domingo, 7 de junho de 2015

OS DIAMANTES DE MARIA ANTONIETA 1ª Parte

OS DIAMANTES DE MARIA ANTONIETA
1ª Parte


A paixão da rainha da França Maria Antonieta, nascida arqui-duquesa austríaca, por jóias - principalmente com diamantes e pérolas - é bem conhecida. Com um gosto bastante diferente das suas duas últimas predecessoras no trono francês - a polonesa Maria Leckzinska e a espanhola Maria Teresa da Áustria - várias jóias pertencentes à Coroa Real da França tiveram que ser modificadas para ela durante seu reinado.
anel Maria AntonietaEm maio de 1770 quando a jovem austríaca de 14 anos chegou à França, trouxe na sua enorme e luxuosa bagagem um anel contendo como única gema, um diamante azul-acinzentado em forma de coração pesando 5,46 quilates. O anel pertencia à coleção particular de Maria Antonieta e, somente em 1791, após seu aprisionamento pelos membros da Revolução, passou a ser guardado no Garde Meuble (situado na Place de La Concorde, em Paris e uma vez sede de todo o acervo da Coroa da França).
Por volta de 1780, foram intensificados os boatos maldosos contra Maria Antonieta, acusando-a de dissipação, vícios sexuais e extravagância. Por ser estrangeira, e austríaca – os Habsburgos austríacos detinham enorme poder na Europa de então - os franceses e, claro, principalmente os que eram já a favor de um regime diferente de governo que não o do Absolutismo, sempre tentaram difamar a rainha através de panfletos obscenos e folhetins vendidos e distribuídos pelas ruas da cidade de Paris. A inclinação de Maria Antonieta pelo luxo (era amante das artes e favoreceu, com seu patrocínio, as porcelanas de Sévres, pintores, músicos e atores), pelos penteados extravagantes e vestidos caros, além do favoritismo por um grupo seleto de amigos e por uma total inadequação à política, não contribuiu em nada para que os boatos diminuíssem.
O que ficou conhecido como “O Caso do Colar de Diamantes” e desgastou enormemente a imagem de Maria Antonieta perante seus súditos, criou-se a partir de pessoas com situações totalmente díspares: a ambiciosa Madame de Lamotte - empobrecida Valois descendente de antigos reis franceses querendo uma posição na corte de Versalhes, o pervertido, rico e perigoso Príncipe De Rohan – Cardeal da França por quem a rainha nutria uma enorme antipatia e desconfiança, e o desesperado joalheiro Boehmer - que tinha em mãos um fabuloso e caríssimo colar de diamante originalmente confeccionado para que Luís XV, avô e antecessor de Luís XVI, marido de Maria Antonieta, desse como um presente a sua última amante, Madame Du Barry.
Sem ter acesso direto à rainha, mas usando de sua boa aparência e uma grande dose de charme, Madame de Lamotte conseguiu atrair a atenção do cardeal e do joalheiro, convencendo-os de que tinha uma relação amorosa com Maria Antonieta e de que esta queria comprar o colar. Imensamente desejoso de voltar a fazer parte do círculo íntimo de cortesãos à volta de Maria Antonieta, o cardeal deixou-se convencer e pegou o colar com o joalheiro, convencendo Boehmer de que ele, cardeal, faria com que a rainha comprasse o colar.

Usando uma prostituta que lembrava Maria Antonieta, Madame de Lamotte marcou vários encontros entre o cardeal e a falsa rainha à noite, nos jardins perto do Templo do Amor, em Versalhes, onde corriam boatos de que a verdadeira rainha se encontrava ali com amantes.  Nesses encontros, o cardeal foi iludido de que seria recebido por Maria Antonieta novamente em seu círculo íntimo e assim, deu para a intrigante Madame o colar, para que esta o fizesse chegar discretamente às mãos da rainha. Quando o joalheiro Boehmer visitou a rainha e solicitou que o colar lhe fosse pago, a confusão instalou-se.

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