PANORAMA DO SETOR DE DIAMANTES A PARTIR DOS ANOS 90 - 2 ª Parte Sistema de Certificação do Processo de Kimberley (I) |
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A questão da legitimidade de comercialização de diamantes brutos procedentes de regiões conflituosas atraiu a atenção internacional a partir do final dos anos 90.
O
assunto veio à tona durante a guerra civil ocorrida em Serra Leoa e,
mais tarde, soube-se de ocorrências ou trânsito em outros países do
oeste e centro do continente africano: Angola, Costa do Marfim,
Libéria, República Democrática do Congo (ex-Zaire, ex-Congo Belga),
República do Congo (ex-África Equatorial Francesa) e Gana.
Na época, os
recursos provenientes da venda de parte substancial da produção da
maioria destes países financiavam atividades militares ilegais por
parte de forças ou facções opositoras a governos legítimos e
internacionalmente reconhecidos e, de acordo com
estimativa do Conselho Mundial de Diamantes (WDC), as pedras oriundas
dessas áreas conflituosas representavam cerca de 4 % da produção
mundial.
A partir de 1998, a
ONU adotou uma série de resoluções e sanções visando deter a
comercialização dos diamantes de regiões de conflitos e, contando com o
apoio de organizações governamentais e não-govenamentais, bem
como do setor diamantário, criou o denominado Sistema de Certificação do
Processo de Kimberley.
Por meio deste acordo, ratificado em 2003, os
53 países signatários, produtores e/ou processadores de diamantes,
dentre eles o Brasil, estabeleceram normas para a livre
comercialização de diamantes brutos de regiões não-conflituosas, desde
que obrigatoriamente acompanhados de certificados de origem de
reconhecimento internacional.
O assunto ganhou maior notoriedade a
partir de 2001, quando foi abordado pela indústria cinematográfica e,
desde então, as pedras ilícitas oriundas destas fontes tornaram-se
enorme e popularmente conhecidas como diamantes de sangue.
Passados
5 anos desde sua implementação, constata-se que os controles da
exportação do Processo de Kimberley são um primeiro e importantíssimo
passo para identificar o país de procedência do diamante e uma
relevante contribuição para erradicar a comercialização da produção
ilícita, contudo, em nossa opinião, ainda insuficientes para
determinar efetiva e conclusivamente sua mina ou local de origem.
Isto se deve ao fato de que determinadas formas cristalográficas, inclusões e outras características, visuais ou detectáveis pelas atuais técnicas gemológicas, fornecem indícios de procedência sem serem, no entanto, diagnósticas, por poderem ser comuns a múltiplas fontes.
Segundo
estimativa do Conselho Mundial de Diamantes (WDC), hoje mais de 99 %
da produção mundial proviriam de fontes não-conflituosas e seriam
oficialmente comercializados sob os auspícios do Processo Kimberley,
atualmente endossado por 71 países, enquanto menos de 1 % proviria de
áreas de conflito remanescentes.
Já
há algum tempo, é notável que determinados países, cooperativas e
empresas que comercializam sua produção com marcas distintivas têm
feito campanhas promocionais voltadas ao estímulo do consumo ético e
consciente, através das quais afirmam garantir não somente que seus
diamantes provêm de áreas não conflituosas, como também que as minas
dos quais foram extraídos operam em condições sociais e ambientais
responsáveis.
Nos
últimos anos, é crescente o clamor das nações produtoras, sobretudo
na África, e notadamente em Botswana e Namíbia, bem como Austrália, Canadá, Rússia, África do Sul e Tanzânia, para
que os diamantes e demais recursos naturais nelas extraídos sejam
localmente processados e a receita obtida de sua comercialização se
reverta em benefício da promoção do crescimento econômico sustentável e
do desenvolvimento e prosperidade de suas populações, neste que tende
a ser o maior desafio do setor diamantário no século XXI.
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domingo, 7 de junho de 2015
PANORAMA DO SETOR DE DIAMANTES A PARTIR DOS ANOS 90 - 2 ª Parte Sistema de Certificação do Processo de Kimberley (I)
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