domingo, 17 de janeiro de 2016

Principais domínios metalogenéticos do ouro: representatividade no tempo geológico, sua distribuição espacial e importância econômica.

Principais domínios metalogenéticos do ouro: representatividade no tempo geológico, sua distribuição espacial e importância econômica.
A distribuição dos depósitos de ouro ao longo da coluna geológica do Arqueano ao Recente não é uniforme mas marcadamente assimétrica. Das épocas geológicas da Terra, o Arqueano se constitui no período mais favorável às mineralizações auríferas que se concentraram devido à combinação de eventos tectonometamórficos e ígneos que deram origem aos greenstone belts, podendo ser encontradas em praticamente todas as áreas do planeta. Exemplos na Província Estrutural Superior e Slave no Canadá incluem os distritos auríferos de Porcupine, Kirkland-Larder Lake, Noranda Cadillac-Malartic-Val d'Or, Long Lac, Red Lake e Yellowknife, ao passo que nos escassos terrenos pré-cambrianos dos U .S.A. a mina de Homestake figura como o depósito de ouro mais expressivo. Nos Crátons de Kaapvaal e da Rodésia da África Meridional destacam-se os distritos de Barberton, Steynsdorp e Murchison e diversos outros depósitos no Zimbabwe. Na Austrália Ocidental, encontram-se concentrados preferencialmente nos greenstone belts do Cráton do Yilgarn. Finalmente, na Índia são famosos os distritos auríferos de Kolar que se -situam nos greenstone belts do sistema Dharwar. As mineralizações auríferas do Proterozóico são de pequeno porte e de pouca expressividade econômica (exceto Witwatersrand), reaparecendo de forma conspícua apenas a partir do Mesozóico, com os depósitos mais jovens mostrando um teor mais alto em prata. Exemplos importantes compreendem Mother Lode em rochas jurássicas de Sierra Nevada na Califórnia (U.S.A.) e os depósitos terciários associados a cobre porfirítico (por exemplo Bingham, Utah e vários depósitos ao longo da cadeia Andina), a rochas carbonáticas (por exemplo Carlin, Nevada) e a veios polimetálicos (por exemplo Butte, Montana). O Brasil, de forma análoga a outras áreas arqueanas, tem nos greenstones belts as mais importantes fontes de ouro, quer seja diretamente na sua forma primária (por exemplo Morro Velho, Raposos, Crixás e Andorinhas), ou indiretamente associado aos pláceres atuais (garimpos oriundos da Amazônia Oriental). O Proterozóico brasileiro, em termos de mineralizações auríferas importantes, caracteriza-se principalmente pelos conglomerados do Grupo Jacobina, Formação Moeda e Chapada Diamantina, pela Mina de Passagem no Supergrupo Minas, Serra Pelada na Formação Rio Fresco e a Faixa Weber no Greenstone Belt do Rio Itapicuru (BA). Em qualquer análise metalogenética de uma província aurífera onde se pretende compreender as leis que regem suas mineralizações no espaço e tempo, deve-se levar em conta a existência de uma multitude de metalotectos reveladores, suas diversas combinações e intensidade dos processos, especialmente no caso dos depósitos de ouro em greenstone belts arqueanos.

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