Pandora feelings: Pesquisadores criam planta que brilha no escuro
Daan Roosegaarde sempre foi fascinado com algumas espécies de águas vivas que brilham no escuro porque conseguem produzir sua própria luminosidade. Ele dedicou anos a conseguir colocar os genes certos numa planta para que ela também faça como as águas-vivas.
O espécime de Roosegaarde foi criado através da modificação genética da planta para incluir luciferina, (o nome vem de Lúcifer) a substância química que dá a água-viva seu brilho radiante e que também entra em reação com a luciferase para fazer brilhar o abdômen do vaga-lume.
“Sou completamente obcecado com a água-viva. Elas criam a sua própria luz, sem bateria ou painel solar.”O espécime final obtido nas pesquisas de Roosegaarde ainda não é nem de longe tão vibrante como uma água-viva ou uma daquelas plantas do filme Avatar. A verdade é que sua luminosidade ainda é bastante fraca. São necessários alguns minutos para que o olho humano consiga notar o brilho fraco da planta que brilha no escuro. Mas por mais fraco que seja o brilho, isso serve como uma prova de conceito da sua tecnologia, o que ele espera para empregar em uma escala muito maior num futuro próximo.
O cara diz que imagina árvores cheias de folhas brilhantes plantadas ao longo de rodovias que servem para nortear o caminho para os motoristas, alamedas de árvores luminosas enfeitando jardins e até – parece-me meio exagerado – usar as plantas luminosas para economizar a energia de iluminação pública.
Roosegaarde diz: “Em um momento em que os governos estão desligando as luzes da rua para economizar dinheiro, não podemos torná-las mais naturais?”
A planta que brilha no escuro foi projetada em colaboração com o fundador da BioGlow Dr. Alexander Kritchévski, que revelou sua tecnologia em janeiro. A ideia das plantas brilhantes tem sido perseguida por alguns anos. Ele comemora que finalmente chegaram na fase dos primeiros protótipos reais.
Roosegaarde foi convidado pela Embaixada da Holanda para palestrar sobre o assunto dessa inovação na Holanda, e também para apresentar as plantas do Kritchévski em um ambiente onde elas são aceitas. Na Europa, onde os organismos geneticamente modificados são mais rigorosamente monitorados pelo governo, a empresa empregou uma artimanha: Eles usam uma “seiva biológica”, feita de luciferina para ver como a sua ideia poderia funcionar em execução. É um processo similar ao usado para colorir flores.
Ambos os métodos (o uso da seiva fotoluminescente e a planta geneticamente modificada) são inofensivos para os anfitriões. É compreensível a preocupação da Holanda por ser um dos maiores exportadores de flores do mundo desde a Idade Média.
O cientista sonha alto para as possibilidades de suas plantas luminosas. Segundo ele, seria possível no futuro a construção de uma “rodovia inteligente” ladeada por árvores brilhantes sensíveis à temperatura, que mudam de cor quando está quente ou frio lá fora.
Roosegaarde também pensa em tintas que ficam brilhando continuamente e que poderiam ser usadas como sinalização nas estradas.
Através de uma parceria com uma construtora de estradas, o investidor Heymans e do governo holandês, a primeira rodovia inteligente de Roosegaarde está prestes a ser inaugurada em duas semanas. Com várias horas de luz do dia, Roosegaarde diz, seus 1 km conceituais estarão iluminados durante a noite, brilhando ao longo de sete a oito horas.
O cara é um inventor com alguma experiência: Ele já inventou de uma roupa que fica translúcida quando você está mentindo a uma pista de dança “sustentável” que produz sua própria eletricidade quando você dança sobre ela. “A minha experiência é sonhar”, diz Roosegaarde.
O cara se vê mais como um designer do que como um inventor. “Um bom projeto precisa ser público e estar disponível para todos” – Este é seu lema. Isso parece estar norteando um outro projeto em desenvolvimento em seu estudio: Um aspirador gigante, que suga fumaça. Ele é monumental e provavelmente é o maior de seu tipo, que Roosegaarde planeja testar em Xangai. “Vamos nos encontrar com o primeiro-ministro da China, na próxima semana, na Holanda,” Roosegaarde diz alegremente. “Eu tenho 10 minutos com ele!”
Considerando o grau quase sólido de poluição do ar em Xangai, é de se supor que esse cara vai ficar milionário se seu aspirador gigante der conta disso tudo. (Pessoalmente, eu duvido)
O investimento da Roosegaarde para captar a fumaça já começa a mostrar mais consequências do que ele poderia ter esperado. Durante o processo de estudo de como compactariam a poeira e as partículas de poluição, a equipe de Roosegaarde trabalhou numa maneira de (veja você!) transformar a poluição em diamantes.
Nada mal, hein?
Assim, o cara que inventou a planta que brilha no escuro pretende compactar todo o lixo de poluição do ar e vai transformar esse passivo ambiental em pedras preciosas para criar os – “Anéis de fumaça”, como ele os batizou. A ideia é vender os anéis para financiar a amplificação das unidades de aspiração. “Ao comprar um anel de fumaça, você está comprando 1.000 metros cúbicos de ar fresco para a cidade de Pequim” – diz.
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