Detectorismo - Desenterrando a história do centro-oeste
Além de minhas aventuras atrás das antigas minas de ouro da região de Pitangui, costumo também praticar um outro hobby, o detectorismo. Esta prática consiste em utilizar um detector de metais para encontrar objetos que se encontram enterrados e, no meu caso, que tenham valor histórico. Muitos encaram estes aparelhos como ferramentas para encontrar possíveis tesouros, é a primeira coisa que vem à cabeça da maioria das pessoas, mas depois de anos nesta atividade posso afirmar que a possibilidade de se encontrar alguma coisa de valor é remota, tendo em vista que estamos sempre diante de lendas e histórias sem fundamento. Quanto ao ouro bruto (pepitas), ele exige detectores específicos de custo muito alto, tendo em vista a ocorrência deste metal em terrenos muito mineralizados.
Para a pesquisa em nossa região o ideal são os detectores do tipo rastreador, os quais são mais fáceis de operar. A profundidade alcançada vai depender do tipo de aparelho, mas a maioria tem alcance máximo de 40cm, isto dependendo do tamanho do objeto enterrado. Alguns detectores podem alcançar 1,5m. O uso de um acessório denominado pinpointer facilita bastante no momento de cavar, pois possuem a capacidade de localizarem mais precisamente o objeto quando a terra já está revolvida. Uma boa ferramenta de cavar é fundamental.
Detector do tipo rastreador
Na região de Pitangui as pesquisas podem ser feitas nos locais onde existiram sedes de antigas fazendas. Pesquisas em locais onde ainda existe habitação são complicadas devido a alta contaminação do solo com lixo. Um excelente campo de pesquisa é o local onde existiu a primeira fábrica de tecidos do Brumado, fundada em 1873. Com a mudança da fábrica para a parte mais alta uma quantidade muito grande de material ficou enterrada no terreno encharcado. Infelizmente o dono do terreno tem se mostrado pouco cooperativo.
Peças da antiga fábrica do Brumado (já doadas ao IHP) - Foto: Vandeir Santos
No último dia 19/09, sexta, aproveitei minha ida ao Centro Cultural de Pompéu e no retorno passamos pelo Pompéu Velho no local onde existiu o casarão da Joaquina do Pompéu, na companhia de Judith Viegas (descendente de Joaquina) e de Angélica Xavier. Com a cana colhida e o local limpo tive a oportunidade de encontrar diversos objetos que um dia fizeram parte da estrutura da sede.
Peças encontradas no Pompéu Velho - Foto: Vandeir Alves
Suporte de metal, moeda de 40 réis, puxador de gaveta, uma aliança de cobre
e um pedaço de tacho de cobre - Foto: Vandeir Santos
Pesquisando no Pompéu Velho - Foto: Judith Viegas
O coordenador do Centro Cultural Dona Joaquina do Pompéu, Hugo de Castro, já foi comunicado dos achados e em breve será oficializada a entrega das peças ao museu de Pompéu.
Peças encontradas na região de Pitangui - Foto: Vandeir Santos
Moedas de 5 centavos de Real encontradas no pé do Jequitibá próximo
a "Estrada Real" - Foto: Vandeir Santos
Caso algum leitor deste blog saiba de algum lugar que tenha potencial histórico, por favor nos comunique para que possamos verificar se existem peças que possam ser interessantes ao futuro museu de Pitangui. DISPENSO LENDAS A RESPEITO DE TACHOS DE OURO, PANELAS/GARRAFAS COM MOEDAS DE OURO, ETC.
Abaixo o link para um vídeo onde eu e Cláudio Faria fazemos uma sátira das lendas pitanguienses a respeito de tesouros enterrados.
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