sábado, 16 de janeiro de 2016

A sustentabilidade existe nos garimpos?

A sustentabilidade existe nos garimpos?



O principio amplamente divulgado de tirar o ouro uma única vez e deixar os buracos, ou seja, a prova incontestável da insustentabilidade é muito mais complexa e não é totalmente verdadeira no garimpo e isto por diversas causas que apresentamos abaixo:

- Renovações de produções nas grotas pequenas através de novas tecnologias de extração, permitindo a baixa do teor de corte. A primeira lavra sendo normalmente manual, tendo passado por outras formas de lavras como o bico jato, no mesmo local. Conhece se diversas repassagens com uso de bico jato de 3 polegadas, 4 , 5 e agora 6 polegadas em aluviões. Existe até uma grota chamada grota das sete repassagens e esta localizada na cabeceira do Rio Muiuçu, no garimpo Comandante mamar, já no estado do amazonas
- Recuperação do ouro fino não extraído nas passagens anteriores através de processos químicos como a cianetação
- Revitalização dos ouros nos aluviões: a causa destas revitalizações é variada e não totalmente explicada, mas a liberação do ouro da pirita através da acidez do solo, a ação de bactérias solidificadoras de ouro em formas de ions são amplamente aceitas.
- O uso de Pás Carregadeira (PC) que permitiu abaixar o teor de corte e lavrar aluviões médios e de teores baixos. Não sabemos se nestes aluviões o processo de renovação verificado nos aluviões pequenos ira ocorrer, pois até agora, só houve uma passagem e o prazo de renovação ocorrido nos aluviões (alguns anos) pequenos não chegou a termo nos aluviões médios.
- O uso de dragas cada vez maiores e mais profundas em rios navegáveis, realizando repassagens quase infinitas. Só que no caso dos rios, com o realuvionamento e a modificações da localização dos rejeitos, a perda de parte importante nas caixas e um possível abastecimento contínuo proveniente das margens deixa os rios com teores médios e baixos mas ainda com teores lucrativos   
- A propagação e integração da informação, com a descoberta de ouro fora dos aluviões, em colúvios, elúvios e filões, tanto por garimpeiros que ficam seguindo os bamburros dos aluviões no rumo da montanha, ou por empresas que mapeiam os solos com amostragens geoquímicas e descubram anomalias auríferas desconhecidas dos garimpeiros fora dos aluviões
- A tecnologia de profundidade com garimpeiros indo buscar o ouro a mais de 100m de profundidade
Isto explica que os garimpos do Tapajós se mantem há mais de 50 anos e tudo indica que poderá se manter por mais um período de 50 anos
Um outro fator de continuidade e sustentabilidade é a redução da população garimpeira, associado ao aumento das opções de frente de trabalho ou seja o índice de ocorrências/garimpeiro que estava na faixa de 0,125 em 1983 hoje esta na faixa de 0,5

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