sexta-feira, 11 de julho de 2014

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Poços de Caldas

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Poços de Caldas, Ademir Angelino, afirmou que paralisação nas três linhas de alumínio primário na unidade da Alcoa em Poços de Caldas (MG) pode ser definitiva. Essa foi a primeira paralisação das linhas de produção desde que a instalação foi inaugurada, em 1970, e já perdura por quatro meses. Segundo a Alcoa trata-se de uma parada temporária, mas sem prazo para retomar a produção.
A demissão de cerca de 300 funcionários da unidade é um dos motivos que leva o presidente a acreditar que a Alcoa não voltará a produzir alumínio primário em Poços de Caldas. “Nós não entendemos que essa paralisação seja temporária. A empresa usou esse argumento para facilitar a vida dela na cidade.” disse Angelino, em entrevista ao NMB.

Segundo o sindicalista, a companhia não soube aproveitar o apoio que recebeu do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do governo estadual para garantir os empregos na unidade. “O Governo de Minas Gerais apoiou a empresa com a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) no ano de 2013 e mesmo assim a Alcoa não conseguiu manter as operações e evitar as demissões”.

A usina de alumínio primário de Poços de Caldas é uma das de capacidade produtiva no Brasil. A unidade de Poços de Caldas tem capacidade de produção instalada de 97 mil toneladas por ano. A de menor capacidade é a da Novelis em Ouro Preto (MG), com 51 mil toneladas por ano. Em 2010, a Novelis fechou a planta de Aratu (BA) devido ao elevado custo de energia.

A maior usina de alumínio primário no Brasil é da Votorantim Metais, em Alumínio (SP), com capacidade de 454,9 mil t de alumínio primário, segundo dados de 2012 da Associação Brasileira de Alumínio (Abal).

Procurada pelo NMB, a Abal não quis se pronunciar sobre a possibilidade de fechamento permanente da planta da Alcoa.

A Alcoa anunciou no final de março a redução da capacidade da empresa no país em 270 mil toneladas por ano, incluindo a fábrica de São Luís (MA). Em 2013, a companhia já havia reduzido 34 mil toneladas em Poços de Caldas e 97 mil toneladas em São Luis. Na época, a empresa afirmou que a medida era temporária, devido ao aumento dos custos de operação e às condições do mercado.

Na unidade de Poços de Caldas, como resultado da redução de capacidade do smelter, a refinaria sofreu com ajustes de produção. A mina, a fábrica de pó de alumínio e a fundição operam normalmente.

O Brasil produziu 81,4 toneladas de alumínio primário no mês de maio, uma queda de 26,4% em relação ao mesmo mês de 2013, quando foram produzidas 110,6 mil toneladas. De janeiro a maio, a queda foi de 16% em comparação ao cinco primeiros meses de 2013.

Segundo dados divulgados pela Abal o país produziu, em 2013, 1,3 milhão toneladas das 45,3 milhões toneladas de alumínio primário produzidas no mundo.
Vista aérea da Alcoa em Poços de Caldas (MG). Fonte: Alcoa

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