segunda-feira, 12 de outubro de 2015

O garimpeiro não esta a MARGEM DA HISTÓRIA

O garimpeiro não esta a MARGEM DA HISTÓRIA



Ele é parte da historia do Brasil, ele é o Brasil desde os seus primórdios.
Negar o garimpeiro é negar a própria essência do Brasil.
Nada diferencia o caucheiro dos tempos de Euclides da Cunha com o garimpeiro de hoje a não serem as ferramentas de trabalho mais poderosas.
Une o caucheiro ao garimpeiro pela forma de vida errante, pela violência, pela recusa as regras da sociedade organizada;
Une à sociedade de1905 a sociedade atual o mesmo olhar da sociedade Legalista da época e de hoje tanto ao caucheiro, como ao garimpeiro, o olhar condescendente ou horrorizado a um Brasil diferente.

O geólogo Fernando Lemos que conhece e preza a Lei e suas nuanças e reconhece isto pinçou com sua vasta cultura para ojornal do Ouro, as frases da literatura mostrando um Brasil verdadeiro de mais de cem anos que ate hoje persista com as suas mesmas singularidades humanas.
Reconhecer a diferença é prova de inteligência, concordar como ideal para uma nação moderna é outra coisa, mas recusar a realidade como muitos e querer impor a Lei da maioria pela força é prova de limitação intelectual e de desconhecimento da sua própria história;
Abaixo citações do escritor brasileiro Euclides da Cunha retiradas do livro “a margem da história” a respeito do Brasil amazônico em formação que ele conheceu e retratou de forma magistral. As diferenças da língua portuguesa não escondem a similaridade de atitudes entre a sociedade atual do garimpo com a sociedade dos caucheiros da Amazônia no ano de 1905, 109 anos atrás,
“completamente sós, acompanhados apenas do rifle inseparável, que lhes garante a existência com os recursos aleatórios das caçadas. Ali mourejam improficuamente longos anos; enfermam, devorados das moléstias; e extinguem-se no absoluto abandono. , ao mesmo tempo que o invade o sentimento da impunidade para todos os caprichos e delitos, cai, de um salto, numa selvageria originalíssima, em que entra sem ter tempo de perder os atributos superiores do meio onde nasceu.
Realmente, o caucheiro não é apenas um tipo inédito na História. 
Junta-os apenas sem os caldear. É um caso de mimetismo psíquico de homem que se finge bárbaro para vencer o bárbaro.  reponta em todos os atos da sua existência revolta. O mesmo homem que com invejável retitude esforça-se por satisfazer os seus compromissos, que às vezes sobem a milhares de contos, com os exportadores de Iquitos ou Manaus, não vacila em iludir o peón miserável que o serve, em alguns quilos de sernambi ordinário; 
 A selvageria é uma máscara que ele põe e retira à vontade.
.Arruina-se galhardamente; e volta... Reata a faina antiga: novos quatro ou seis anos de trabalhos forçados; nova fortuna prestes adquirida; novo volver ansioso em busca da fortuna perdidiça, numa oscilação estupenda das avenidas fulgurantes para as florestas solitárias.
Não há leis. Cada um traz o código penal no rifle que sobraça, e exercita a justiça a seu alvedrio, sem que o chamem a contas.

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