quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Afinal, a queda do preço do petróleo é boa ou ruim?

Afinal, a queda do preço do petróleo é boa ou ruim?


Algum tempo atrás, com o petróleo batendo recordes, acima dos US$100/barril, o mundo vociferava e as empresas, de quase todos os setores, acusavam o óleo de ser responsável pelos seus custos elevados.

O petróleo era o grande vilão do momento. Aí chegaram os americanos e viraram a mesa batendo recordes de extração do gás e do óleo contidos no xisto.

Eles foram tão bem sucedidos que revolucionaram a própria economia, a maior do mundo e começaram a exportar descaradamente, sem se preocupar com os Árabes, Russos, Venezuelanos e outros grandes produtores de hidrocarbonetos.

O pessoal da OPEC, que queria manter a sua cota intacta neste mercado multibilionário, simplesmente acelerou a produção causando um desequilíbrio que fez o preço do petróleo despencar. Iniciaram uma guerra particular contra aqueles produtores não alinhados.

O preço do barril de petróleo, consequentemente, derreteu...

Agora, que era a hora de soltar foguetes, pois o grande vilão da economia, o petróleo, está 50% mais barato, o mundo todo ainda não sabe se aplaude ou se chora.

Por incrível que pareça, para muitos, o petróleo ainda é o grande vilão do momento.

Quando os analistas preveem um barril a US$35 o mercado se alvoroça e o medo do fim do mundo é semeado entre a população que, como povo que é, reage e se assusta.

Não era para bater palmas?

Afinal a gasolina e todos os combustíveis terão preços mais baixos, reduzindo o custo do transporte, dos alimentos, dos bens e das pessoas. O preço de milhões de produtos irá cair, dando uma generosa folga nas economias dos países, empresas e das pessoas. Essas economias terão um novo impulso que, com certeza, irá reverter em crescimento e distribuição de riquezas.

Ou será que não?

Se nós fôssemos um país unidimensional e pobre como a Venezuela que tem o petróleo como o seu principal produto de exportação deveríamos estar preocupadíssimos., mas somos o Brasil. Um gigante adormecido, o país do futuro, que não deve se preocupar com essas coisas banais como o preço do petróleo. Certo?

Errado!

Quando o assunto é petróleo nós estamos na contramão. Quando o preço cai lá fora, aqui dentro ele sobe. Quando o pessoal de outros países celebra mais uma queda nós aqui dentro nada sentimos, pois os nossos preços dos combustíveis não estão atrelados ao mercado internacional e sim à política do Governo. Ao invés de sentirmos um frete mais baixo e preços em queda o que vemos é o contrário. Os preços sobem e a inflação ameaça chegar a 7%.

É como se fôssemos um outro planeta.

Em algumas semanas a gasolina vai subir novamente. Nesta ocasião iremos ouvir mais uma explicação absurda que tentará encobrir a incompetência gerencial e a corrupção endêmica que colocou a Petrobras de joelhos e no vermelho. O povo terá que sofrer para pagar o furo da Petrobras. É assim que as coisas funcionam no planeta Brasil.

Aliás, a Petrobras, com esses preços baixos já devia começar a fechar as torneiras de muitos poços de custo operacional elevado, paralisando a pesquisa e a exploração em campos antieconômicos como a maioria do pré-sal.

A estatal tem uma oportunidade de fazer caixa com a queda do petróleo. Será que ela consegue?

Ela pode simplesmente usar o dinheiro que seria aplicado na produção e exploração de campos hoje antieconômicos para comprar petróleo mais barato que lhe daria grandes lucros ao ser vendido aqui aos nossos preços inflacionados pela política.

Se os analistas estiverem certos (desta vez) possivelmente veremos o preço do barril em torno dos US$40 por algum tempo. Será que isso vai mudar alguma coisa aqui no Brasil?

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