Coral - um animal marinho primitivo
Coral
um animal marinho primitivo
Sua cor e raridade deram ao coral, durante muito tempo, um status de pedra preciosa. Todavia, recentemente, o uso gemológico do coral começou a ser questionado por questões de agressão ao meio ambiente e por ele ser um animal marinho. Segundo algumas opiniões há desinformação sobre esse aspecto.
Literalmente em forma de árvores, os corais se formam em recifes, atóis e bancos de corais de água pouco profundas. Suas inúmeras ramificações é o que lhes dão o aspecto de árvore.
Ele é formado por pequenos animais chamados pólipos. Crescem sobre os restos de esqueletos calcificados de seus companheiros mortos
em águas tropicais quentes. Os corais em árvore são encontrados em
cores distintas dependendo do lugar de sua origem e profundidade da
água.
Segundo Judith Crowe, em seu livro "The Jeweller´s Directory of Gemstones", existe um alto grau de
desinformação quanto ao fato do dano ao meio ambiente causado pela
coleta de corais para uso gemológico. Dos 2.000 tipos de corais
conhecidos, somente certas variedades estão em risco de extinção e, as
mais ameaçadas, não são usadas na indústria de joalheria.
A altura dos corais vão de 20 a 40 cm e a espessura de seus ramos chega a 6cm.
Seria impossível falar de coral sem mencionar Torre del Greco, que fica no sopé do vulcão Vesúvio, na província de Nápolis, na região italiana da Campania, o maior centro de comércio de corais.O maior recife de coral vivo encontra-se na grande barreira de coral na costa de Queensland na Austrália. Ela é formada por 2.900 recifes e 300 atóis (recífes circulares). Lá vivem cerca de 360 espécies de corais e uma rica biodiversidade completada por peixes, moluscos, crustáceos, estrelas do mar, etc.
Coral sintético e imitações
Por ser uma gema escassa o coral é muito imitado
usando diferentes produtos e substâncias. É importante diferenciar os
aspectos da imitação e da sintetização de uma gema. No caso das gemas sintéticas, os cientistas e técnicos buscam a reprodução fiel da estutura do material a ser sintetizado. Assim, a gema sintética tem todas as características da gema natural, no entanto, é feita em laboratório.
Já no caso das imitações não existe a preocupação com a estrutura do
material e, sim, apenas com o aspecto visual. As imitações são feitas
com diferentes tipos de materiais como porcelana, vidro, plásticos e
resinas. As gemas sintéticas são bem aceitas no mercado mundial de
joalheria. Primeiro porque elas mantém as mesmas características da gema
original e, segundo, porque são mais baratas. A raridade de muitos
tipos de gemas e seu alto custo tem ampliado cada vez mais o mercado de
gemas sintéticas. O coral sintético pode ser entalhado, lapidado, polido
e gravado, o que se torna difícil com o coral natural que tem baixa
dureza e é frágil. Para verificar se um coral é imitação
basta submetê-lo ao ácido clorídrico diluído e a frio. As imitações não
reagem ao ácido enquanto o coral natural apresenta efervescência muito
visível quando submetido à esse ácido.
Características gemológicas
Possuem baixa dureza - 3-4 Mohs. Densidade relativa -
2,60- 2,70. Fratura - irregular, estilhaçada e quebradiça. Sistema
cristalino - trigonal, microcristalino. Transparência - translúcido,
opaco. Apresenta forma ligeiramente cilíndrica e oca. Sua composição é
de 87% de carbonato de cálcio, 7% de carbonato de magnésio e outras
substâncias. Os corais vivem em associação, em verdadeira simbiose com
algas unicelulares, como é o caso das zooxantelas. Isso dá ao coral a
capacidade de crescimento muito rápida e são esses organismos que dão ao
coral a cor viva. O coral fica esbranquiçado quando
as condições do meio ambiente mudam. Com alterações ambientais
desfavoráveis eles expelem as algas de maneira parcial ou total,
perdendo assim a sua cor vibrante. São encontrados nas
cores rosa, vermelho, laranja e branco. O branqueamento dos corais tem
ocorrido em larga escala nas últimas décadas, dependendo do tempo do
desequilíbrio ambiental poderá haver a morte total ou parcial da
colônia. O excesso de iluminação e tempo prolongado de exposição à luz
ultra-violeta também pode causar o branqueamento. A elevação da
temperatura do planeta também afeta a vida dos corais. Na joalheria são
usados como gemas nos mais diferentes tipos de joias e ainda como
camafeus. Também são usados na joalheria em seu estado bruto. Existem
ainda os corais negros e azuis, menos valiosos.
Coral esponja
O coral esponja é encontrado em recifes. Não é um
tipo de coral raro nem valioso. Tem um baixíssimo risco de extinção. Em
estado natural é encontrado em tonalidade vermelha, púrpura e amarela.
No entanto, é comum encontrá-lo tingido e com aplicação de resinas para
obtenção de brilho.
O coral nobre ou Corallium rubrum é
o mais apreciado pelos designers de joias e consumidores em geral. Vive
no ecossistema de maior biodiversidade no mundo e é considerado um dos
mais vulneráveis. É muito trabalhoso converter o coral bruto em elemento
gemológico, o que normalmente lhe dá alto custo. Esse processo é feito
por lapidação, entalhe e polimento. Eles são frágeis.
São brancos e, às vezes, com manchas rosa, procedentes do Japão e Filipinas.
Coral secundum
São de cor rosa e branco procedentes do pacífico.
Coral bambu
O coral bambu foi chamado assim porque o crescimento de seus galhos se assemelha com o bambu. Em estado bruto é muito sensível e difícil de ser trabalhado (lapidação).
Coral Japonicum
São vermelhos e vermelho escuro, procedentes do Jãpão.
Coral Elatius
São laranjas, procedentes do Japão e Filipinas.
Cuidados
Assim como toda gema orgânica, o coral é pouco
resistente e requer cuidados, tanto na produção da joia quanto no seu
uso pelo consumidor. Os corais devem ser mantidos distantes de calor
forte. Não devem ter contato com produtos químicos agressivos. Não é
aconselhável esfregá-lo com escovas duras, pois, mesmo o coral tratado
ainda apresenta fragilidade. É importante evitar contato com peças
metálicas que podem arranhá-lo. Para limpeza devem ser lavados com
detergente neutro.
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