O que é Petróleo?
PETRÓLEO - do latim Petra(pedra) e Oleum(óleo).
O
petróleo é uma substância oleosa, inflamável, com cheiro característico
e, em geral, menos densa que a água e com cor variando entre o negro e o
castanho escuro.
Embora
objeto de muitas discussões no passado, hoje tem-se como certa a sua
origem orgânica, sendo uma combinação de moléculas de carbono e
hidrogênio.
Admite-se
que esta origem esteja ligada à decomposição dos seres que compõem o
plâncton - organismos em suspensão nas águas doces ou salgadas, tais
como protozoários, celenterados e outros - causada pela pouca oxigenação
e pela ação de bactérias.
Estes
seres decompostos foram, ao longo de milhões de anos, se acumulando no
fundo dos mares e dos lagos, sendo pressionados pelos movimentos da
crosta terrestre e transformaram-se na substância oleosa que é o
petróleo.
Ao
contrário do que se pensa, o petróleo não permanece na rocha que foi
gerado - a rocha matriz - mas desloca-se até encontrar um terreno
apropriado para se concentrar.
Estes
terrenos são denominados bacias sedimentares, formadas por camadas ou
lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. O petróleo aloja-se
ali, ocupando os poros rochosos como forma "lagos". Ele acumula-se,
formando jazidas. Ali são encontrados o gás natural, na parte mais alta,
e petróleo e água nas mais baixas.
PROGRAMA DESCUBRA O PETRÓLEO
1. Formação
A
idade do nosso planeta, a Terra, é calculada em bilhões de anos. As
jazidas de petróleo, não tão idosas, também têm idades fabulosas, que
variam de um a quatrocentos milhões de anos.
Durante
esse período, aconteceram grandes e inúmeros fenômenos, como erupções
vulcânicas, deslocamento dos pólos, separação dos continentes,
movimentação dos oceanos e ação dos rios, acomodando a crosta terrestre.
Com
isso, grandes quantidades de restos vegetais e animais se depositaram
no fundo dos mares e lagos, sendo soterrados pelos movimentos da crosta
terrestre sob a pressão das camadas de rochas e pela ação do calor.
Esses restos orgânicos foram se decompondo até se transformarem em
petróleo.
2. Geologia
Aos detritos de rochas, resultantes da erosão da crosta terrestre pela ação da natureza, dá-se o nome de sedimentos.
Por longo tempo, os sedimentos foram se acumulando em camadas, dando origem às rochas sedimentares. As diversas camadas dessas rochas formam as bacias sedimentares.
O petróleo só poderá ser encontrado em áreas onde houve acumulação de restos orgânicos e rochas sedimentares.
Todavia,
depois de formado, o petróleo não se acumula na rocha em que foi
gerado. Ele passa através dos poros das rochas, até encontrar uma outra
rocha que o aprisione, formando a jazida.
A
jazida é, então, uma rocha cujos poros são ocupados pelo petróleo. No
entanto, isso não significa que toda rocha sedimentar contenha uma
jazida. Sua busca é tarefa árdua, difícil e exige muita paciência.
3. Atividade
3.1. Exploração
O ponto de partida na busca do petróleo é a Exploração, que realiza os estudos preliminares para a localização de uma jazida.
Nesta fase é necessário analisar muito bem o solo e o subsolo, mediante aplicações de conhecimentos de Geologia e de Geofísica, entre outros.
A
geologia realiza estudos na superfície que permitem um exame detalhado
das camadas de rochas onde possa haver acumulação de petróleo. Quando se
esgotam as fontes de estudos e pesquisas de Geologia, iniciam-se,
então, as explorações Geofísicas no subsolo. A Geofísica, mediante o emprego de certos princípios da física, faz uma verdadeira radiografia do subsolo.
Um dos métodos mais utilizados é o da Sísmica.
Compreende verdadeiros terremotos artificiais, provocados, quase
sempre, por meio de explosivos, produzindo ondas que se chocam contra a
crosta terrestre e voltam à superfície, sendo captadas por instrumentos
que registram determinadas informações de interesse do Geofísico.
3.2. Perfuração
A perfuração é a segunda fase na busca do petróleo. Ela ocorre em locais previamente determinados pelas pesquisas Geológicas e Geofísicas.
Para tanto, perfura-se um poço - o Poço Pioneiro
- mediante o uso de uma sonda (ou Torre de Perfuração) que é o
equipamento utilizado para perfurar poços. Esse trabalho é feito através
de uma Torre que sustenta a coluna de perfuração, formada por vários
tubos. Na ponta do primeiro tubo encontra-se a broca, que, triturando a
rocha, abre o caminho das camadas subterrâneas. Comprovada a existência
de petróleo, outros poços são perfurados para se avaliar a extensão da
jazida. Essa avaliação é que vai determinar se é comercialmente viável,
ou não, produzir o petróleo descoberto. Caso positivo, o número de poços
perfurados forma um Campo de Petróleo.
Revelando-se
comercial, começa a fase da Produção naquele Campo. Nesta fase, o óleo
pode vir à superfície espontaneamente, impelido pela pressão interna dos
gases. Nesses casos temos os chamados Poços Surgentes.
Para controlar esse óleo usa-se, então, um conjunto de válvulas denominado Árvore de Natal.
Quando, entretanto, a pressão fica reduzida, são empregados processos mecânicos, como o Cavalo de Pau, equipamento usado para bombear o petróleo para a superfície, além de outros.
Os
trabalhos em mar seguem os mesmos critérios aplicados em terra, mas
utilizam equipamentos especiais de perfuração e produção: as Plataformas e os Navios-Sonda.
Junto à descoberta do petróleo pode ocorrer, também, a do Gás Natural.
Isso acontece, principalmente, nas bacias sedimentares brasileiras,
onde o gás natural, muitas vezes, encontra-se dissolvido no petróleo,
sendo separado durante as operações de produção. Tecnicamente chama-se a
isto de Gás Associado ao Petróleo.
O
petróleo e o gás descobertos não são totalmente produzidos. Boa parte
deles fica em disponibilidade para futuras produções, em determinado
momento. São chamadas Reservas de Petróleo e de Gás.
Dos
campos de produção, seja em terra ou mar, o petróleo e o gás seguem
para o parque de armazenamento, onde ficam estocados. Este parque é uma
grande área na qual se encontram instalados diversos tanques que se
interligam por meio de tubulações.
3.4. Refino
Uma
Refinaria é como uma grande fábrica, cheia de equipamentos complexos e
diversificados, pelos quais o petróleo vai sendo submetido a diversos
processos para a obtenção de muitos derivados. Refinar petróleo é,
portanto, separar suas frações, processá-lo, transformando-o em produtos
de grande utilidade: os derivados de petróleo.
A
instalação de uma Refinaria obedece a diversos fatores técnicos, dos
quais destacam-se a sua localização nas proximidades de uma região onde
haja grande consumo de derivados e/ou nas proximidades das áreas
produtoras de petróleo.
A
Petrobrás possui 11 refinarias, estrategicamente localizadas do norte
ao sul do País. Responsáveis pelo processamento de milhões de barris
diários de petróleo, essas refinarias suprem nosso mercado com todos os
derivados que podem ser obtidos a partir do petróleo nacional ou
importado: gasolina, óleos combustíveis, além de outros.
3.5. Transporte
O transporte na indústria petrolífera se realiza por Oleodutos, Gasodutos, Navios Petroleiros e Terminais Marítimos.
Oleodutos
e Gasodutos são sistemas que transportam, respectivamente, o óleo e o
gás, por meio de dutos (tubos) subterrâneos. Navios Petroleiros
transportam gases, petróleo e seus derivados e produtos químicos.
Terminais Marítimos são instalações portuárias para a transferência da carga dos navios para a terra e vice-versa.
Instalados
estrategicamente em diversos pontos do País, a Petrobrás dispõe de 8
Terminais, uma rede de dutos e uma ampla frota de Navios Petroleiros.
PETRÓLEO NO MUNDO
Não
se sabe quando despertaram a atenção do homem, mas o fato é que o
petróleo, assim como o asfalto e o betume, eram conhecidos desde os
primórdios da civilização.
Nabucodonosor
usou o betume como material de liga nas construções dos célebres
Jardins Suspensos da Babilônia. Foi também utilizado para
impermeabilizar a Arca de Noé. Os egípcios o usaram para embalsamar os
mortos e na construção de pirâmides, enquanto gregos e romanos dele
lançaram mão para fins bélicos.
Só
no século 18, porém, é que o petróleo começou a ser usado
comercialmente, na indústria farmacêutica e na iluminação. Como
medicamento, serviu de tônico cardíaco e remédio para cálculos renais,
enquanto seu uso externo combatia dores, cãimbra e outras moléstias.
Até
a metade do século passado, não havia ainda a idéia, ousada para a
época, da perfuração de poços petrolíferos. As primeiras tentativas
aconteceram nos Estados Unidos, com Edwin L. Drake. Lutou com diversas
dificuldades técnicas, chegando mesmo a ser cognominado de "Drake, o
louco". Após meses de perfuração, Drake encontra o petróleo, a 27 de
agosto de 1859.
Passados
cinco anos, achavam-se constituídas, nos Estados Unidos, nada menos que
543 companhias entregues ao novo e rendoso ramo de atividades. Na
Europa floresceu, em paralelo á fase de Drake, uma reduzida indústria de
petróleo, que sofreu a dura competição do carvão, linhita, turfa e
alcatrão - matérias-primas então entendidas como nobre.
Naquela
época, as zonas urbanas usavam velas de cera, lâmpadas de óleo de
baleia e iluminação por gás e carvão. Enquanto isso, no campo, o povo
despertava com o sol e dormia ao escurecer por falta de iluminação
noturna.
Assim,
as lâmpadas de querosene, por seu baixo preço, abriram novas
perspectivas ao homem do campo, principalmente, permitindo que pudesse
ler e escrever á noite.
A
invenção dos motores á gasolina e a diesel, no século passado, fez com
que outros derivados, até então desprezados, passassem a ter novas
aplicações.
Assim,
ao longo do tempo, o petróleo foi se impondo como fonte de energia
eficaz. Hoje, além de grande utilização dos seus derivados, com o
advento da petroquímica, centenas de novos produtos foram surgindo,
muitos deles diariamente utilizados, como os plásticos, borrachas
sintéticas, tintas, corantes, adesivos, solventes, detergentes,
explosivos, produtos farmacêuticos, cosméticos, etc. Com isso, o
petróleo além de produzir combustível e energia, passou a ser
imprescindível a utilidade e comodidades da vida de hoje.
PETRÓLEO NO BRASIL
A história do petróleo no Brasil pode ser dividida em três fases distintas:
1º
Até 1938, com as explorações sob o regime da livre iniciativa. Neste
período, a primeira sondagem profunda foi realizada entre 1892 e 1896,
no Município de Bofete, Estado de São Paulo, por Eugênio Ferreira
Camargo.
2º Nacionalização das riquezas do nosso subsolo, pelo Governo e a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938.
3º
Estabelecimento do monopólio estatal, durante o Governo do Presidente
Getúlio Vargas que, a 3 de outubro de 1953, promulgou a Lei 2004,
criando a Petrobrás. Foi uma fase marcante na história do nosso
petróleo, pelo fato da Petrobrás ter nascido do debate democrático,
atendendo aos anseios do povo brasileiro e defendida por diversos
partidos políticos.
Hoje,
aos 35 anos de existência, e sempre voltada para os interesses do País,
a Petrobrás implantou uma grande indústria petrolífera, reconhecida e
respeitada em todo o mundo.
FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA
Com
a crise do petróleo, em 1973, vários foram os problemas surgidos para
os países consumidores, entre eles o racionamento de combustíveis e o
desemprego. Com isso, foram intensificados os trabalhos de exploração de
novos campos petrolíferos e, também, o desenvolvimento de programas
alternativos para a geração de energia.
São
as fontes alternativas de energia, ou seja, a utilização de outras
matérias-primas, produtoras de energia, que não o petróleo. No Brasil,
vários programas nesse sentido foram desenvolvidos de modo a se reduzir a
dependência externa para o abastecimento de energia.
Hoje,
o País conta, além da expansão da energia elétrica, com a exploração e
produção do xisto (rocha da qual se produz óleo e gás), o aproveitamento
de vegetais (dos quais a cana-de-açúcar, que produz álcool é a mais
importante), a energia solar, nuclear e dos ventos.
BREVE RELATO SOBRE A DESCOBERTA DO PETRÓLEO NO BRASIL
(fonte: apostilas da Petrobras)
A
história do petróleo no Brasil começou na Bahia, onde, no ano de 1858, o
decreto n.º 2266 assinado pelo Marquês de Olinda, concedeu a José
Barros Pimentel o direito de extrair mineral betuminoso para fabricação
de querosene de iluminação, em terrenos situados nas margens do Rio
Marau, na Província da Bahia. No ano seguinte, em 1859, o inglês Samuel
Allport, durante a construção da Estrada de Ferro Leste Brasileiro,
observou o gotejamento de óleo em Lobato, no subúrbio de Salvador.
Em
1930, setenta anos depois e após vários poços perfurados sem sucesso em
alguns estados brasileiros, o Engenheiro Agrônomo Manoel Inácio Bastos,
realizando uma caçada nos arredores de Lobato, tomou conhecimento que
os moradores usavam uma lama preta, oleosa para iluminar suas
residências. A partir de então retornou ao local várias vezes para
pesquisas e coletas de amostras, com as quais procurou interessar
pessoas influentes, porém sem sucesso, sendo considerado como "maníaco".
Em 1932 foi até o Rio de Janeiro, onde foi recebido pelo Presidente
Getúlio Vargas, a quem entregou o relatório sobre a ocorrência de
Lobato. Finalmente, em 1933 o Engenheiro Bastos conseguiu empolgar o
Presidente da Bolsa de Mercadorias da Bahia, Sr. Oscar Cordeiro, o qual
passou a empreender campanhas visando a definição da existência de
petróleo em bases comerciais na área. Diante da polêmica formada, com
apaixonantes debates nos meios de comunicação, o Diretor-Geral do
Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, Avelino Inácio de
Oliveira, resolveu em 1937 pela perfuração de poços na área de Lobato,
sendo que os dois primeiros não obtiveram êxito.
Em
29 de julho de 1938, já sob a jurisdição do recém-criado Conselho
Nacional de Petróleo - CNP, foi iniciada a perfuração do poço DNPM-163,
em Lobato, que viria a ser o descobridor de petróleo no Brasil, quando
no dia 21 de janeiro de 1939, o petróleo apresentou-se ocupando parte da
coluna de perfuração.
O
poço DNPM-163, apesar de ter sido considerado antieconômico, foi de
importância fundamental para o desenvolvimento da atividade petrolífera
no Estado da Bahia. A partir do resultado desse poço, houve uma grande
concentração de esforços na Bacia do Recôncavo, resultando na descoberta
da primeira acumulação comercial de petróleo do país, o Campo de
Candeias, em 1941.
A
constatação de petróleo na Bacia do Recôncavo viabilizou a exploração
de outras bacias sedimentares terrestres, primeiramente pelo CNP e,
posteriormente, pela PETROBRÁS. O petróleo continua sendo descoberto e
explorado na plataforma continental e nos mais distantes rincões do
subsolo nacional; recentemente tivemos a inauguração das instalações de
escoamento de petróleo no Campo de Rio Urucu, na longínqua Bacia do Alto
Amazonas.
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