Consumo mundial de diamantes crescerá mais de 60% até fim da década
Consumo mundial de diamantes crescerá mais de 60% até fim da década
China e Índia serão responsáveis pela geração de 36% do montante de US$ 26,1 bilhões de dólares, ultrapassando os Estados Unidos
– Uma onda de
consumo de diamantes brutos pelas classes médias em crescimento na
China e na Índia irá impulsionar o mercado global da pedra preciosa, que
passará a representar US$ 26,1 bilhões em 2020, frente aos US$ 15,6
bilhões em 2011, crescendo a uma taxa composta média anual de
aproximadamente 6%, de acordo com o relatório 2012 Global Diamond Industry,
divulgado recentemente pela Bain & Company, empresa global de
consultoria de negócios. O relatório anual, termômetro para a indústria
de diamantes, conta com a colaboração com o Antwerp World Diamond Centre
(AWDC) e conclui que a demanda global irá superar a oferta, sinalizando
perspectivas de preços sólidos e uma perspectiva bastante positiva para
a indústria em geral.China e Índia serão responsáveis pela geração de 36% do montante de US$ 26,1 bilhões de dólares, ultrapassando os Estados Unidos
"Ao que tudo indica o mercado de diamantes terá um futuro bastante promissor”, destaca Yury Spektorov, sócio da Bain & Company e coautor do relatório. "No entanto, como o mercado global está se tornando cada vez mais diversificado, para ser bem sucedido será necessário compreender os eixos de mudança na distribuição da riqueza global, nos costumes e gostos dos consumidores."
O relatório inclui uma extensa pesquisa com mais de cinco mil consumidores em oito países (detalhes sobre a metodologia no fim do texto), e uma análise detalhada sobre os três principais mercados de diamante: Estados Unidos, China e Índia. O relatório conclui:
Nos Estados Unidos:
- Os EUA são, de longe, o maior mercado mundial de diamantes. São US $ 27 bilhões em receitas, mais de três vezes o faturamento do segundo colocado China ou do terceiro, Índia, – e duas vezes as receitas do mercado de telefonia celular norte-americano
- As mulheres continuam a almejar diamantes, mas a popularidade dos anéis de noivado de diamantes entre os consumidores mais jovens está diminuindo, embora não de maneira significativa. Ainda não está claro se esse é um fenômeno temporário ou uma tendência de longo prazo, mas as mulheres mais jovens mostram uma preferência crescente por outros produtos de luxo, especialmente os eletrônicos
- A crise financeira de 2008-2009 atingiu duramente o mercado norte-americano. As vendas de joias de diamantes caíram 18% no período. Desde então, o setor passou por uma leve recuperação, mas suas receitas são apenas ligeiramente maiores do que as alcançadas no ano 2000.
- As tendências de varejo desempenham um importante papel, pois refletem e moldam a demanda do consumidor. O setor de varejo especializado consolidou-se nos últimos anos, com o desaparecimento de mais de cinco mil lojas especializadas. Apesar da mudança, o setor continua a ser bastante viável, e as promoções e outlets online despontam como protagonistas
- A China tem crescido rapidamente como o segundo maior mercado de diamantes do mundo, com vendas anuais se aproximando dos US$ 9 bilhões
- O aumento da riqueza, o fascínio popular com a cultura ocidental e a rápida expansão da classe média têm alimentado o crescimento do mercado e incentivado a baixa de tarifas e impostos
- Cerca de 90% das famílias abastadas (aquelas com renda anual de US$ 15 mil ou mais) possuem pelo menos uma joia com um diamante, e a maioria tem peças com múltiplos diamantes
- A penetração de mercado entre os consumidores chineses de baixa renda – metade dos 1,34 bilhões de habitantes do país – é muito menor, o que representa uma grande oportunidade de crescimento para os varejistas de diamantes, já que 20% das famílias que ganham menos de US$ 15 mil por ano possuem pelo menos um diamante
- As chinesas gostam de joias de diamantes bem visíveis, dando preferência a anéis, colares e brincos com pingente. As pedras de um quilate ou mais são populares. Até mesmo o chamado premium mass-market e as lojas de consumo em massa em cidades grandes disponibilizam diversas pedras maiores em suas vitrines
- A expansão do varejo desempenha um papel fundamental na disponibilidade do diamante em todas as regiões – estabelecidas e emergentes – da China
- O cenário de varejo é altamente fragmentado, com cadeias de lojas independentes e locais dominando os segmentos de massa e o premium mass-market, que respondem por 95% das vendas anuais
- Varejistas de prestígio como Tiffany, Cartier e Bulgari dominam o mercado high-end. A maioria dos players estrangeiros gasta 5% ou mais de suas vendas anuais na China em publicidade para criar conscientização e identidade de marca
- Os varejistas de diamantes se expandem a uma velocidade vertiginosa. Eles estão se concentrando em cidades Tier-2 e Tier-3, onde a renda pessoal cresce rapidamente e onde o padrão de consumo espelha-se nos das cidades grandes e nelas os diamantes são muito populares
- Dona das primeiras minas de diamante do mundo e centro global de corte e polimento para a indústria, a Índia é hoje o terceiro maior mercado mundial de diamantes, com receitas anuais de US$ 8,5 bilhões, e continua a crescer rapidamente
- Diamantes são a compra que cresce mais rapidamente no país, ficando atrás apenas dos celulares
- Muitos indianos adotaram feriados ocidentais como o Natal e o Dia dos Namorados, e os diamantes são o presente mais desejado em tais ocasiões. Anéis de diamantes de noivado também são uma compra bastante estável
- Cerca de 90% das mulheres ricas da Índia possuem diamantes, e a maioria recebe seu primeiro para celebrar um casamento, noivado, nascimento ou aniversário
- Os anéis e brincos são os tipos de joias mais tidos. Muitas mulheres, mesmo em faixas de baixa renda, também possuem colares, pingentes e pulseiras
- As mulheres têm gosto bastante apurado para diamantes, valorizando a clareza de uma pedra frente a seu corte, tamanho e cor. Eles combinam o design de cada pedra com determinadas ocasiões, optando por diamantes esverdeados para o dia-a-dia e pedras da moda para ocasiões descontraídas como aniversários e Dia dos Namorados
- Os tradicionais anéis solitários, geralmente em ouro, com diamante são de longe os preferidos para casamentos e noivados
- Na Índia há surpreendentes 300 mil lojas de joias, sete vezes mais do que nos EUA e seis vezes mais do que na China. Os players independentes dominam o espaço de varejo, mas as grandes redes nacionais estão fazendo incursões no mercado
- Gitanjali, Cygnus e Diti são as maiores cadeias de lojas do país e os demais players estão reivindicando uma parte crescente dos segmentos de massa e do premium mass-market. O mercado de maior prestígio é dominado pela Tanishq, cuja publicidade convincente tem feito de sua marca sinônimo de diamantes na Índia
- O varejo está passando por uma expansão focada nas cidades Tier-2 e Tier-3, tais como Nagpur e Vadodara, onde a renda está em plena expansão e os consumidores clamam por produtos de luxo
- Além de oferecer análises aprofundadas dos mercados norte-americano, chinês e indiano, o relatório mostra um forte contraste no comportamento e na atitude dos mais de cinco mil consumidores entrevistados pela Bain em oito países:
- Tanto nos mercados emergentes como nos desenvolvidos, a joia de diamante está bem próxima ou no topo das listas de presentes preferidos pelas mulheres. Na China, Índia e Rússia, os diamantes são, de longe, seu presente favorito
- A penetração e a popularização das joias de diamantes são altas nos EUA, Reino Unido e na Itália, onde os diamantes representam cerca de metade do mercado de joias. Na Europa Continental esse fenômeno é moderado
- E na China, Índia e Rússia, os diamantes têm sido abraçados pelos mais ricos, mas sua penetração é pífia entre os grupos econômicos de menor poder aquisitivo
- As chinesas associam diamantes à eternidade. Para as americanas e indianas, eles carregam uma forte conotação monetária bem como uma carga emocional positiva. Em todos os mercados, anéis de diamante simbolizam união, casamento e amor
- No entanto, a adoção do tradicional anel de noivado de diamante é desigual. Nos EUA e Reino Unido, cerca de 80% a 85% dos noivados são formalizados com um diamante, mas na Alemanha o percentual é de apenas 40%
- Os anéis de noivado estão se tornando cada vez mais populares na Europa Continental assim como na China, Índia e Rússia
- A maioria das mulheres recebe diamantes como um presente. Na China e na Índia elas são intimamente envolvidas na escolha de suas joias, enquanto as americanas e russas preferem ser surpreendidas
- A disponibilidade de certificados de qualidade é o fator determinante para a escolha das lojas na China, Índia e Rússia. Nos EUA e outros mercados desenvolvidos, onde a confiança em varejistas e proteções ao consumidor são mais fortes, a qualidade do serviço é o critério principal para a escolha da loja
- Cartier e Tiffany são top-of-mind para os consumidores de diamantes, na maioria dos países, exceto para a Índia, onde Tanishq e Nakshatra são as marcas mais conhecidas
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