terça-feira, 13 de outubro de 2015

Garimpos em Diamantina abrigam histórias e esperança

Garimpos em Diamantina abrigam histórias e esperança


As águas que cortam as montanhas da Serra do Espinhaço já fizeram muitos olhos brilharem. Milhares e milhares de diamantes saíram de lá, construíram reinos, enriqueceram nações, tudo saindo dos rios, dos nossos garimpos.
O garimpeiro Belmiro Nascimento explica que o diamante não enriqueceu pessoas só na época da coroa e diz que conhece muita gente que ficou rica por causa da pedra preciosa.
Os descendentes de Belmiro chegaram à região há mais de 200 anos pra encontrar ouro e diamante. Ele cresceu no meio do garimpo, ouvindo muitas histórias.
Até hoje, pedras escondidas na época da mineração são achadas, segundo Belmiro. “Vários tesouros já foram encontrados ai no leito do rio. Os escravos ou mesmo garimpeiros da época eles escondiam essas pedras que eram encontradas dentro daquilo que a gente chama de paiol de pedra. E eles ficaram na beira dos rios, os anos foram passando, as vezes quando um garimpeiro contemporâneo não tem onde trabalhar, ele por uma questão de fazer alguma coisa, ele vai a um lugar desse e por sorte encontra essa pedra guardada lá. É um tesouro”, afirma o garimpeiro.
A natureza é generosa, mas para encontrar diamante é preciso olhar apurado e técnica. No período de seca, com as águas mais baixas, a garimpagem acontece quase sempre na beira do rio. Quando chove, o trabalho é feito nas chamadas canoas.
Parece mesmo um paradoxo. As ferramentas usadas para achar essa pedra que vale tanto são extremamente simples, rudimentares. Enxada, pá, bateia, peneira são companheiras inseparáveis de qualquer garimpeiro. Que precisa andar bem acompanhado também da sorte.
“Tem uma cultura do garimpo que fala que o diamante tem dono. Então, as vezes você vai passar por aquele diamante não vai ver. Eu venho depois de alguns dias e vou encontrar. é predestinação? talvez isso”, conta Belmiro.
Mas a técnica, o conhecimento e a experiência são fundamentais. “Muita gente fala que garimpo é sorte. É claro que a gente precisa dela, mas tem que tá aliado ao conhecimento. Alguns sinais, alguns caminhos que a natureza ensina pra gente. Se você não souber interpretar, você não encontra essa pedra”, complementa. O garimpeiro chama isto de satélite de diamante.
As dificuldades do garimpo foram um dos motivos que levaram a família de Belmiro a abrir a área também para receber turistas. No local, o trabalho é mostrado para os visitantes.

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