Publicado em: 3/12/2014 19:24:00
Em junho deste ano foi aprovado, pela Comissão dos Novos Minerais, Nomenclatura e Classificação (CNMNC) o nome de bridgmanita para um mineral tido como o mais comum do planeta.
A bridgmanita, também chamada de sílica-perovskita (Mg,Fe)SiO3, ocorre como o principal mineral do manto inferior, a profundidades maiores do que 660km e menores do que 2.600km (veja gráfico).
Abaixo de 2.600km a bridgmanita é substituída pela pós-perovskita.
O nome foi dado em homenagem ao Prêmio Nobel na pesquisa de alta pressão Percy Bridgman.
Até pouco tempo atrás a bridgmanita nunca havia sido identificada em amostra de mão. Pelo menos é o que se acreditava...
Ela já havia sido sintetizada artificialmente em 1975 e sua existência inferida em 1962.
O motivo é que as rochas do manto inferior raramente chegam até a superfície.
Aqui no Brasil nós sabemos de um caso onde a bridgmanita já havia sido identificada, bem antes dos cientistas perceberem.
O mineral foi encontrado em rochas geradas a grandes profundidades, mais precisamente o kimberlito Collier 4 de Juína, descoberto pela equipe da Rio Tinto na década de 90, que foi formado a mais de 500km.
Estudos científicos sobre o Collier 4 e seus diamantes propiciaram a identificação de minerais do tipo da bridgmanita, que no entanto foram descritos pelos geólogos e mineralogistas como Ca-Si perovskita . Ou seja: historicamente essa foi a primeira descoberta de bridgmanita natural terrestre, publicada no 10th International Kimberlite Conference -2012.
Os kimberlitos de Juína apresentaram, também, raras inclusões metálicas como a de ferropericlásio (Mg,Fe)O, que se associam às bridgmanitas no manto inferior.
Nós acreditamos que Juína ainda será "redescoberta" pelos cientistas e mineralogistas servindo para a confirmação de minerais e variedades minerais apenas intuídas teoricamente.
No entanto a história oficial é contada de uma forma bem diferente: somente com os estudos de um meteorito (foto) que caiu na Austrália em 1879 é que os mineralogistas viram, pela “primeira vez”, a brigmanita natural...
Talvez o nome deva ser redefinido para Juinita e não Bridgmanita...quem sabe os nossos cientistas da UNB, que também estudaram o Collier 4, comprem essa briga...
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