quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Múltis controlam o ouro no país e têm produção recorde

Uma surra. Nada se compara à valorização que o ouro tem registrado nos últimos anos frente aos princi
pais títulos de investimento. Tome-se como referência o ano de 2008, quando a crise das hipotecas arrastou os bancos americanos e contaminou toda a Europa. De lá para cá, o ouro já acumula uma valorização de 177%. É muito, principalmente se essa rentabilidade for confrontada aos papéis de renda fixa. Se a base de comparação for o Ibovespa, este teria de ser multiplicado por cinco para, ao menos, se aproximar do resultado alcançado pelo metal.


Essa valorização está refletida no ritmo que tomou conta da produção no Brasil nos últimos anos. Por meio da Lei de Acesso à Informação, o Valor obteve um panorama sobre a produção do metal, com base em informações do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão federal responsável pelas concessões de pesquisa e lavra.


Os dados apontam que o país atingiu, no ano passado, o maior volume de produção dos últimos 18 anos. Foram 65,2 toneladas de ouro extraídas legalmente do país, o melhor resultado desde 1994. Neste período, houve uma mudança radical no perfil de exploração. No início dos anos 90, 53% do ouro era retirado por grandes empresas, em processos industriais. Os demais 47% ficavam com os garimpos, considerando apenas aqueles legalmente autorizados. Duas décadas depois, a situação é outra. No ano passado, 87,4% das lavras de ouro ficaram com as indústrias, enquanto os garimpos viram sua participação encolher para 12,6%.


O que mais chama a atenção na mudança de perfil são as empresas que estão por trás dessa nova fronteira industrial. Os cinco maiores produtores de ouro no Brasil hoje, donos de praticamente 90% do que é retirado industrialmente do solo, são companhias estrangeiras. Do Canadá, estão presentes quatro grandes empresas de mineração: Kinross, Yamana, Jaguar Mining e Aura Gold. Completa o topo da lista a AngloGold Ashanti, da África do Sul. A maior parte do ouro produzido por essas empresas, consequentemente, tem como destino o mercado internacional.

Para o especialista Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o oligopólio tem origem no próprio modelo de exploração que ainda predomina entre os empresários brasileiros: o garimpo de superfície, voltado para a camada inicial do solo e do leito dos rios, onde o mineral já está desagregado, in natura.

"O Brasil nunca teve uma tradição de mineração subterrânea de ouro muito forte, enquanto essas empresas internacionais têm tradição e experiência em mineração subterrânea, por isso são elas que puxam o desenvolvimento do setor", comenta Tunes. "Infelizmente só o brasileiro é que não acredita que dá para fazer minas de ouro no Brasil. Tem de vir gente de fora para fazer."

As três minas de ouro mais produtivas do país são exploradas por companhias estrangeiras. A Kinross retira ouro da mina Paracatu, em Minas Gerais. Na mina Cuiabá, localizada em Raposos (MG), a extração é feita pela AngloGold Ashanti. A companhia também explora a mina Serra Grande, em Crixás (GO), após adquirir 50% de participação na mina da Kinross.

Para Tunes, o principal obstáculo enfrentado pelo investidor brasileiro, que prefere se embrenhar em garimpos na Amazônia a perfurar minas subterrâneas, é a dificuldade de se obter financiamento para esses projetos. "Mineração é uma atividade de capital, não de Estado. E o preço é alto. Hoje nós não temos uma estrutura de financiamento que atenda a mineração. Essas empresas que estão aí são de fora porque, em países como o Canadá, há apoio para esse tipo de operação. Qualquer cidadão coloca seu dinheiro na bolsa para financiar esses empreendimentos."

Por conta dessa limitação, diz Tunes, a maioria dos projetos internacionais em atividade no país foi atraída por empreendedores brasileiros que não conseguiram encontrar capital nacional para bancar as explorações em minas, que são mais caras e complexas que o tradicional garimpo. "Se você não tem um sistema de financiamento no país, você vai buscar lá fora, não tem segredo."

Do Brasil, as empresas que se destacam são a Mineração Tabipora, que atua no Paraná; e a Mineradora Caraíba Metais-Paranapema, com exploração em Nova Xavantina (MT). Segundo o DNPM, a Vale está entre as produtoras de ouro, com o minério associado, como subproduto, à exploração de cobre, nas minas de Sossego e Salobo, no Pará.

No DNPM, há atualmente 9.227 alvarás de pesquisa de ouro em análise. Em 2008, o órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia concedeu 890 alvarás para estudos. Esse volume praticamente triplicou até o ano passado, chegando a 2.421 concessões. Atualmente, há 466 requerimentos de concessão de lavra industrial em análise. Quando se trata de lavra garimpeira, esse volume chega a 16.477 solicitações.

Pelos cálculos do DNPM, a lavra industrial em minas de ouro emprega cerca de 9.400 trabalhadores diretos e cerca de 2.700 terceirizados. O cálculo do pessoal que trabalha no garimpo, segundo a autarquia, é um dado precário e não estimado pelo departamento.

O aumento da produção formal do ouro refletiu nas arrecadações da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), o royalty que o minerador paga para extrair o ouro. A alíquota aplicada ao metal é de apenas 1%, índice que o governo pretende ampliar, a partir do novo código de mineração, que está em gestação no MME. Em 2008, o DNPM embolsou R$ 8,8 milhões com o royalty do ouro. A arrecadação mais que triplicou até o ano passado, chegando a R$ 27,5 milhões. Até 2020, estima o governo, a produção industrial de ouro poderá atingir entre 120 e 130 toneladas por ano, o dobro do volume atual.

Minério de ferro: preço futuro atinge o nível mais baixo do mês

Minério de ferro: preço futuro atinge o nível mais baixo do mês



 
A bolsa de futuros de minério de ferro Dalian, na China, mostrou hoje a fraqueza do mercado de ferro atingindo o preço mais baixo no mês de setembro.

O mercado está negativo com as notícias da desaceleração da economia chinesa.

Algumas siderúrgicas já estão declarando prejuízos de até US$94,21 por tonelada de aço produzida. Estima-se que esse setor apresente problemas de liquidez tendo que cortar a produção de aço nos próximos meses. Esta situação leva as siderúrgicas a reduzir estoques.

Caso isso venha a ocorrer o mercado de minério de ferro irá sofrer novas quedas de preço nas próximas semanas.< br>
O minério de ferro 62% Fe para a entrega imediata caiu 1,1% para US$56,2/t.

Constatada água salgada em Marte: vida à vista!

Constatada água salgada em Marte: vida à vista!



 
Marte é considerado um planeta frio e, aparentemente, estéril. Grande parte de sua atmosfera, água e possivelmente vida foi subtraída em uma catástrofe cósmica que ocorreu a bilhões de anos.

As evidências geológicas da existência de mares, lagos, rios, rochas sedimentares com estruturas causadas pelo fluxo de água são inúmeras. Mas, todas essas evidências eram de uma água que havia desaparecido no tempo geológico.

Pelo menos era o que os cientistas acreditavam...até agora.

No mais recente relatório sobre o planeta vermelho a NASA informa que comprovou a existência de fluxos de água líquida e salgada em vales de Marte, durante o verão.

Essa notícia é extremamente encorajadora e possivelmente implica na existência de microrganismos vivos em Marte.

A água está relacionada a feições enigmáticas vistas brevemente em vales durante o verão. As últimas determinações confirmam que essas marcas escuras que desciam os vales (veja a imagem) eram causadas por fluxos de água líquida salgada. A presença do sal na água deixa o ponto de congelamento bem abaixo dos -22 graus Celsius, uma temperatura compatível com a de Marte no verão.

Agora os cientistas acreditam que existam grandes quantidades de água congelada abaixo da superfície marciana além de baixa densidade de moléculas na atmosfera.

Com certeza ficou mais fácil a obtenção do líquido precioso para os primeiros visitantes ao planeta.

Agora falta pouco para que a vida seja finalmente descoberta em Marte.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Bauxita


O nome “bauxita” é derivado da cidade Le Baux na França onde foi identificada em 1821, pelo geólogo Pierre Berthier. O Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) define: “bauxita é constituída por óxido de alumínio hidratado de composições variáveis”.
Trata-se de uma rocha de coloração avermelhada, rica em alumínio, com mais de 40% de alumina (Al2O3). A proporção dos óxidos de ferro determina a coloração da rocha. Assim, a bauxita branca contém de 2 a 4% de óxidos de ferro, ao passo que na bauxita vermelha essa proporção atinge 25%. A bauxita é a fonte natural do alumínio, o terceiro elemento em abundância na crosta terrestre, depois do oxigênio e do silício. Mesmo com sua elevada abundância, não há notícias acerca da ocorrência de alumínio metálico na natureza. Constata-se sua maior ocorrência na forma combinada com outros elementos, principalmente o oxigênio, com o qual forma alumina.
É importante enfatizar que, na segunda metade do século XIX, quase toda a bauxita era produzida na França e empregada, basicamente, para fins não metalúrgicos. Naquela época, a produção de alumina destinava-se principalmente ao uso como mordente na indústria têxtil. No entanto, com o desenvolvimento do processo Hall-Héroult (1886), a alumina disponível foi, de modo crescente usada na produção de alumínio metálico. Mesmo assim, foi desenvolvido um grupo de aplicações para a bauxita não metalúrgica, no qual incluem-se: abrasivos, refratários, produtos químicos, cimentos de alta alumina, prótese humanas, etc.
1. OCORRÊNCIA NA NATUREZA
A condição essencial à formação da bauxita é a existência de um clima tropical (uma temperatura média anual acima de 20oC), alternando as estações seca e úmida, que favorecem o processo natural de lixiviação. Dessa forma, silicatos e argilominerais são decompostos, há remoção da maior parte da sílica, enquanto os óxidos de alumínio e ferro são concentrados. Desse modo, obtém-se maior taxa de formação de bauxita quando ocorre:
  • elevada porosidade na rocha;
  • uma cobertura vegetal com adequada atividade bacteriológica;
  • topografia plana ou pelo menos pouco acidentada que permita o mínimo de erosão;
  • longo período de estabilidade e intensa alteração das condições climáticas, principalmente, as estações seca e umida.
Feldspato plagioclásio é o principal mineral que, facilmente, dá origem à bauxita. Os processos que originam a conversão de minerais silicatados de alumínio presentes na rocha estão descritos a seguir.
Caulinização - É o processo natural de formação do caulim, o qual consiste na alteração de rochas, in situ, característico de regiões de clima tropical (quente e úmido), cujas condições físico-químicas favorecem a decomposição de feldspatos (KAlSi3O8) e de outros aluminos silicatos contidos em granitos e rochas metamórficas. Argilas e folhelhos podem também sofrer alteração para uma mistura constituída de caulinita [Al2Si2O5(OH)4] e quartzo. O que ocorre é uma hidratação de um silicato de alumínio, seguido de remoção de álcalis, conforme a reação:
2KAlSi3O3 + 3H2O Al2Si2O5(OH)4 + 4SiO2 + 2KOH 
Em resumo, o processo baseia-se na transição da rocha, consistindo essencialmente de silicatos de alumínio (especialmente, feldspato), para formar minerais de caulinita, como resultado do intemperismo ou alteração hidrotermal.
Laterização - O termo laterita é empregado para o solo cujos componentes principais são os hidróxidos de alumínio e de ferro, onde as águas pluviais removeram a sílica e diversos cátions. Como a rocha é rica em alumina, a laterita que dela provier terá o nome de bauxita, o principal minério de alumínio. A lateritização baseia-se, fundamentalmente, num processo de diagênese resultando no aumento do caráter eletropositivo dos colóides do solo. Quando o processo se completa, tem-se a transformação dos solos em rocha, o laterito.
Bauxitização - Processo de formação da bauxita dessilicatada e, frequentemente, na presença de calcário. Esse processo caracteriza-se pela predominância de óxido hidratado de alumínio associado ao óxido de ferro, sílica remanescente e outras impurezas.
A maior parte das reservas de bauxita no mundo encontram-se localizadas em regiões tropicais e subtropicais. De acordo com informações do International Aluminium Institute (IAI), a bauxita ocorre em três principais tipos de climas: Tropical (57%), o Mediterrâneo (33%) e o Subtropical (10%).
As reservas mundiais conhecidas somam 34 bilhões de toneladas estando perfeitamente adequadas para atender a demanda atual e ao nível atual de produção bruta (280 Mt/ano) suportar a produção por mais de um século. São reservas de bauxita do tipo trihidratadas as encontradas na Guiné, Austrália, China, Brasil, Jamaica e Índia. As bauxitas desse tipo apresentam custos mais baixos na sua transformação em alumina uma vez que requerem pressões e temperatura mais baixas do que as bauxitas do tipo monohidratadas encontradas, por exemplo, na França, Grécia e Hungria.
As reservas cubadas no Brasil apresentam características químicas que se enquadram nos padrões exigidos pelo mercado mundial, tanto para grau metalúrgico como para refratário, o que significa dizer que são excelentes reservas para o padrão internacional. As reservas de bauxita no Brasil estão localizadas em diversos municípios distribuídos por todo o país.
As reservas de bauxita estão distribuídas por 9 (nove) Estados com um total de 3,6 bilhões de toneladas onde 3,3 bilhões são do tipo metalúrgico, ou mais de 90% das reservas totais (medida, indicada e inferida).
Em termo de regionalização o Estado do Pará com 2,7 bilhões detém quase 75% das reservas totais brasileiras, e o Estado de Minas Gerais participa com 16% com 560 milhões de toneladas sendo o restante distribuído por ordem de importância nos Estados do Maranhão, Amapá, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e Goiás.
Se avaliado por município as reservas estão presentes em dezenas de municípios brasileiros, sendo que o município de Oriximiná (PA) é o município com maior quantidade das reservas conhecidas. Seguem os municípios de Paragominas e São Domingos do Capim também no Estado do Pará.
Separado por tipo de utilização, as reservas do tipo metalúrgico estão nos Estados por ordem de importância, no Pará, Minas Gerais, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo.
As reservas não metalúrgicas estão no Amapá, no município de Mazagão com 61,4 Mt com 25% destas reservas, em Minas Gerais com 43 Mt e também com a maior quantidade, o Estado do Pará, com 96,0 Mt, com cerca de 40% destas reservas.
As reservas exploradas registraram em 2005, segundo o DNPM, produção distribuída nos Estados do Pará, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo. Sendo que em Minas Gerais houve produção de bauxita metalúrgica e de bauxita não metalúrgica. As empresas: Novelis do Brasil (Grupo indiano Hindalco), a Cia. Brasileira de Alumínio-CBA (Votorantim), a Cia. Geral de Minas (Alcoa) e a Mineração Curimbaba Ltda., são as principais produtoras no Estado de Minas Gerais.
No Estado do Pará, a bauxita produzida exclusiva do tipo metalúrgico está na Mineração Rio do Norte (MRN) na mina de Oriximiná e na empresa VALE com a mina de Paragominas a partir de 2007.
Nos Estados de Santa Catarina e São Paulo, a bauxita não metalúrgica é explorada com parte do consumo nos próprios Estados e parte para distribuição para Minas Gerais e São Paulo.
Em informação do DNPM, a bauxita foi comercializada em bruto (sem necessidade de beneficiamento) e beneficiada após passar em Usina Tratamento de Minério (UTM), por britagem, lavagem e secagem, resultando na bauxita comercial, a qual tem como principal destino de utilização as usinas de refino para a produção de alumina e uso não metalúrgico. O registro do DNPM para 2005, acusa produção comercializada de 22,5 milhões de toneladas (Mt), sendo 97% de bauxita metalúrgica. Por região 80% da bauxita metalúrgica foi comercializada no Estado do Pará e 20% em Minas Gerais. A bauxita não metalúrgica (600 mil toneladas) tem o Estado de Minas Gerais como o principal participante com 80%, sendo o restante comercializado pelo Estado de Santa Catarina e por São Paulo.
A produção de bauxita metalúrgica no Pará tem como destino o próprio estado que historicamente consome 40% no refino de alumina na Alumina do Norte do Brasil S/A (Alunorte), 23% para vai para o Estado do Maranhão para refino na Alumar (consórcio de Alcan, Alcoa e BHP Billiton), e 32% ao mercado externo.
A bauxita metalúrgica de Minas Gerais atende ao consumo da Alcoa (Poços de Caldas) e da Novelis (Ouro Preto) e abastece a CBA no município de Alumínio em São Paulo. A bauxita não metalúrgica da Mineração Rio Pomba abastece a Ind. Química Cataguases para a produção de sulfato de alumínio e as minas da Mineração Curimbaba abastecem as unidades fabris da própria empresa.
O potencial brasileiro de bauxita tende a manter a distribuição regional para os próximos anos como o perfil atual, considerando a quantidade de áreas em pesquisa (prospectos) existente atualmente. Segundo o DNPM são 1019 áreas em fase de pesquisa (Alvará de Pesquisa), para alumínio, bauxita e minério de alumínio, sendo 42% no Estado do Pará, 30% no Estado de Minas Gerais, 10% no Estado do Amazonas e 6% no Estado de Bahia, existindo ainda algumas áreas em pesquisa no Rio de janeiro (6 alvarás), no Maranhão(4 alvarás), e um alvará em Santa Catarina).
Esta áreas em pesquisa pertencem em grande número às empresas já em atividade, como também a novos pretendentes com numerosas áreas como a Rio Tinto Desenvolvimento Minerais Ltda, a Docegeo Mineração, a TPI Molplastic Ltda, a OMNIA Minérios S.A.,a BHP Billiton Metais S.A., a Potássio do Brasil S.A. e Reynaldo Guazzelli Filhos entre outras. (Cadastro Mineiro, site DNPM).
A localização das principais minas de bauxita em relação aos principais clientes refinarias de alumina e fundição de alumínio primário estão mostradas na Ilustração 1.
Ilustração 1 – MAPA LOCALIZAÇÃO MINAS DE BAUXITA – BRASIL
Fonte: Abal
A principal jazida de bauxita encontra-se na serra do Oriximiná, no Pará. A bauxita é o minério do qual se extrai o alumínio, muito utilizado na fabricação de eletrodomésticos, materiais elétricos e também na construção civil, em razão de ser um material inoxidável.
2. PRINCIPAIS EXPLORADORES
Em 2007, a Austrália foi um dos maiores produtores de bauxita, com quase um terço da produção mundial, seguidos pela China, Brasil, Guiné e Índia. Embora a demanda de alumínio esteja aumentando rapidamente, as reservas conhecidas de seu minério de bauxita são suficientes para atender às demandas mundiais de alumínio por muitos séculos. O aumento da reciclagem de alumínio, que tem a vantagem de reduzir o custo de energia elétrica na produção de alumínio, vai ampliar consideravelmente as reservas mundiais de bauxita.
Tabela 1 - Wikipédia (2012).
O Brasil é o terceiro maior produtor de Minério de Bauxita com produção em 2008 de 25 milhões de ton., o que significa 13% da produção mundial, que foi de 205 milhões de ton. A Austrália é líder em produção, com 63 milhões de ton. em 2008, que correspondem a 33% da produção global, seguida da China com 17%.
Principais empresas produtoras no Brasil: MRN 70%, CBA 12%, Vale 12% e outros 6%. No Brasil os principais Estados produtores são: PA (85%), MG (14%) e outros (1%)
Principais empresas produtoras no mundo: Comalco, Alcan, Alcoa, RioTinto e BHP na Austrália, Chalco na China, CVG na Guiné, MRN no Brasil.
Quadro1 - Estrutura Empresarial da Bauxita - Brasil
No Estado do Pará á Mineração Rio do Norte (MRN) é o maior produtor de bauxita com uma capacidade nominal da planta de beneficiamento de cerca de 25 Mt/ano, operando a mina no município de Oriximiná no Pará (Minérios & minerales, 2008). A mineração iniciada em 1976 com capacidade de 3,0 Mt consolidou-se como a maior produtora de bauxita do Brasil e uma das maiores do mundo. É uma empresa associada de capital nacional (Vale 40%, BHP - Billiton 14,8%, Alcan 12%, CBA, 10% e Alcoa 13.
A Cia Vale do Rio Doce (VALE), além de participar como acionista da MRN, opera a Mina de Paragominas com capacidade anual de 5,4 Mt, e com investimentos adicionais da ordem de US$ 196 milhões e deve atingir a capacidade de 10 milhões de toneladas.
A Vale na cadeia do alumínio atua na mineração como parte da Mineração Rio do Norte na “Mina de Oriximiná” (MRN), e na “Mina de Paragominas”(VALE); na produção de alumina na Alumina do Norte do Brasil(ALUNORTE); na produção de alumínio na Alumínio Brasileiro S.A.(ALBRAS), na VALESUL e na Cia. de Alumina do Pará (CAP) em implantação.
As atividades de mineração do Grupo VALE para a produção de bauxita de maneira geral compreende as atividades de lavra a céu aberto pelo método de tiras, beneficiamento e transporte.
Ainda no Estado de Pará, o Grupo Alcoa implanta a “Mina de Juruti” localizada no município de Juruti. Com uma reserva de cerca de 700 milhões de toneladas métricas, visa para atender a expansão da refinaria da Alumar-Consórcio de Alumínio do Maranhão em São Luís-MA.
No estado de Minas Gerais a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) é uma das maiores companhias de alumínio do Brasil. Fundada em 1941, pertence ao Grupo Votorantim e está localizada na cidade de Alumínio, com unidades de mineração de bauxita em Poços de Caldas, Itamarati de Minas e Mirai (em implantação).
A CBA opera uma refinaria de alumina e um smelter. Obtém sua bauxita, matéria prima para a fabricação do alumínio de duas áreas de mineração em Minas Gerais, em Poços de Caldas, Itamarati de Minas e em Miraí. É o segundo maior fabricante brasileiro de alumínio primário com uma produção anual de 475.000 toneladas / ano.
A CBA retira suas matérias primas de Poços de Caldas e Itamarati de Minas, que vem de trêm (bauxita). Ela possui 13 filiais. Para a produção de todo esse alumínio é necessária muita energia, somando um total de mais ou menos 35% do preço final do produto, mesmo tendo sua auto produção com mais de 18 Usinas Hidroelétricas. A CBA vem crescendo 9,6% ano e simboliza 27% da produção nacional de alumínio. O uso desse alumínio vai em 17% embalagens, 17% construção civil, 27% transportes, 15% eletricidade, 16% bens de consumo e 8% siderurgia.
A Novelis do Brasil ex-grupo Alcan, com produção de bauxita na região de Ouro Preto, Caeté e Mariana, em 2007 tornou parte da Hindalco Industries Limited, o maior produtor integrado de alumínio e líder na produção de cobre na Asía,com sede em Mumbai, na Índia. A Fábrica de Ouro Preto foi a primeira indústria de alumínio a ter o processo completo - da extração da bauxita até a produção do alumínio primário. Atualmente a unidade engloba as seguintes atividades: mineração de bauxita, produção de hidrato de alumínio e alumina calcinada, produção de aluminas especiais, produção de alumínio primário sob a forma de lingotes, tarugos e placas, fábrica de pasta Soderberg, geração de energia em usinas hidrelétricas próprias.
Minas Gerais – Bauxita - Municípios Produtores e Empresas (2005)
A produção da Bauxita para fins não metalúrgico destaca-se a Mineração Curimbaba, instalada em Poços de Calda (MG) desde 1961, destina os seus produtos ao mercado externo (65%) e a mercado interno destinados a petroquímica, refratários, agrotóxicos. Com capacidade instalada de cerca de 300 mil toneladas mt/ano, suficiente para o auto atendimento de suas necessidades de matéria prima.
A Mineração Rio Pomba do grupo da Indústria Química Cataguases-IQC, detentora de 7 concessões de lavra com minas no município de Cataguases e Miraí abastece a indústria da IQC para a produção de produtos químicos a base da alumínio (sulfato de alumínio, aluminato de sódio, policloreto de alumínio). Em janeiro de 2007, com o rompimento da barragem de rejeito de uma das minas, no município de Miraí (MG), esta mina está interditada desde então, na expectativa de cumprir o determinado pelo DNPM e órgãos ambientais para a reabertura da mina de Miraí.
No Pará no município de Almeirim, existia com capacidade de produção de 255 mil toneladas a MSL Minerais S/A , na “Mina de Caracuru” como coproduto da argila, era produtora de bauxita não metalúrgica no Estado. (esta empresa não produz mais, sua planta está paralisada).
3. EXTRAÇÃO DA BAUXITA
Os métodos de lavra dos minérios de bauxita variam de acordo com a natureza dos corpos mineralizados das jazidas. A lavra desses minérios é feita, na maior parte, a céu aberto, segundo o método por tiras (strip mining). Estima-se que o maior número das jazidas de bauxita laterítica é lavrada por métodos a céu aberto. Menos de 20% da produção de bauxita no mundo é obtida por métodos de lavra subterrânea. O nível de mecanização na lavra é diversificado, dispondo-se desde a lavra manual até os métodos modernos com diversos tipos de equipamentos de mineração.
O Processamento varia de acordo com as técnicas de beneficiamento do minério de bauxita, mediante o teor elevado (Al2O3), os quais não exigem processos de tratamento mais elaborados. Além disso, as impurezas de alguns tipos de bauxitas estão associadas aos minerais de alumínio, dificultando a purificação por meio mecânico ou, mesmo, inviabilizando economicamente o processo de remoção das impurezas. Esses fatos comprovam o número reduzido de trabalhos publicados na área de beneficiamento de minérios de bauxita nos últimos dez anos.
Mesmo assim, os métodos de beneficiamento de minérios usados no processamento dos minérios de bauxita incluem: britagem, atrição e peneiramento para remoção da fração argilosa e dos minerais de sílica. A separação em meio denso promove a remoção de ferro e laterita dos minérios com granulometria acima de 1,0 mm, por meio de equipamentos como Dynawirlpool, para a maioria dos casos. Espirais de Humphreys e separadores magnéticos, com campos superiores a 1,5 T, são utilizados para remoção dos minerais paramagnéticos, reduzindo os teores de Fe2O3 e TiO2. Em algumas operações, o minério é particularmente secado para facilitar o manuseio e/ou minimizar os custos de transporte. Nesta etapa, procede-se a filtragem, elevando-se a percentagem de sólidos de 25 para 60%, seguida de secagem em vaporizador (spray dry) para obtenção de um produto final com 5% de umidade. Desse modo, obtém-se um produto final que pode ser usado tanto no processo de calcinação, bauxita para fins não metalúrgicos, quanto no processo Bayer, bauxita para fins metalúrgicos, que constitui a quase totalidade do consumo.
Cabe lembrar que a produção de bauxitas não metalúrgicas emprega as mesmas técnicas de beneficiamento usadas para a bauxita de grau metalúrgico.
No caso do processo de calcinação, cuja função é remover a água quimicamente combinada, somente é aplicado para as bauxitas não metalúrgicas, com a exceção da bauxita para produtos químicos.
Processo de obtenção de alumina (Al2O3) - A alumina para diversos fins pode ser obtida por um dos quatros processos ilustrados no Quadro 1. No entanto, o mais utilizado e, portanto, conhecido é o processo Bayer. Neste trabalho apenas o processo Bayer será relatado com detalhes.
Quadro 2: Processos de obtenção de alumina (Al2O3). 
Processo de Bayer - Trata-se de um processo de produção difícil, pois exige muita energia elétrica. A bauxita de cor marrom-avermelhada deve sofrer um processo de purificação para que se possa extrair a alumina (Al2O3) de outras substâncias, como, por exemplo, o óxido de ferro 3 (Fe2O3). Para tanto, pode-se utilizar o processo Bayer, apresentado esquematicamente a seguir:
Fonte: Matéria Cooper.

Potencialidades da mineração no Brasil

Agrominerais, fosfato, potássio, nióbio, terras raras, níquel, bauxita, cobre, zinco, rochas ornamentais,  gemas e diamante, água mineral, agregados/argila, calcário, grafite, xisto, nada escapa ao olhar de Mathias Heider – Engenheiro de minas do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral – DNPM, em artigo publicado na revista In The Mine
Agrominerais – O Brasil tem procurado elevar a sua produção interna de agrominerais para reduzir a sua dependência, vulnerabilidade e gasto de divisas. A disponibilidade de novas terras agriculturáveis (a maior do mundo) e o aumento da produtividade revelam a necessidade crescente, a cada ano, de fertilizantes para atender a demanda. Em 2012, o consumo nacional de fertilizantes foi da ordem de 29,5 Mt e, para 2013, estima-se 30,5 Mt. O maior consumo foi no Mato Grosso. O Brasil desenvolve também pesquisas e iniciativas para o uso de técnicas de rochagem na agricultura, com grande apoio da EMBRAPA.
Fosfato – Novas frentes produtoras de fosfato se encontram em fase de projeto em Patrocínio/MG (Vale), Arraias/TO (MbAC), Santa Quitéria (Itataia)/CE (Galvani), além de expansão de projetos ativos. A empresa MbAC também avalia o projeto Santana/PA e Araxá/MG. Outras regiões com Anitapólis/SC e a Flona Ipanema, na região de Iperó/SP, possuem comprovadas reservas de fosfato, mas envolvem complexas questões ambientais. Pará, Piauí, Tocantins e Mato Grosso têm uma alta potencialidade de novas jazidas, segundo diversas fontes (Tabela 6).
Potássio – A Vale desenvolve o Projeto Carnalita (SE) de fosfato adotando o inédito método de lavra por dissolução, em data a ser definida, com grande impacto na produção nacional. As reservas existentes em Nova Olinda/AM revelam um alto potencial da substância, bem como a região de entorno, que foi exaustivamente requerida para pesquisa por diversas empresas. Novas metodologias de extração dos sais de potássio podem viabilizar a extração nessa região, altamente sensíveis aos impactos ambientais. Existem também estudos para aproveitamento de rochas ígneas que contém potássio, avaliando-se sua viabilidade técnica e econômica. A agricultura brasileira é especialmente dependente deste insumo nas formulações de NPK.
Na Tabela 7 encontram-se os direitos minerários vigentes no Brasil (dados de julho/2012).
Nióbio – O Brasil detém a maioria das reservas e produção de nióbio no mundo. A principal produtora é a CBMM e a Mineração Catalão/GO (Anglo American). O minério de nióbio no Brasil é o
pirocloro, cujo custo de produção é bastante competitivo. A CBMM desenvolve toda a cadeia produtiva, produzindo ligas metálicas com alto valor agregado. Diversas fontes citam o potencial da
reserva de nióbio de "Seis Lagos", no Amazonas, que merece um maior trabalho de pesquisa visando seu detalhamento. Outras fontes citam ainda a produção via garimpo, associada à columbitatantalita.
Terras Raras – Os embargos da China e a extrema valorização das cotações dos "ETR", que tem importante aplicação na indústria de alta tecnologia e de energias limpas, fizeram dessa
"commoditie" um insumo estratégico, provocando uma corrida mundial a novas áreas de produção. No Brasil ganha destaque o seu uso na indústria de catalisadores de petróleo, que utiliza o lantânio como componente. Diversas empresas (Vale, CBMM, MbAC, Minsur, dentre outras) tem divulgado projetos com potencial para obtenção de "ETR" como subproduto em projetos já ativos. É necessário diagnosticar toda a cadeia produtiva dos "ETR" e estimular a agregação de valor/tecnologia, atraindo empresas e centros de pesquisa.
Níquel – O Brasil oferece um enorme potencial para níquel laterítico nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde existem diversos projetos ativos e em fase de avaliação/desenvolvimento. Na Bahia, a Mina Santa Rita (Mirabela), uma das maiores de níquel sulfetado nos últimos anos, foi desenvolvida após licitação da CBPM, que executa um bem sucedido papel de órgão fomentador da mineração no estado. A Vale tem o projeto Onça-Puma, que está sendo reavaliado em quesitos técnicos, e avalia o projeto Vermelho/PA e outro no Piauí. A Anglo American aposta no projeto Barro Alto/GO e avalia Jacaré/PA e Morro sem Boné/MT, para assumir uma nova posição global no ranking de produtores de níquel. A Votorantim Metais produz ferro-níquel em Niquelândia/GO e em Fortaleza de Minas/MG, matte de níquel com cobalto contido (onde o maior conhecimento da geologia elevou a produção e a vida útil do empreendimento, após sua aquisição da Rio Tinto). A empresa avalia ainda o Projeto Montes Claros (GO). A Xstrata avalia o projeto Araguaia/PA. A Teck Resources e a Horizonte Minerals também realizam estudos de projetos no Brasil. Os projetos de níquel se caracterizam por alto investimento, alta complexidade e risco, o que deverá contribuir para a elevação futura das cotações deste insumo.
Bauxita – O Brasil tem posição de destaque, em nível mundial na produção de bauxita, com amplo desenvolvimento da cadeia produtiva do alumínio, mas bastante dependente dos custos de energia. A reavaliação desses custos deverá manter a competitividade dessa cadeia, uma vez que o alumínio não apresentou a valorização que atingiu outras commodities minerais e que um
expressivo percentual das refinadoras internacionais possui plantas tecnologicamente obsoletas e custos maiores de energia/produção. A região Norte do País mostra todo seu potencial  com contínua expansão da produção e novos projetos. Em 2010, a Vale alienou seus ativos da cadeia produtiva de alumínio para Norsk Hydro que, assim, completou sua integração vertical. Atualmente, a Rio Tinto avalia a viabilidade do projeto Amargosa/BA e a Votorantim avalia projetos em Barro Alto/GO e Rondon do Pará/PA, com estimativa de investimentos da ordem de US$ 3,4 bilhões.
Cobre – Os projetos que surgiram nos últimos anos (Sossego, Chapada, Salobo, etc) elevaram substancialmente a produção nacional de cobre, tornando o Brasil auto-suficiente em termos de cobre contido. Os novos projetos em curso (Alemão, Cristalino, Boa Esperança e Corpo 118) levarão o País a uma condição de exportador, além de incrementar a produção nacional de ouro obtido como subproduto em alguns projetos.
Somente a Vale estima produzir cerca de 18 tpa de ouro em seus projetos de cobre. A Paranapanema, que trabalha a metalurgia do cobre, desenvolve um programa de compra do minério de pequenas e médias mineradoras, estimulando a viabilização desses empreendimentos. A empresa também investe na expansão da capacidade de sua planta metalúrgica e, após ter sido alvo de oferta de compra pela Vale, na agregação de valor e melhor aproveitamento dos subprodutos contidos na metalurgia do cobre.
Zinco – A Votorantim desenvolve o projeto Aripuanã/MT que também irá produzir zinco, cobre e chumbo associado. A Votorantim adquiriu (Nov/2007) os antigos ativos da MASA (Vazante/MG) que deverá ser futuramente reativada.
Rochas Ornamentais – O Brasil se consolidou como produtor e exportador de rochas ornamentais em nível mundial. Em 2012 foi o maior fornecedor do exigente mercado norte-americano e, no total, registrou exportações da ordem de US$ 1,06 bilhão. A cadeia produtiva está em contínuo processo de modernização das atividades de lavra e beneficiamento, com o uso de fio diamantado e teares de multi-fios diamantados nas etapas de lavra e beneficiamento.
É importante ressaltar que o Brasil produz uma enorme variedade de rochas (granitos, mármores, quartzitos foliados, ardósias, pedra-sabão), com destaque para materiais exóticos únicos no mundo, além da ampla capacidade de atender a todas as demandas de mercado. No caso do quartzito foliado, já existem iniciativas de aproveitamento dos rejeitos, visando à produção de areia através de um processo simplificado de moagem e peneiramento. A proximidade de alguns centros consumidores torna essa operação bastante atraente.
A gestão associativa de resíduos é outra experiência bem sucedida do setor de rochas. Uma outra iniciativa é a avaliação do uso dos resíduos de rochas em outras cadeias produtivas (construção civil, cimento, cerâmica, agricultura) reduzindo o impacto ambiental. O DNPM e o MME buscam diversas ações para apoio à formalização da produção e atendimento de demandas e necessidades setoriais. Conforme quadro abaixo, na pesquisa mineral de rochas ornamentais destacam-se o Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. O Espírito Santo também possui um amplo parque de beneficiamento de rochas e uma grande rede logística e de apoio aos produtores, com dois APL (Arranjos Produtivos Locais) consolidados – Cachoeiro do Itapemirim e Noroeste -, garantindo assim, sua posição de competitividade e qualidade em nível mundial.
Gemas e diamante – O Brasil produz uma ampla variedade de gemas, reconhecidas mundialmente pela sua beleza e alta qualidade. Os destaques em termos de produção são Minas Gerais, Goiás, Bahia e Rio Grande do Sul. Com potencialidade, temos ainda o Pará e o Piauí e outros estados do Nordeste. A Lipari Mineração desenvolve o projeto Braúnas (Nordestina/BA) com uma estimativa de produzir cerca de 250 mil quilates de diamante por ano (em cerca de 7 anos de vida útil). Segundo reportagem do Valor Econômico, trata-se da primeira rocha kimberlítica na América do Sul em produção comercial.
Água Mineral – Produção amplamente disseminada no Brasil, com crescente potencial de consumo, favorecido pelo crescimento da renda do brasileiro.
Agregados/Argilas – O crescimento da construção civil acarretou um elevado consumo de agregado, que hoje tem um enfoque na mineração social e de desenvolvimento, associada ao crescimento econômico do Brasil. Segundo dados do IBRAM, a produção de agregados, em 2011, foi da ordem de 670 milhões de toneladas. É uma atividade de mineração amplamente disseminada pelo País e altamente impactada pelo custo de transporte ao centro consumidor
Hoje, diversas empresas cimentadas aproveitam o calcário não utilizado para cimento visando a produção de agregados, gerando novas receitas e reduzindo o impacto ambiental. No caso das argilas, os mercados de construção civil também garantem uma demanda crescente para peça de cerâmica vermelha (tijolos, telhas, etc) e pisos e revestimentos (cerâmica branca). Nesse setor, o desafio é a legalização das fontes de argila e a promoção do associativismo, estimulando as centrais de massa que podem fornecer matérias primas com sustentabilidade e menor custo (além de racionalizar a lavra).
A padronização e melhoria de qualidade das peças cerâmicas e a reciclagem são outros desafios do setor. A devida caracterização das argilas permite a fabricação de produtos com maior valor agregado. A reciclagem de resíduos da construção civil também é uma prática a ser estimulada e economicamente viabilizada. Existe, ainda, um enorme potencial para aproveitamento das áreas pós mineração nesses segmentos, elevando os benefícios para a população local (com novas atividades econômicas e de lazer) e melhorando sua qualidade de vida.
Calcário – Insumo bastante abundante no Brasil e no mundo. Em 2010, foram produzidas mundialmente cerca de 3,3 Bt de cimento. Uma tonelada de cimento demanda 3,5 metros cúbicos de areia e 2,2 metros cúbicos de brita para a fabricação de concreto. O Brasil produziu em 2011, cerca de 64,1 Mt de cimento, segundo dados do SNIC. Já existem projetos de produção de cimento com uso de fornos chineses, com menor custo, permitindo o surgimento de pequenas unidades regionais.
A CSN também desenvolve um sistema que aproveita suas reservas de calcário e a escória de siderúrgicas, garantindo uma produção com maior competitividade e aumento gradual de sua
capacidade produtiva.
Grafite – O Brasil é um importante produtor mundial, com destaque para Minas Gerais, onde a Magnesita desenvolve um projeto da ordem de R$ 80 milhões, com geração de 200 empregos no norte do estado (Alemanara) e produção prevista de 40 mil toneladas por ano, a ser iniciada em 2014. Outra empresa importante é a Companhia Nacional de Grafite, que produz na região de Itapecerica/MG. Existem potencialidades de produção no Espírito Santo, Ceará, Pernambuco, Goiás e Tocantins, segundo diversas fontes.
Xisto – A partir de 2008 houve uma retomada da pesquisa mineral do xisto com a emissão de cerca de 220 títulos minerários (entre alvarás e requerimentos), concentrados principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Países como os EUA e a Argentina também tem ambiciosos planos para explorar seu xisto, mostrando uma nova importância deste bem mineral. O potencial anunciado de produção desta matriz energética poderá ter um impacto nas cotações do petróleo e nas economias regionais.
Outros minerais – A Largo Resources inicia a implementação de seu projeto de Vanádio em Maracás/BA com alto teor (1,34%) e verticalização, com produção de ferro-vanádio. Foi anunciada,
também na Bahia, a existência de expressivos recursos de tálio. O Brasil também tem extensas reservas e expressiva produção de caulim. Outro minério de destaque no País é a tantalita,
amplamente utilizada em tecnologias avançadas e considerada um mineral estratégico para diversos países.
O Brasil também tem um enorme potencial para urânio e está retomando a pesquisa e a reavaliação geológica de seus recursos. A jazida de Itataia/CE (parceria com a Galvani) deverá entrar em operação nos próximos anos, tornando-se mais uma importante fonte de suprimento para o programa nuclear do Brasil, que implicará no avanço da mineração deste bem mineral.
A Vale recentemente adquiriu os ativos de titânio da estatal Metago (GO), indicando a viabilização da extração deste insumo a partir do anatásio, além de avaliar uma possível existência de fosfato. A Vale tem expressivas reservas deste minério em Araxá (MG).
Plataforma marítima – A mineração nas áreas da plataforma marítima mostrou amplo desenvolvimento nos últimos anos, com destaque para o calcário marinho (granulados bioclásticos
marinhos), de amplo uso como corretivo de solo, filtros para meio ambiente e indústria de alimentação. Estados como Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão e São Paulo tem a maior
quantidade de títulos minerários na área de plataforma, já existindo cerca de 15 concessões de lavra.
Sustentabilidade e conclusões – Falar em potencialidade da mineração exige obrigatoriamente mencionar os fatores relativos à sustentabilidade. Cada vez mais as comunidades envolvidas nos projetos de mineração adquirem importância na sua aprovação, exigindo também políticas diversas que potencializem o retorno para a região e a minimização da utilização de conteúdo local (RH, equipamentos e serviços). O uso futuro das áreas de mineração adquire um novo contexto, evitando situações anteriores de altos impactos negativos e elevados passivos para a comunidade (a exemplo da Serra do Navio, no Amapá, e do chumbo em Santo Amaro, na Bahia).
Para diversos produtos minerais, a sustentabilidade pode ser um diferencial na manutenção e conquista de novos mercados, como no caso das gemas e rochas ornamentais. A implementação de técnicas modernas como a lavra seqüencial reduz os custos produção e de fechamento de mina e antecipa uma série de ações, beneficiando a população na região do empreendimento mineral.
Na questão da sustentabilidade econômica, as empresas podem maximizar seus resultados avaliando seus diversos gargalos através da aplicação da "teoria das restrições", melhoria da
produtividade e gestão de seus principais indicadores gerenciais e de desempenho. As empresas de mineração devem melhorar a eficiência energética de suas operações e processos, bem como buscar a eco-eficiência no seu dia a dia. Políticas de qualidade e segurança são cada vez mais obrigatórias e inseridas na gestão da empresa, bem como as diversas certificações (ISSO 9000, ISSO 14.000, etc).
Já estão em curso por parte de diversas empresas (Vale, Anglo American, CIF, etc), ações de reaproveitamento de minérios em barragens de rejeito e pilhas de estéril, com ótimos resultados
econômicos. A maximização do retorno e da recuperação do recurso mineral é uma das premissas que devem orientar a operação das empresas de mineração.
Também podemos citar a reativação de diversas operações mineiras e/ou novos projeto com a expansão da configuração da mina decorrente da reavaliação das reservas minerais ou do próprio avanço da lavra. No Brasil diversos projetos de mineração já ativos ou em fase de implementação foram viabilizados a partir de antigas áreas de mineração de ouro (C1-Santa Luz/ Yamana, Riacho dos Machados/ Carpathian, etc), por exemplo.
Também já existem diversos projetos visando o aproveitamento de minério de ferro associado ao minério de ouro existente em determinadas minas (Ex.: Pedra Branca do Amapari/PA e Riacho dos Machados/MG da Carpathian). A reavaliação de projetos como a "Mineração Morro do Ouro" em Paracatu/MG, sob gestão da Kinross, resultou em uma substancial elevação da produção e da vida útil do empreendimento.
Antes de tudo, é importante ousar e sair de "zonas de conforto". O retorno pode ser surpreendente. Nossa indústria minerária tem muito espaço ainda a explorar para se consolidar
ainda mais! E assim, apoiar o processo de desenvolvimento do Brasil, como base de diversas cadeias produtivas.

A quarta maior mineradora do mundo está derretendo...

A quarta maior mineradora do mundo está derretendo...



Um gigante da mineração a Glencore PLC viu, somente hoje, a pulverização de quase um terço do seu valor. Poucos meses atrás a empresa anglo-suíça havia ultrapassado a Vale como a terceira maior mineradora do mundo baseado no valor de mercado.

Hoje isso mudou drasticamente. A Vale tem um valor de mercado de US$20,33 bilhões e a Glencore de apenas US$15,7 bilhões.

O motivo por trás da catástrofe, é a combinação das más notícias vindas da China, preço das commodities e, fundamentalmente, o sentimento do mercado de que a Glencore não irá conseguir pagar o seu gigantesco débito de $30 bilhões nas condições atuais.

Somente hoje a empresa perdeu mais de $5 bilhões.

Segundo o mercado a Glencore tem que passar por uma reforma profunda sem a qual a empresa poderá derreter completamente e entrar na insolvência.

A mesma análise está sendo feita para a Anglo American cujo valor de mercado é de US$12 bilhões. Acredita-se que a Anglo poderá, também evaporar caso uma cirurgia radical não seja feita.

As ações da Anglo caem 10% na Bolsa de Londres.

O que está puxando o mercado para baixo e assustando os investidores?

O que está puxando o mercado para baixo e assustando os investidores?



 
As últimas semanas foram um claro registro de turbulências nas bolsas de valores. Muitas empresas viram suas ações cair e seu valor de mercado atingir níveis baixíssimos.

A gigante suíça Glencore perdeu, somente hoje, 30% do seu valor de mercado e pode simplesmente derreter.

A Glencore vendeu recentemente o seu projeto de níquel no Brasil para a Horizonte Minerals por apenas US$8 milhões, uma quantia irrisória: uma fração do valor investido.

Uma sensação de pânico e desalento afeta o mundo dos investimentos e faz os investidores reagir em grupo: um verdadeiro estouro da boiada.

Por trás desse mar de incertezas está, como obviamente deveria estar, a China.

A China não só é a segunda maior economia do mundo, mas ela é a grande força motriz por trás de quase toda a economia mundial. É a China que compra o maior volume de commodities e que faz girar a maioria das engrenagens econômicas do planeta. A importância do gigante asiático é tremenda.

Se a China pegar um resfriado o mundo inteiro vai pegar uma pneumonia dupla.

Os países emergentes, como o Brasil, dependentes da exportação de commodities serão os mais prejudicados.

Mas não serão os únicos.

As megapotências como os Estados Unidos, serão grandemente afetadas, pois grande parte do seu lucro depende da estabilidade econômica dos países importadores.

É assim com o Japão e outros países, cujo modelo econômico está calcado na exportação.

Portanto quando existir qualquer problema macroeconômico a primeira coisa a verificar é o que está acontecendo na China.

E o que está acontecendo por lá é motivo de fortes preocupações.

As últimas estatísticas oficiais mostram que as empresas industriais chinesas tiveram uma queda nos lucros, de 8,8% em agosto, a pior em quatro anos. Esta queda é bem mais assustadora do que pode parecer, já que suas implicações são vastas e atingem as commodities de uma forma avassaladora.

O setor industrial e suas fábricas já estão no segundo mês de contração.

Mas ainda existem boas notícias vindas da China. A venda de roupas cresceu 22% no trimestre e a de calçados 36% o que fez as ações da Nike subirem 9%...

Segundo a Bloomberg o índice que mede as condições monetárias chinesas melhorou nos últimos dois meses, um fenômeno que não acontecia desde 2013...

Se a economia chinesa pisar no freio, como muitos acreditam, as importações de commodities sofrerão reduções significativas, asfixiando as grandes mineradoras responsáveis pela produção de minerais e, automaticamente, os países onde elas operam.

Em especial países como o Brasil, Indonésia, África do Sul, Austrália e Canadá.

O que esperar para os próximos dias?

As boas notícias que podem vir da China se relacionam aos estímulos financeiros criados pelo Governo Chinês, que podem desacelerar a queda criando uma oportunidade para um pouso suave.

domingo, 27 de setembro de 2015

Caçadores de tesouros procuram tacho de ouro lendário em Pitangui

Caçadores de tesouros procuram tacho de ouro lendário em Pitangui

Com detectores de metais, grupo procura tesouro que estaria enterrado.
Lenda contada no Município do Centro-Oeste de Minas atrai aventureiros.


Grupo usa detectores de metal em caça a tacho cheio de ouro (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)Grupo usa detectores de metal em caça a tacho cheio de ouro
Encontrar um tacho de ouro que teria sido enterrado há muitos anos no povoado rural de Mascarenhas, que pertence ao município de Pitangui, no Centro-Oeste de Minas. Esse é um dos objetivos de um grupo de amigos que praticam detectorismo na região. A prática recebe esse nome porque consiste em usar detectores de metais para procurar peças escondidas no subsolo.
Esse tipo de caça a tesouro tem crescido na região, afirmam os adeptos. O pesquisador Vandeir Santos mora em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e já perdeu as contas de quantas vezes se aventurou pelas matas pitanguienses em busca de artefatos metálicos antigos.
Vandeir Santos e Marcos Faria exibem detectores que usam em caça a tesouro (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)Vandeir Santos e Marcos Faria exibem detectores
que usam
Ele conta que existe uma história antiga, contada de geração a geração, que afirma que há um tacho cheio de ouro enterrado perto de alguns coqueiros há cerca de 5 km da cidade. Essa história parece ter, inclusive, uma árvore genealógica por trás.
"Uma moradora do povoado de Mascarenhas conta que o tacho de ouro pertenceu a João Lopes, um rico fazendeiro português que viveu século 19 e seria bisavô dela. Ele teve um namoro com uma escrava, sua bisavó. Ao longo da vida teve filhos com mulheres diferentes e, com medo de ter de dividir a fortuna, enterrou o tesouro. Não contou a ninguém onde o escondeu, mas morreu sem resgatá-lo. Não existem documentos que comprovem isso. Por enquanto, é uma história ligada apenas ao imaginário popular", conta.
O "por enquanto" dito por Vandeir faz sentido. É que mesmo considerando a história uma lenda, ele e alguns amigos costumam passar boa parte das horas vagas perambulando pela região com seus detectores de metais. Os equipamentos apitam com muita frequência, indicando que há algo metálico enterrado no local. Ainda não acharam nenhum tacho de ouro, mas encontram muitos pedaço de enxada, latas enferrujadas, pregos e, de vez em quando, alguma ferramenta antiga.
Detectorismo3 (Foto: (foto: acervo de Vandeir Santos/Divulgação))Peças encontradas em área rural de Pitangui com
detectores
Sem ambição
O principal objetivo, ele afirma, não é ambição por riquezas. A missão é ir atrás do passado. Levantar elementos que contribuam para a preservação da história de Pitangui. "Costumamos fotografar os objetos que achamos e para divulgar a história do Município. Também já doamos muitas dessas peças ao Museu Histórico de Pitangui", comentou.
O também pesquisador Marcos Antônio de Faria é membro do Instituto Histórico de Pitangui, fundado em 1968. Ele afirma que ainda há muito ouro escondido em Pitangui. "Os bandeirantes retiraram o metal que estava por cima da terra. O que estava nas profundezas continua lá", afirmou.
Quando história oral e ciência se misturam, a crença na possibilidade de encontrar ouro aumenta e desperta o interesse de cada vez mais gente. O grupo de detectoristas começou com dois amigos e agora já são cinco. Para eles, cada caçada é uma aventura. Mesmo que não encontrem ouro, afirmam, a experiência é enriquecedora. "É um contato direto que temos com a valiosa história de Pitangui", concluiu Vandeir.

Garimpos do rio Madeira e Apuí, no Amazonas, operam sem licença ambiental

Garimpos do rio Madeira e Apuí, no Amazonas, operam sem licença ambiental

Permissão de Lavra Garimpeira só é expedida ou validade quando a licença de operação do órgão ambiental é concedida

Embarcações foram flagradas há duas semanas fazendo exploração e dificultando o tráfego no rio Madeira
Embarcações de garimpo no rio Madeira abordadas durante operação da Marinha 
Os garimpos localizados na calha do rio Madeira e do rio Juma, no Amazonas, estão operando sem o licenciamento ambiental. A situação minerária de cada uma das cooperativas pode ser consultada por meio dos dados de seus respectivos processos publicados no site do Departamento Nacional de Proteção Mineral (DNPM), os quais o portal acritica.com teve acesso.
O número de cada processo é obtido por meio do Sistema de Informações Geográficas de Mineração (Sigmine), que oferece coordenadas de mapas e uma série de dados sobre lavra garimpeira.
Três cooperativas têm a Permissão de Lavra Garimpeira (PLG), mas a falta da licença expedida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) torna o documento do DNPM inválido. Uma das cooperativas, contudo, não possui o PLG.
Cassação
A Cooperativa dos Extrativistas Minerais de Manicoré, embora possua dois requerimentos para atuar no rio Madeira, ainda não obteve a licença de operação expedida pelo órgão ambiental. Por este motivo a entidade também não possui a Permissão de Lavra Garimpeira, embora esteja extraindo ouro desde julho de 2011, segundo apurou o portal acrítica.com.
No rio Madeira, a Cooperativa dos Extrativistas Minerais Familiares de Humaitá possui uma PLG de 21 de julho de 2010, mas a licença de operação do Ipaam está vencida desde 02 de junho de 2011. Até o momento, esta cooperativa não obteve a renovação da licença ambiental.
A Cooperativa Extrativista Mineral Familiar do Rio Juma (Cooperjuma) mantém uma Permissão de Lavra Garimpeira desde no ano passado. Sua licença venceu no último dia 26 de janeiro.
A única associação que obteve licenciamento ambiental é a Cooperativa dos Garimpeiros da Amazônia (Coogam), que possui quatro Permissões de Lavra Garimpeira no rio Madeira. No entanto, 16 dias após iniciar as atividades, o Ipaam cassou o licenciamento da cooperativa.
DNPM
Ao procurar o diretor-presidente do DNMP nesta quarta-feira (01), Fernando Burgos, a reportagem foi informada que ele estava em reunião. Burgos também não retornou a ligação feita pela reportagem.
Na segunda-feira passada (30), contudo, Burgos confirmou que a Coogam e a Cooperjuma estavam sem o licenciamento e que a situação iria ser avaliada pelo órgão. Quanto às outras cooperativas, ele sugeriu a reportagem pegar mais detalhes no Ipaam.
Ipaam
A reportagem entrou em contato com o Ipaam por meio da assessoria de imprensa do órgão, e obteve três emails como respostas. No primeiro deles, o órgão disse que recebeu da Cooperjuma no dia 6 de janeiro o pedido de renovação do licenciamento ambiental. Segundo o Ipaam, a legislação determina que o interessado apresente 60 dias antes do vencimento da licença ambiental.
A nota diz que área do Juma receberá a equipe técnica da Gerência de Recursos Hídricos e Minerais em 60 dias. Se as condicionantes descritas foram cumpridas pelo garimpo será concebida a renovação ou não.
O Ipaam confirmou que três cooperativas atuam na área do rio Madeira, mas que somente a Coogam teve a licença cassada. Na nota, a assessoria não especifica o nome das cooperativas. Diz apenas que a de "Humaitá está licenciada" e a de "Manicoré está em processo de licenciamento".
Procurada novamente para dar mais detalhes sobre a situação de cada uma delas e os motivos de cassação da licença da Coogam, o Ipaam emitiu nova nota, assinada desta vez pelo presidente do órgão, Antônio Ademir Stroski, publicada na íntegra: "O Ipaam inicia a discussão para disciplinar no aspecto ambiental toda a atividade minerária e de lavra de ouro no leito do rio Madeira. Uma vez que a atividade já está ocorrendo em quase toda a extensão do rio no interior do Estado. Por hora, o Ipaam não pretende divulgar informações fragmentadas sobre as cooperativas que exploram lavra e ouro no rio Madeira. E oportunamente fornecerá dados técnicos complementares".
Operação
Geomario Leitão de Sena, presidente da Coogam, questiona a justificativa dada pelo Ipaam para cassar o licenciamento ambiental para a operação.
"Disseram que a gente não tinha licenciamento municipal e que as nossas dragas desobedeciam as regras de instrução normativa. Só que a o nosso garimpo não está na zona urbana, mas na rural. E a instrução normativa que eles referiam era a que rege cooperativa familiar. Mas a nossa cooperativa não é extrativista familiar, é uma empresa de mineração", disse Sena.
Sena afirmou que a Coogam obteve o licenciamento ambiental no dia 19 de setembro de 2011. A associação exportou então 35 equipamentos para banir o mercúrio da exploração de ouro. A operação começou no dia 1º de dezembro de 2011, mas teve que parar no dia 28 do mesmo mês. Para Sena, a cassação da licença tem "interesses políticos".
A Coogam já entrou com mandado de segurança na justiça federal. Enquanto a ação não for julgada, o DNMP não suspende ou cancela sua PLG.

Duzentos quilos de ouro são retirados mensalmente no rio Madeira, diz garimpeiro

Duzentos quilos de ouro são retirados mensalmente no rio Madeira, diz garimpeiro



PORTO VELHO, RONDÔNIA - Para quem acha que o ouro do rio Madeira acabou por causa do blefo generalizado de garimpeiros no final da década de 80, em Porto Velho, pode estar redondamente enganado. Hoje, somente no trecho entre Teotônio e a Vila de Vai Quem Quer, próximo ao antigo distrito de Mutum-Paraná existe uma reserva de aproximadamente 700 toneladas de ouro, num trecho de aproximadamente 160 quilômetros. Uma riqueza que está sendo negligenciada pelo poder público.
 Os dados foram apresentados pelo presidente da Cooperativa dos Garimpeiros, Mineração e Agroflorestal – Minacoop, durante audiência pública realizada na Câmara de Porto Velho, na tarde desta quinta-feira 16. Proposta pelo vereador Alan Queiroz (PSDB), a audiência discutiu a urgente necessidade de o município criar mecanismos de controle na cobrança de impostos resultantes da lavra garimpeira no rio Madeira, uma atividade lucrativa e que ainda está em expansão.

A audiência contou com a presença de representantes de cooperativas que atuam no setor da lavra, do Departamento Nacional de Pesquisas Minerais (DNPM) e do Governo do Estado. Mais uma vez o município mostrou desinteresse em assunto tão relevante a não enviou representantes. Perde o município que continua sendo omisso numa questão que poderia garantir sustentabilidade nunca vista aos cofres públicos municipais.

O vereador Everaldo Fogaça (PTB) questionou ao representante do DNPM, Deolino Neto sobre a fiscalização das pedreiras da Ponta do Abunã, cuja produção serve a quase 100% ao estado vizinho do Acre. Segundo Deolino, a jurisdição do DNPM da região abrange Rondônia e Acre e não há como fiscalizar todos os ilícitos minerais ao mesmo tempo. De acordo com Deolino a falta de estrutura para fiscalizar e o desconhecimento sobre legislação mineral é um problema comum a todos os Estados.

“A questão da Ponta do Abunã é bem clara. O Estado produz riqueza mas a falta de fiscalização  e um mecanismo arrecadador desses impostos inexiste. Perde o município, perde o Estado, perde o País”, ressaltou Fogaça. De acordo com o vereador, a Contribuição que cabe ao Município pelo imposto do minério é mais de 60%, bem superior ao que é vai para os cofres do Estado (23%) e à União (12%). “O Município está deixando nossa riqueza escapar por pura negligência”, comentou o vereador.

Os garimpeiros presentes à reunião e que falaram na audiência deixaram claro que os duzentos quilos de ouro produzidos mensalmente pode até parecer pouco, mas alertam que a atividade da lavra envolve outras matérias como pedras preciosas, cascalho, e areia que em muitos casos abastecem a construção civil do Estado.

Petra Diamonds em vias de se tornar a maior produtora de diamantes da África do Sul

Petra Diamonds em vias de se tornar a maior produtora de diamantes da África do Sul



Há dez anos ninguém poderia imaginar que a “junior” Petra Diamonds iria, um dia, se tornar a maior produtora de diamantes da África do Sul, um reduto inexpugnável da De Beers.

Nesta época ninguém imaginava que a Petra Diamonds iria controlar cinco dos maiores e mais importantes kimberlitos do mundo, se tornando na maior produtora independente de diamantes do planeta.

A empresa, que foi fundada em 1997 e está listada na Bolsa de Londres, já é tudo isso e se prepara para, em breve, ultrapassar a De Beers na África do Sul.

No momento a De Beers ainda é a maior produtora na região, mas em breve, com a venda de dos rejeitos da mina de Kimberley ela irá perder uma produção de 722.000 quilates anuais. A De Beers deverá, também, fechar a mina de Voorspoed ficando, nos próximos anos, somente com a mina de Venetia onde a produção estará em torno de 4 milhões de quilates por ano.

Enquanto isso a Petra continua expandindo a espetacular mina de Cullinan, lar dos maiores diamantes conhecidos, que junto com Finch produzem uma grande parte dos seus 3,4 milhões de quilates ano.

Em quatro anos a Petra Diamonds já estará produzindo mais de cinco milhões de quilates ano, que podem incluir os diamantes de Kimberley, também na mira da agressiva mineradora.

Apesar da queda nos preços do diamante bruto a Petra Diamonds tem um excelente rating dado pelas agências de risco.

sábado, 26 de setembro de 2015

ALGUNS CÉLEBRES DIAMANTES BRASILEIROS Descobertos no século XX

ALGUNS CÉLEBRES DIAMANTES BRASILEIROS
Descobertos no século XX




É muito provável que os exemplares descritos neste artigo, cuja existência tornou-se pública, constituam apenas uma parte dos espécimes de vulto que tenham, de fato, sido encontrados no século XX, pois, à medida que as condições de segurança e econômicas se deterioraram no país, cada vez menos se soube de eventuais descobertas de grandes diamantes.
Logo no início do século, em 1906, foi encontrado aquele que é considerado o terceiro maior diamante de qualidade gemológica já descoberto em nosso país, o denominado Goyás. Ao que consta, a gema pesava 600 quilates, foi lavrada no Rio Veríssimo, Município de Catalão, no estado homônimo, sendo sua história e paradeiro atual desconhecidos.
O maior diamante de qualidade gemológica encontrado no Brasil e, provavelmente, o oitavo maior jamais descoberto no mundo, é o denominado Presidente Vargas, que originalmente possuía 726,60 quilates e forma plana. Ele foi achado em 1938 no leito do Rio Santo Antônio do Bonito, região de Coromandel, no Triângulo Mineiro, e vendido no ano seguinte para o joalheiro novaiorquino Harry Winston, por US$600 mil. Esta pedra foi lapidada em 23 gemas, das quais 8 possuem corte esmeralda. A maior delas, pesando 48,26 quilates, foi mais tarde relapidada para 44,17 quilates e adotou o nome de Vargas, o mesmo da gema bruta.
1- Diamante Presidente Vargas
(computação gráfica de Jaime Barbosa, sob supervisão de Iran F. Machado)
Além do Presidente Vargas, a região de Coromandel produziu, entre 1935 e 1965, mais oito diamantes com mais de 200 quilates, cada, e outros 16 com mais de 100 quilates. Ademais, o exemplar anônimo que ocupa a segunda posição no ranking brasileiro, com 602 quilates (1994), e os que detém da quarta à sexta posição, isto é, o Darcy Vargas, com 460 quilates (1939), o Presidente Dutra, com 407,68 quilates (1949) e o Coromandel IV, com 400,65 quilates (1940) foram todos encontrados nesta região.
Em 1986, um exemplar de alta qualidade com 164 quilates foi encontrado no município de Carmo do Paranaíba, no Triângulo Mineiro, e recebeu o nome de Princesa do Carmo. No ano seguinte, um pequeno diamante vermelho pesando 0,95 ct, proveniente de uma localidade brasileira não identificada, estabeleceu o atual recorde de mais valiosa substância mineral jamais alcançado, ao ser arrematado em um leilão pela quantia de US$880 mil, o que correspondeu ao astronômico valor unitário de US$926 mil por quilate. Esta pedra e outras duas de cores algo semelhantes foram adquiridas por um colecionador de Montana (EUA) de um lapidário brasileiro, em 1956.
Nos anos de 1989 e 1990, foram noticiados os achados de dois grandes diamantes de boa qualidade na região de Juína, Mato Grosso, sendo o primeiro, de 232 quilates, descoberto no ribeirão Mutum, e o segundo, de 213 quilates, encontrado no leito do rio Cinta Larga.
Outro diamante descoberto no Brasil, que recentemente adquiriu notoriedade, é o denominado Moussaieff Vermelho, um dos 4 únicos desta cor sem qualquer tom modificador, cuja existência é pública. Até 1997, ele possuía mais que o dobro do peso de qualquer outro diamante vermelho lapidado já graduado pelo Instituto Norte-Americano de Gemologia (GIA). A gema foi adquirida de um fazendeiro brasileiro nos anos 90 e possuía, originalmente, 13,90 ct. Em seu estado atual, possui 5,11 ct, mede 11.02 x 10,57 x 6,06 mm e foi lapidada em estilo brilhante modificado e forma triangular arredondada pela empresa William Goldberg Diamond Corp., de Nova York.

Investimentos recentes podem mudar situação do Brasil no setor de diamantes

Investimentos recentes podem mudar situação do Brasil no setor de diamantes

País já foi o maior produtor do mundo e hoje é insignificante no mercado. Especialista diz que Brasil tem imenso potencial ainda inexplorado


Stephane de Sakutin/AFP
 
Brasília – Diamantes dão brilho ao roteiro de um filme ou de uma telenovela. E também podem se destacar nos relatos da formação de um país. Quando se descobriram os primeiros exemplares desse mineral na região onde hoje fica Diamantina (Vale do Jequitinhonha), em 1725, só se tinha visto algo semelhante extraído de minas da Índia.

As pedras foram levadas por um padre para a corte portuguesa, que tratou de regulamentar e incentivar as lavras no Brasil. “A história dos diamantes se confunde com a do país”, resume Francisco Valdir Silveira, chefe do departamento de recursos minerais da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).

Surgiram garimpos nas Gerais, na Chapada Diamantina, da Bahia, e em tantos outros lugares. O Brasil foi, durante muito tempo, o maior produtor mundial. Até que se descobriu o minério na África. Primeiro, no leito dos rios, como aqui, depois, no início do século passado, em depósitos primários subterrâneos.

Diamante deixou de ser apenas algo que se consegue peneirando cascalho. E o peso do país foi encolhendo. De acordo com os dados mais recentes, respondemos por apenas 0,04% da produção global, apesar de termos a sexta maior indústria de mineração do mundo quando se levam em conta o ferro, a bauxita e outros itens. “Para um geólogo de diamantes, o Brasil é o país mais frustrante do mundo”, relata Mark Van Bockstael, chefe de inteligência de mercado da Antwerp World Diamond Center (AWDC), uma fundação na cidade belga que concentra 50% do mercado de diamantes brutos do mundo e 84% dos lapidados.


Ele se refere ao imenso potencial ainda inexplorado no país. Segundo a CPRM, há 1.325 depósitos de kimberlitos ou minerais associados, onde podem ser descobertos os depósitos primários de diamantes — de onde são levados para os rios pela erosão. “Desses, provavelmente 20 são economicamente viáveis”, afirma Silveira.


A primeira mina do país em um depósito primário, a Braúna, vai começar a operar em Nordestina (BA) no começo de 2016.  Em outubro, ela deverá estar funcionando experimentalmente. É um processo bem diferente da coleta de cascalho dos rios, o garimpo de aluvião, que também pode ser mecanizado. As lavras subterrâneas serão exploradas por explosões.

As rochas trituradas mergulham em ferro-silício, em que partículas mais densas, incluindo diamantes, decantam. Dali, seguem para uma câmara onde recebem laser, que destaca os diamantes. Funcionários que estão fora do compartimento enfiam a mão em luvas semelhantes às de laboratórios de doenças altamente contagiosas, acessando o interior do compartimento blindado para separar os diamantes. Não serão usados produtos químicos e 98% da água será reciclada.

A mina de diamantes baiana, a primeira na América Latina, é resultado de um investimento de R$ 80 milhões de belgas e chineses, comerciantes de gemas que criaram uma mineradora, a Lipari, ao decidir enveredar por esse ramo. O total de recursos empregados no projeto deve chegar a R$ 200 milhões.

BARREIRA
O alto custo é um grande obstáculo para o aumento da exploração, explica Silveira, da CPRM. “Mas, duas ou três pedras grandes, se forem encontradas, pagam tudo isso”, diz. No mercado de diamantes, não há padrões tão rígidos quanto no do ouro. Um quilate (medida de peso padrão nesse setor, equivalente a 0,2 gramas) pode valer US$ 200, no caso de uma pedra pequena. Mas chega a US$ 5 mil, no caso de uma pedra grande e de qualidade — ou muito mais. Cores valorizam: os diamantes rosas estão entre os mais caros do mundo.

Fábio Borges, diretor financeiro da Lipari, está entre os que apostam que a exploração de diamantes subterrâneos no Brasil pode crescer muito. “O Canadá não tinha nenhuma mina no início dos anos 1990. Hoje, tem nove. E lá é muito mais difícil de implantá-las porque as reservas estão em locais remotos, no meio do gelo”, compara. Em sete anos, a Braúna poderá atingir a produção de 360 mil quilates, 7,5 vezes a produção total do país no ano passado.

Para o diretor de fiscalização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Walter Arcoverde, o câmbio poderá impulsionar investimentos em novas lavras subterrâneas de diamantes. “A valorização da moeda nacional frente às estrangeiras faz diminuir o garimpo”, analisa.