principais feições estruturais do Quadrilátero Ferrífero
Fonte: Baltazar e Zuchetti, 2005 modificado de CHEMALE Jr. et al, 1994.



Legendas:
Dobras: 1 - Sinclinal Piedade, 2 - Homoclinal Serra do Curral, 3 - Anticlinal da Serra do Curral, 4 - Sinclinal Moeda, 5 -Sinclinal Dom Bosco, 6 - Anticlinal de Mariana, 7 - Sinclinal Santa Rita, 8 - Anticlinal Conceição, 9 - Sinclinal Gandarela, 10 - Sinclinal Vargem do Lima, 11 - Sinclinal dos Andaimes. Complexos granito-gnáissicos: 12 - Belo Horizonte, 13 - Bonfim, 14 - Bação, 15 - Santa Bárbara, 16 - Caeté. Falhas: 17 -Bem-Te-Vi, 18 -São Vicente, 19 - Raposos, 20 - Caeté, 21 - Cambotas, 22 - Fundão, 23 - Água Quente, 24 - Congonhas, 25 - Engenho. Cidades: BH - Belo Horizonte, CC - Cachoeira do Campo, IT - Itabirito, NL - Nova Lima, CA - Caeté, CG - Congonhas, OP - Ouro Preto.

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