Embora não apareça entre os grandes fornecedores mundiais de diamantes, o Brasil pode voltar em breve ao clube dos exportadores da gema.
O Brasil foi o maior produtor mundial de diamantes durante 150 anos, mas perdeu a posição em 1866, com a descoberta das minas primárias de diamante - kimberlitos - na África do Sul.
Até hoje, o Brasil só produz diamantes de aluvião, aqueles que rolaram da rocha primária desgastada pela erosão e agora estão depositados no fundo dos rios - a exploração é feita sobretudo por garimpeiros.
Mas, segundo o pesquisador Jurgen Schnellrath, do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), geólogos brasileiros já começam a trabalhar para lavrar o diamante na rocha primária, ou seja, na rocha onde o diamante foi originalmente formado.
Os kimberlitos são rochas formadas a grandes profundidades, geralmente a mais de 100 km da superfície. O elevado calor e a alta pressão permitem que o carbono presente nessas rochas se cristalize na forma de diamante.
Braúnas e Coromandel
Em 2015 será feita a primeira operação de lavra na rocha primária no município de Braúnas, na Bahia, controlado pela empresa Lipari Mineração, de origem canadense.
O pesquisador do Cetem informou que há outros locais favoráveis para a lavra do diamante em rocha primária no Brasil - a declaração foi feita durante a inauguração de um moderno laboratório de gemologia, no Rio de Janeiro.
Segundo Schnellrath, a região mais promissora para a exploração de diamantes de kimberlitos fica no município de Coromandel, região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais.
Em Coromandel, foram encontrados em áreas secundárias, de aluviões, os maiores diamantes do Brasil, com 500 e 800 quilates (diamante Presidente Vargas), mas só recentemente foram descobertos depósitos de rochas primárias.
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