MARAVILHAS
DA JOALHERIA CELTA
Os broches Roscrea e Tara |
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Os celtas, renomados artesãos e
mestres decorativos de peças em metal, chegaram à
Irlanda em torno do ano 500 aC, vindos da Europa Central
através da Gália e da Bretanha , provavelmente expulsos
de suas terras pela expansão da civilização romana.
Devido ao frio e aos ventos cortantes da extremidade da
ilha nomeada de Britannia pelos conquistadores
romanos, para este povo mediterrâneo, esta região
parecia um lugar impossível para a existência de vida
civilizada e, portanto, foi deixada de lado. Assim, a
arte celta encontrou seu refúgio por vários séculos
que se seguiram e contribuiu enormemente para o
desenvolvimento artístico da Irlanda.
A partir do
século VI da nossa era, os broches, uma das mais
importantes peças da joalheria medieval, passaram a ser
mais luxuosos, decorados de forma a declarar o nível
social de quem o portava. O Broche Roscrea,
encontrado no Condado de Tipperary, é um belo
exemplo de como os joalheiros celtas adaptaram técnicas
estrangeiras ao seu trabalho. As técnicas decorativas da
joalheria saxônia que chegaram à Irlanda por volta do
século VII, eram admiradas pela beleza do uso de gemas
brilhantemente polidas, da filigrana e da gravação em
metal. Ao adaptarem estas técnicas, em vez de utilizarem
grandes gemas para decorar suas jóias, os celtas optaram
pelo contraste simples mas elegante da decoração feita
por detalhes diminutos em meio a espaços lisos: o Broche
Roscrea, confeccionado em prata, é rico em
detalhes como fileiras de diminutas espirais e
intrincados entrelaces, contrastando com partes lisas.
Entre os
séculos VII e IX, a joalheria celta na Irlanda atingiu
seu ápice e a mais bela peça que representa este
período é o Broche Tara.
Apesar do nome, o broche não foi encontrado em Tara,
local dos antigos reis irlandeses, mas foi assim nomeado
por causa do seu inigualável esplendor, próprio da
realeza. O broche, datado do início do século VIII, foi
descoberto em uma caixa de madeira na praia de Boyne,
no Condado de Meath.
Todas as técnicas de joalheria
da época foram usadas em sua criação, como a
gravação, a filigrana, o intaglio e a
fundição. Vidro moldado, esmaltes e âmbar foram
circundados e também banhados em ouro contra um reverso
de prata onde figuram bestas e pássaros inspirados pela
arte saxônia: filigranas e entrelaces de minúsculos
grãos de metal compõem a figuras. Ao broche está presa
uma corrente de prata, sugerindo a possibilidade de que
fazia par com um outro broche, infelizmente nunca
encontrado. Esta corrente , maravilhosamente
confeccionada com milhares de anéis de prata, está
fixada de cada lado do corpo do broche por duas presilhas
em forma das garras de dois dragões. Entre os dragões
estão duas diminutas contas de vidro, esculpidas com
faces humanas. Estes detalhes individuais mostram o
virtuosismo do ourives, que os utilizou para formar uma
figura maior: a cabeça de uma serpente, com as contas de
vidro como olhos e a corrente de prata como cauda. O
verso e o anverso do broche compõem diferentes técnicas
de ourivesaria e de decoração, num entrosamento
perfeito. A frente do broche é refinada e sofisticada,
com vidros coloridos e âmbar incrustados na filigrana,
asseverando o alto status de seu portador. A parte
posterior da peça é decorada com animais contorcidos
que dão a impressão de se debaterem para sair das
molduras que os confinam.
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sábado, 13 de fevereiro de 2016
MARAVILHAS DA JOALHERIA CELTA Os broches Roscrea e Tara
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