A busca pelo tesouro continua
Dia 08 de outubro participei de gravações para um programa da TV Record sobre os tesouros perdidos de Pitangui, mais especificamente o tesouro da carta do português, tema já retratado em matéria do dia 26 de julho de 2011
Ao aprofundar na história para conseguir mais argumentos para a matéria me deparei com um documento muito interessante. Trata-se de um contrato registrado em cartório no ano de 1957 onde os sócios Geraldo Cecílio dos Santos, José Timóteo de Souza, José Moreno dos Santos, José Megale e Benedito Fernandes acertam as condições de divisão do que eventualmente fosse encontrado nas escavações que seriam realizadas nas terras do casal Francisco Gabriel de Castro Campos, sua mulher D. Judite de Abreu e Silva.
Cabeçalho do contrato
“Contrato de sociedade de pesquisa de ouro, cristal e outro qualquer minério que fazem e assinam Francisco Gabriel de Castro Campos, sua mulher D. Judite de Abreu e Silva, Geraldo Cecílio dos Santos, José Timóteo de Souza, José Moreno dos Santos, José Megale e Benedito Fernandes na forma abaixo. Francisco Gabriel de Castro Campos, sua mulher D. Judite de Abreu e Silva, brasileiros, casados, proprietários, residentes e domiciliados nesta cidade, Geraldo Cecílio dos Santos, José Timóteo de Souza, José Moreno dos Santos, José Megale e Benedito Fernandes, todos brasileiros, casados e domiciliados nesta cidade, pelo presente contrato contratam uma sociedade para pesquisa de ouro, cristal ou outro qualquer minério que for encontrado nos terrenos das chácaras Lava-pés, Caruru, Córrego Seco e mais terrenos nas confrontações de Córrego Seco e Caruru, sítios no distrito desta cidade e de propriedade dos primeiros contratantes sob as cláusulas e condições seguintes: 1ª) Os primeiros contratantes garantem aos segundos contratantes o direito de pesquisarem nos terrenos de sua propriedade acima descritos, ouro, cristal ou outro qualquer minério que nos ditos terrenos forem encontrados, sem trazer-lhes embaraços ou dificuldades para o referido fim, ficando com o direito de porem uma pessoa para fiscalização do serviço, o qual será apresentado por escrito aos segundos contratantes. 2ª) O ouro, cristal ou outro qualquer minério que for encontrado nas pesquisas nos terrenos a que se refere este contrato será dividido em sete quotas iguais, cabendo uma a cada um dos contratantes e uma, se não gasta, será no fim dividida ou gasta de acordo com os contratantes. 3ª) O valor deste contrato é de 10.000,00 (dez mil cruzeiros) e o prazo do contrato é de um ano a contar da data de sua assinatura, data em que poderá ser reformado ou prorrogado se assim se resolverem. 4ª) Os segundos contratantes Srs. Geraldo Cecílio dos Santos, José Timóteo de Souza, José Moreno dos Santos, José Megale e Benedito Fernandes se comprometem a fazer a pesquisa com seus próprios serviços não admitindo nenhuma pessoa nas pesquisas a não ser os contratantes, e todas as despesas feitas com o serviço das pesquisas, como todos os riscos de acidente ou vida dos pesquisadores correrá por suas próprias contas, uma vez que serão eles próprios os executores e dirigentes dos serviços, ficando os primeiros contratantes isentos de despesas e responsabilidades de acidentes. 5ª) Quaisquer objetos como ferramentas antigas que forem encontradas nas escavações e que ainda tenham valor serão divididas entre os contratantes em quotas iguais. 6ª) Terminados os serviços os segundos contratantes se comprometem a encher os buracos que forem abertos nas pesquisas, não deixando nenhum aberto. Ficam os segundos contratantes autorizados a levantar nos referidos terrenos uma tolda ou rancho que lhes sirva de agasalho durante o tempo das pesquisas. 7ª) Por assim terem combinado, passam o presente contrato em três vias e os assinam com duas testemunhas, Pitangui, 02 de fevereiro de 1957. Francisco Gabriel de Castro Campos, Judite de Abreu e Silva, Geraldo Cecílio dos Santos, José Timóteo de Souza, José Moreno dos Santos, José Megale e Benedito Fernandes. Testemunhas Hildebrando Duarte, Lydio Lopes Cançado. Firma reconhecida pela 2ª Tabeliã da Comarca, Lydia Lopes Cançado. Selado com CR$51,50 de selos federais, inclusive a taxa de caducação e saúde. Nada mais conferi está exato. Apontado no Protocolo A-2, sob nº 3.832, em nome do apresentante, Sr. José Moreno dos Santos, aos doze dias do mês de fevereiro de mil novecentos e cinquenta e sete. Eu Maria Elvira Bahia, Oficial do Registro de Títulos, Documentos e Pessoas Jurídicas, subscrevi e assino. Maria Elvira Bahia.”
É interessante observar que 4 homens de idade tenham levado a coisa tão a sério a ponto de registrar em cartório a forma como a qual o tesouro seria dividido. Em preços atuais estamos falando em R$150.000.000,00, cento e cinquenta milhões de reais!
Eu no local escavado pelos sócios
É possível que o local tenha sido escolhido em virtude dos sócios terem encontrado uma pedra que teria o mapa da tal mina onde estaria escondido o tesouro. A pedra foi levada para a cidade para ser melhor estudada, mas perceberam que ela só indicava a localização se estivesse no seu local de origem. Retornaram com a pedra mas não conseguiram encontrar o local de onde foi retirada e para não voltar com o peso para trás a deixaram no alto da serra. Pouco antes de seu falecimento José Megale levou o genro Reynaldo e lhe mostrou a tal pedra. Fomos com o Reynaldo no local mas ele não se lembrou mais de onde havia visto a pedra uma vez que a região mudou muito.
Alguém quer se aventurar a ficar rico? As coordenadas são S 19º39’49.1” e WO 44º54’42.7” mas não se esqueça da minha comissão, rsrsrsrsr.
Vandeir Santos
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