Na luta pela sobrevivência as mineradoras de ouro estão tendo que enfrentar os seus custos de frente.
É isso ou simplesmente fechar as portas.
Até pouco tempo atrás a maioria das mineradoras apresentavam os seus AISC (all-in sustaining costs- o somatório de todos os custos, impostos, manutenções até o fechamento de mina necessários para a produção de uma onça de ouro) bem acima de US$1.200.
Com a queda dos preços do ouro desde setembro de 2011 quando o metal ultrapassou a barreira dos US$1.900 por onça a maioria destas empresas viram os seus lucros evaporar e, algumas, aquelas com AISC muito elevado, entraram no vermelho.
Desde então um dos principais focos é o da redução de custos.
O mais interessante é que quase todas as grandes estão conseguindo milagres.
A gigante Barrick, a maior produtora de ouro do mundo perdeu 40% do seu valor, somente em 2015. Este derretimento da mineradora se deve a queda dos preços do ouro e, principalmente, ao seu débito de US$3 bilhões.
A Barrick não está inerte em frente a crise. Ela está fazendo o dever de casa e vende ativos de porte, ao mesmo tempo em que faz joint ventures, reduz o débito em US$750 milhões em 2015 e, fundamentalmente diminui o seu AISC.
A Barrick está combatendo os custos religiosamente, conseguindo um AISC relativamente baixo, de US$860/oz, que a deixa bem mais competitiva.
Os acionistas estão começando a ficar satisfeitos com as medidas adotadas e os preços estão, de novo em ascendência.
Já a Kinross Gold não apresenta o mesmo colchão de proteção. A mineradora teve um prejuízo líquido de US$83,2 milhões no segundo trimestre de 2015 e viu as suas entradas serem reduzidas em 17,2% na comparação anual.
A sua redução do AISC não é tão substancial como a da Barrick.
A Kinross está tentando baixar o seu AISC médio de $1,000-$1,100 para $975-$1,025.
Entretanto, no último trimestre, o AISC ficou em US$1.011/onça. Uma redução modesta que está ameaçando os lucros futuros da empresa em um cenário de baixas.
Do outro lado mineradoras como a NovaGold Resources apresentam performances acima da média, mostrando que é possível exceder as expectativas. O AISC de sua principal mina de ouro, a Donlin , atingiu US$735/onça o que deixa a mineradora sem grandes ameaças mesmo a preços deprimidos de US$1.130/oz.
Mas nem só de custo vive uma estratégia de guerra.
Algumas mineradoras, as mais competentes, estão criando novos cenários onde irão lavrar minérios de mais alto teor, aumentando assim o valor da tonelada lavrada e contornando, mais uma vez, um cenário de preço do ouro deprimido que ninguém sabe quanto tempo irá durar...
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