PDAC: em época de dinheiro escasso junior companies se tornam criativas
No meio do PDAC, a maior convenção da mineração mundial em Toronto, a briga por investimentos é de vida ou morte.
Todos querem levantar algum financiamento para os seus projetos, mas
poucos estão conseguindo. A principal fonte de financiamentos está quase
seca e são poucas as junior companies que estão conseguindo fechar
algum negócio.
Muitas estão partindo para formas de financiamento pouco ortodoxas já
que as formas tradicionais de IPOs, equity financing, RTOs e private
placements estão secando.
Agora, a palavra do momento é o crowdfunding.
Crowdfunding, por incrível que pareça, é o levantamento de fundos
através das redes sociais e, principalmente, da internet. É uma
inteligente forma alternativa de conseguir dinheiro em levantamentos de
pesquisa mineral em áreas pouco desenvolvidas, mas com bom potencial
econômico.
Hoje, no PDAC, onde 25.000 prospectores de mais de 103 países lutam
pelos parcos milhões de dólares, ser criativo é o caminho do sucesso.
Para a maioria a situação é desesperadora.
Esse PDAC poderá ser o último para muitas empresas de pesquisa e
exploração mineral que jogam todas as fichas para conseguir o tão
esperado financiamento.
Nesta luta por investimentos quase tudo vale.
Na continuação veja o que os nossos competidores estão fazendo que nós
não fazemos e por que os brasileiros terão mais dificuldades para
conseguir financiamentos...
Neste cenário de quase guerra o
empresário tem que provar não só a qualidade econômica e o potencial
dos seus prospectos, mas, também, a atratividade de sua região e país em
relação as demais competidoras. São dezenas de milhares de prospectos
competindo por um dinheiro escasso.
Nestas circunstâncias o investidor é o rei.
É no quesito Brasil que os brasileiros já começam em tremenda desvantagem.
O Brasil está incrivelmente mal cotado no PDAC.
Não é para menos. O Ministério de Minas e Energia e o DNPM fizeram um
“bom” trabalho, nos últimos anos, conseguindo espantar os investidores e
literalmente congelar a pesquisa mineral no Brasil como um todo.
Hoje o que se vê no Brasil é o desemprego e a desesperança.
Os laboratórios de análises químicas e as empresas de sondagem, que são
os termômetros da pesquisa mineral, estão à beira da falência, fazendo o
que for preciso para sobreviver mais um ano.
Este relatório coloca o Brasil na posição 52 quando o assunto é
atratividade de investimentos e na posição 87 no Índice de Percepção de
Políticas (IPP). Este índice considera a atratividade, ou não, das
políticas governamentais considerando pontos como legislação ambiental,
incertezas criadas pela legislação e processos administrativos, sistema
legal, impostos, incertezas referentes a áreas protegidas, áreas em
litígio, condições socioeconômicas das comunidades afetadas pela
mineração, barreiras tarifárias, estabilidade política, qualidade do
banco de dados geológico-geofísico-geoquímico e qualidade da mão de obra
existente.
Como se não bastasse a enorme dificuldade de vender o seu projeto os
mineradores brasileiros, em busca de financiamentos no PDAC, ainda tem
que lutar contra o péssimo desserviço do Governo Brasileiro que os
colocou em posições insustentáveis, como essas evidenciadas pelo
Relatório Fraser.
Mas nem todo mundo está assim tão mal representado como os mineradores brasileiros.
Isso, por exemplo, não acontece com o Peru, que além de ter um Índice de
Atratividade de Investimentos muito superior ao do Brasil está
representado, no PDAC, por uma grande comitiva liderada pelo seu
Ministro de Economia e Finanças, Alonso Segura e pela Ministra de Minas e
Energia Rosa Ortiz.
Os nossos Ministros da área continuam em Brasília tratando de assuntos “mais importantes”...
Com essa comitiva de peso o Peru passa uma mensagem importante aos
mineradores mundiais que lá querem investir. O Ministro Alonso bate
incessantemente na tecla do baixo custo de produção que a mineração
peruana tem. Alonso tem um arsenal de argumentos para atrair
investidores, entre os quais o excelente desempenho econômico do Peru
nos últimos 10 anos e as políticas governamentais que amparam e auxiliam
os mineradores.
Será que os brasileiros conseguirão atrair mais investimentos do que o pequeno Peru?
Se depender do interesse dos nossos governantes a resposta é não!.
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