sexta-feira, 6 de março de 2015

PDAC: em época de dinheiro escasso junior companies se tornam criativas

PDAC: em época de dinheiro escasso junior companies se tornam criativas


No meio do PDAC, a maior convenção da mineração mundial em Toronto, a briga por investimentos é de vida ou morte.

Todos querem levantar algum financiamento para os seus projetos, mas poucos estão conseguindo. A principal fonte de financiamentos está quase seca e são poucas as junior companies que estão conseguindo fechar algum negócio.

Muitas estão partindo para formas de financiamento pouco ortodoxas já que as formas tradicionais de IPOs, equity financing, RTOs e private placements estão secando.

Agora, a palavra do momento é o crowdfunding.

Crowdfunding, por incrível que pareça, é o levantamento de fundos através das redes sociais e, principalmente, da internet. É uma inteligente forma alternativa de conseguir dinheiro em levantamentos de pesquisa mineral em áreas pouco desenvolvidas, mas com bom potencial econômico.

Hoje, no PDAC, onde 25.000 prospectores de mais de 103 países lutam pelos parcos milhões de dólares, ser criativo é o caminho do sucesso.

Para a maioria a situação é desesperadora.

Esse PDAC poderá ser o último para muitas empresas de pesquisa e exploração mineral que jogam todas as fichas para conseguir o tão esperado financiamento.

Nesta luta por investimentos quase tudo vale.

Na continuação veja o que os nossos competidores estão fazendo que nós não fazemos e por que os brasileiros terão mais dificuldades para conseguir financiamentos...

Neste cenário de quase guerra o empresário tem que provar não só a qualidade econômica e o potencial dos seus prospectos, mas, também, a atratividade de sua região e país em relação as demais competidoras. São dezenas de milhares de prospectos competindo por um dinheiro escasso.

Nestas circunstâncias o investidor é o rei.

É no quesito Brasil que os brasileiros já começam em tremenda desvantagem.

O Brasil está incrivelmente mal cotado no PDAC.

Não é para menos. O Ministério de Minas e Energia e o DNPM fizeram um “bom” trabalho, nos últimos anos, conseguindo espantar os investidores e literalmente congelar a pesquisa mineral no Brasil como um todo.

Hoje o que se vê no Brasil é o desemprego e a desesperança.

Os laboratórios de análises químicas e as empresas de sondagem, que são os termômetros da pesquisa mineral, estão à beira da falência, fazendo o que for preciso para sobreviver mais um ano.

Este relatório coloca o Brasil na posição 52 quando o assunto é atratividade de investimentos e na posição 87 no Índice de Percepção de Políticas (IPP). Este índice considera a atratividade, ou não, das políticas governamentais considerando pontos como legislação ambiental, incertezas criadas pela legislação e processos administrativos, sistema legal, impostos, incertezas referentes a áreas protegidas, áreas em litígio, condições socioeconômicas das comunidades afetadas pela mineração, barreiras tarifárias, estabilidade política, qualidade do banco de dados geológico-geofísico-geoquímico e qualidade da mão de obra existente.

Como se não bastasse a enorme dificuldade de vender o seu projeto os mineradores brasileiros, em busca de financiamentos no PDAC, ainda tem que lutar contra o péssimo desserviço do Governo Brasileiro que os colocou em posições insustentáveis, como essas evidenciadas pelo Relatório Fraser.

Mas nem todo mundo está assim tão mal representado como os mineradores brasileiros.

Isso, por exemplo, não acontece com o Peru, que além de ter um Índice de Atratividade de Investimentos muito superior ao do Brasil está representado, no PDAC, por uma grande comitiva liderada pelo seu Ministro de Economia e Finanças, Alonso Segura e pela Ministra de Minas e Energia Rosa Ortiz.

Os nossos Ministros da área continuam em Brasília tratando de assuntos “mais importantes”...

Com essa comitiva de peso o Peru passa uma mensagem importante aos mineradores mundiais que lá querem investir. O Ministro Alonso bate incessantemente na tecla do baixo custo de produção que a mineração peruana tem. Alonso tem um arsenal de argumentos para atrair investidores, entre os quais o excelente desempenho econômico do Peru nos últimos 10 anos e as políticas governamentais que amparam e auxiliam os mineradores.

Será que os brasileiros conseguirão atrair mais investimentos do que o pequeno Peru?

Se depender do interesse dos nossos governantes a resposta é não!.


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