domingo, 24 de janeiro de 2016

Ametista - quartzo violeta

Ametista - quartzo violeta

Ametista
original e sedutora
Considerada a representante mais marcante dos quartzos, a ametista sempre foi cobiçada.
A rainha Catarina, a Grande, tinha verdadeira adoração por esta gema.
Foi considerada, por muito tempo, uma pedra tão preciosa como a safira, o diamante e a esmeralda.
Hoje, pela descoberta de jazidas abundantes já não tem tanto valor.
Seu valor diminuiu - mas sua beleza sedutora continua intacta.

A variedade violeta ou púrpura do quartzo, a ametista, além de ser muito usada como pedra preciosa até o século XVIII, também tem, em torno dela, uma aura de misticismo. Muitos “poderes” são atribuídos à ela, em diversos tipos de culturas. Algumas pessoas dizem que o nome ametista vem de uma antiga crença que esta pedra protegia seu dono da embriaguez. O nome vem do termo grego “amethuskein”, onde o “a” significa não e o “methuskein” significa intoxicar. Contudo, há algumas controvérsias da origem do nome.
Sua cor vem da presença de impurezas de ferro e traços de alumínio, algumas variedades apresentam as cores por exposição à radiação. As cores variam do púrpura ou roxo claro ao escuro, sendo que as escuras com maior transparência são melhor conceituadas e, consequentemente, mais caras. Algumas podem mudar totalmente de cor se submetidas à tratamento térmico, conforme você vai ver mais adiante.


A ametista não tem uma homogeneidade de distribuição da cor. Ela aparece em fragmentos, em cantos desiguais e/ou externos. Essa característica determina, muitas vezes, o tipo de lapidação para melhor aproveitamento da gema e sua valorização. As ametistas com distribuição perfeita das cores são muito raras e, quando encontradas, têm alto preço.

A ametista é composta por uma sobreposição irregular de lâminas alternadas de quartzo, dos lados esquerdo e direito. Em consequência desta formação, a ametista pode se quebrar com uma fratura ondulada ou mostrar “impressões digitais” Alguns mineralogistas aplicam o nome de ametista a todos os quartzos que exibem esta estrutura, independentemente da sua cor.
Os cristais sempre crescem sobre uma base. Quando têm formato de pirâmides, a cor mais intensa predomina nas pontas destes cristais. Existem algumas variedades de ametista que podem apresentar faixas brancas de quartzo leitoso. As ametistas são encontradas principalmente nas crostas cristalizadas de enormes rochas vulcânicas, como o basalto.
A comercialização da ametista é abundante e com preços bem acessíveis, porém, as variedades mais bonitas e valiosas se encontram em poucos locais. Estas, tem cores mais profundas, púrpuras ou violetas. As jazidas mais importantes estão no Brasil, porém, apenas em torno de 3% das ametistas brasileiras são adequadas para serem lapidadas e utilizadas em joias. As outras são utilizadas para dar origem ao citrino e, ainda, usadas em decoração ou coleções. Outras importantes jazidas estão no Uruguai, Índia, Rússia, Sri Lanka, Madagascar e Estados Unidos. Também são produtores de ametista a Argentina, Bolívia, México, Namíbia, Zâmbia, África do Sul e Canadá.
Por apresentar tonalidades e nuances diferentes, elas costumam receber o nome do país de origem, ex. ametista brasileira, boliviana, etc.

Avaliação
Já falamos, em outras edições da revista, sobre os 4C’s de avaliação de diamantes. Apesar de ser um padrão de classificação instituído pelo GIA (Gemological Institute of America) para diamantes, ele é o mais aceito no mundo e muito utilizado para outras gemas e, ainda, por diversos laboratórios, gemólogos e peritos avaliadores. Color, Carat, Clarity e Cut em português, cor, peso, grau de pureza e corte são os 4C´s que são usados para avaliar as ametistas também. Cor - As ametistas mais valiosas tem um roxo forte puxando para o avermelhado e sem zoneamento de cor, ou seja, a cor é distribuída uniformemente por toda a pedra. Ametistas muito escuras não são tão valiosas pois há uma grande redução de brilho. A presença de tons castanhos ou bronze nas ametistas também reduzem o seu valor. Para identificar, a olho nu, alguns zoneamentos de cor, os compradores costumam colocar a ametista em uma mesa com superfície branca.
Grau de pureza - as inclusões são um dos fatores que determinam o grau de pureza da ametista. Quanto menor a quantidade de inclusões maior o valor e melhor a classificação. A maior parte das ametistas facetadas à venda no mercado não tem inclusões perceptíveis a olho nu, porém, elas estão presentes na grande maioria delas. Fraturas também são normalmente encontradas.
Peso/Tamanho - O peso dessa gema é avaliado em quilates. Assim como a maioria das gemas, as ametistas são encontradas em diversos tamanhos e calibradas em milímetros. Pedras grandes centrais são extremamente usadas e vendidas na joalheria, desde que o preço final não seja alto.


Corte/Lapidação - Como já dissemos, a maioria das ametistas são facetadas, para um melhor aproveitamento da distribuição de cor e, também, de localizar o menor número de inclusões possível. Se essas inclusões forem muito visíveis são lapidadas em cabochões pequenos ou grânulos.
Ovais, pêra, cortes de esmeralda, triangulares, marquise e almofada, são cortes bastante utilizados. Alguns arranjos e combinações de corte aparecem nessa gema como os cortes de etapa e cortes mistos facetados. Há, ainda, diversificações de cortes chamados cortes fantasia que exibem determinadas facetas côncavas - normalmente são produzidos em massa para determinadas coleções. Até esculturas de animais são feitas com ametistas. Na prática, a cor e o grau de pureza sobressaem na avaliação das ametistas. Pela alta oferta, a demanda diminui, tornando-a uma gema relativamente barata e fácil de comprar. Porém, as ametistas não caem de moda e estão sempre presentes, tanto em joias caras como em peças mais baratas.

Variedades de tons
As ametistas tem uma grande variedade de tons de acordo com o local de origem. As do Uruguai e do Arizona tem uma cor púrpura-azul profundo. As ametistas da Rússia são conhecidas como “siberian” e tem cores muito profundas com tons avermelhados e azulados. Originam-se de depósitos que já foram esgotados e, portanto, tem um preço mais elevado. A África produz ametistas com cores mais profundas que o Brasil e outros países sul-americanos. O termo ametista africana pode ser usado para designar ametistas com diversos tons ou mais escuras, porém nem sempre significa que esta é a sua origem. O Brasil, é considerado o maior produtor de ametistas, embora a maioria das ametistas brasileiras são tratadas e vendidas como citrino aquecido. Aqui as pedras estão disponíveis em todos os tamanhos e formas. As cores não são tão boas quanto as da África, mas atendem à demanda de mercado.
Tratamentos e sintéticos
O tratamento térmico pode ser utilizado para clarear a cor da ametista quando for muito escura, escurecer quando claras ou retirar inclusões acastanhadas. A radiação ultravioleta também é usada para melhorar ou alterar a cor das ametistas. Os tratamentos de fraturas raramente são feitos, em virtude da disponibilidade alta dos exemplares que não as apresentam a olho nu. O tratamento térmico causa uma expansão das inclusões, o que pode gerar fraturas na gema, ele aumenta também o efeito do zoneamento de cor.
Normalmente, as inclusões e expansões de zoneamento são usadas para diferenciar uma ametista tratada de uma não tratada ou sintética.


Quando a ametista é aquecida à altas temperaturas, em torno de 470ºC a 750ºC, as impurezas de ferro são reduzidas tendo, como resultado, o citrino aquecido. Embora este tratamento seja altamente utilizado, a cor obtida do citrino nem sempre é permanente. Falaremos mais sobre isso na matéria sobre citrino em uma próxima edição.
Ametistas sintéticas podem ser produzidas a partir de métodos hidrotermais, neste caso pequenos fragmentos de quartzo e uma solução de carbonato de cálcio, por exemplo, são colocados em um recipiente selado com alta pressão. Isso faz com que os cristais se fundam e recristalizem após o aquecimento.
 Alguns especialistas em gemas dizem que as ametistas sintéticas estão amplamente misturadas, no mercado, com as naturais, porém como os testes de identificação - no caso delas - não são muito utilizados, não se pode afirmar. Outros dizem que a oferta é tão alta que a produção das sintéticas se limita ao uso em rádios, relógios e outros aparelhos elétricos.
Propriedades terapêuticas
Antigamente a ametista era muito usada para proteger os indivíduos da embriaguez e intoxicação, daí o nome. Hoje, as pessoas usam ametistas para manter a fé, trazer a paz e acalmar o espírito. Dizem que fortalece a sabedoria e a religiosidade. Ela impede que a pessoa tenha pensamentos e ações malignas, dá sensibilidade nos negócios e boa saúde. Mulheres orientais a utilizam na testa e acreditam que ela dá energia positiva para o chakra Ajna, conhecido também por “terceiro olho”.

Cuidados
A ametista é uma pedra muito durável, porém deve-se tomar o cuidado de retirar a joia em atividades que a pedra possa sofrer riscos. É importante não expô-la à luz solar intensa por muito tempo, radiação ou luz negra. Pode ser facilmente limpa com água morna e sabão neutro, com pano macio ou escova de dentes. Ao armazenar deve-se ter cuidado para não colocá-la junto com outras pedras mais duras, pois riscos são inevitáveis. Não utilizar produtos químicos e abrasivos. O ideal é enrolá-la em um pano macio ou uma caixa forrada com tecido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário