terça-feira, 19 de maio de 2015

Regiões Auríferas no Brasil

Regiões Auríferas no Brasil

Depósitos associados a ambientes vulcano-sedimentares do tipo “greenstone belt”
          Este tipo de ambiente constitui uma seqüência de rochas vulcânicas e sedimentares afetadas pelo metamorfismo de baixo grau, normalmente de idade Arqueana ou Paleoproterozóica. Como exemplos mundiais desses terrenos, há o escudo Yilgarn, situado a oeste da Austrália e o Cinturão Abitibi no Canadá; no Brasil o caso também é semelhante, são compostos por seqüências do tipo “greenstone belt” em escudos Pré-Cambreanos, cujas reservas somam cerca de 1000 toneladas de Ouro.
          O Greenstone Belt Rio das Velhas, situado no Quadrilátero Ferrífero é o principal e mais tradicional, representado pelas minas de Morro Velho, Raposos, Cuiabá, etc. Há outro terreno denominado Greenstone Belt Rio Itapicuru (BA), representado  pela mina Fazendo Brasileiro, que encontra-se encaixado em xistos máficos em meio a zonas de cisalhamento preenchidas por veios quartzo-carbonáticos.       Outro exemplo é a jazida da Mina III no Greenstone Belt de Crixás (GO).         A província mineral de Carajás também apresenta ambientes  desse tipo e também possuem mineralizações auríferas.
          Mesmo com todos esses terrenos citados, o principal produtor de ouro situa-se no Grupo Itacaiúnas (de grau metamórfico mais elevado), e tendo como jazidas a de Igarapé Bahia e Salobo, onde o ouro está associado a sulfetos de cobre. 
          Outras seqüências vulcano-sedimentares foram identificadas na região centro-oeste e assim definiram como sendo arcos magmáticos mais recentes (Neoproterozóico), com características bastante diversificadas em relação aos greenstones Arqueanos; também são produtores de ouro e são representados pelas jazidas de Posse, Zacarias e Chapada, na região de Mara Rosa. Ambientes desse mesmo tipo e que também possuem potencial aurífero foram identificadas nos escudos brasileiros, sendo eles: Gurupi (MA); Cumaru, Andorinhas e Inajá ao Sul da Província de Carajás (PA); Bacajá (PA a norte); Pitinga (próximo à fronteira com o Amapá); Parima (RO); Goiás Velho (GO); Pitangui e Riacho dos Machados (nas proximidades do Quadrilátero Ferrífero – MG); Dianópolis (TO).

Depósitos associados a metaconglomerados de idade Paleoproterozóica
          São os depósitos mais clássicos do mundo e tem como padrão depósitos de ouro associados a urânio e pirita nos membros basais da bacia de Witwatersrand na África do Sul, são responsáveis por 1/3 da produção anual mundial.
          O tipo de mineralização associada é o stratabound (estrato ligado) e estratiforme, pois se relaciona com horizontes sedimentares específicos.   Os metaconglomerados são característicos do Paleoproterozóico e repousam sobre o embasamento Arqueano, normalmente próximo a ambientes do tipo “greenstone belt”, que supostamente serviram como fonte de ouro depositados nos metaconglomerados.
          Como exemplo brasileiro tem-se os metaconglomerados da Formação Córrego do Sítio na região de Jacobina (BA) e Formação Moeda (no Quadrilátero Ferrífero – MG). Porém os depósitos de interesse econômico encontram-se apenas em Jacobina, representados pelas minas de Canavieiras e João Belo e são da ordem de mais de 300 toneladas de ouro e produção acumulada de 20 toneladas.

Depósitos associados a Itabiritos
          Estes depósitos são genericamente denominados de Jacutingas, possuindo um caráter regionalizado, pois ocorrem exclusivamente associados a formações ferríferas do Supergrupo Minas na região do Quadrilátero Ferrífero. Os depósitos são de pequena tonelagem e podem atingir altos teores, como no caso da mina de Congo Soco, variando entre 20 e 35 g de Au/tonelada.     O minério de ouro é extraído como subproduto do minério de Ferro e peculiarmente ocorre a presença de paládio que forma uma liga com o ouro.

Depósitos associados a seqüências metassedimentares de natureza diversa
          São definidos como depósitos associados à ambientes metassedimentares de contribuição vulcânica e são predominantemente de idade Proterozóica.
          No estado de Minas Gerais, em Paracatu, o depósito de Morro do Ouro representa um dos mais baixos teores do mundo, sendo da ordem de 0,6 g de Au/tonelada. O depósito encontra-se encaixado em metassedimentos plataformais de idade Neoproterozóica, compostos por filitos grafitosos ritmicamente intercalados com sedimentos clásticos e químicos, onde o ouro ocorre em finas vênulas de quartzo.
          Depósitos semelhantes ocorrem na região do Rio Guaporé, Mato Grosso do Sul, como exemplo o depósito de São Vicente, que está associado ao Grupo Aguapeí do Mesoproterozóico.
          Em Carajás os depósitos de Águas Claras possuem aproximadamente 20 toneladas de ouro e o depósito de Serra Pelada que se encaixam a formações metassedimentares.
          Na região de Cuiabá, Mato Grosso (Neoproterozóico) os depósitos estão associados às seqüências turbidíticas, e na região de Brusque (RS – Mesoproterozóico) também é semelhante.
          O depósito tradicional de sulfetos de cobre sedimentar de Camaquã (RS) também fornece ouro como subproduto, embora as reservas possuam apenas cerca de 3 toneladas, o depósito ocorre associado a meta-arenitos e conglomerados do Eopaleozóico e a mineralização encontra-se em veios ou disseminada.

Depósitos associados a intrusões graníticas e vulcânicas ácidas associadas
          Este tipo de depósito encontra-se na região do Rio Tapajós e na região de Peixoto de Azevedo (MT). As duas regiões citadas são produtoras de ouro aluvionar em garimpos. No entanto, recentemente uma série de depósitos primários tem sido identificados em associação com rochas graníticas intrusivas anorogênicas do Mesoproterozóico, como por exemplo a suíte Maloquinha, na região de Tapajós e a suite Teles Pires, na região de Peixoto de Azevedo.          Estas intrusões mineralizadas, associadas a vulcanismo ácido, caracterizada em ambiente de vulcanismo continental. Os depósitos ocorrem na forma de stockworks ou veios de quartzo. Também ocorrem depósitos associados a intrusões graníticas e com mineralizações de ouro associados, em Lavras do Sul (RS), Itajaí (SC) e Castro (PR).

Depósitos aluvionares
          Trata-se de concentrações em geral, pequenas, no entanto à exceções como em localidades como Rio Jequitinhonha (MG), onde se produz cerca de 15, 6 toneladas de ouro como subproduto do diamante; Apiacas (MT) com 33 toneladas e Periquitos (RO) como 21,1 toneladas.   
          Estes tipos de jazidas foram as que mais produziram ouro no Brasil, entre 1965 e 1996, com um total de 317 toneladas, seguida de depósitos de ambientes de “greenstone belts” com cerca de 260 toneladas. No entanto, em muitos casos de jazidas de ouro aluvionar tem se como área fonte regiões de seqüências de “greenstone belts”.

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