As jóias imperiais russas têm mais de mil
anos de história. Muitas das primeiras peças da
joalheria russa são similares em estilo às jóias
usadas nas cortes do império bizantino. Durante vários
séculos, o estilo pouco se modificou. Foi somente com o
imperador Pedro I, conhecido como "O Grande",
que a Rússia iniciou com o ocidente trocas de cultura e
experiência nos mais variados campos. Por causa disto o
estilo da joalheria russa modificou-se para sempre. A
grande influência dos estilos de joalheiros
estrangeiros, combinada à criatividade dos joalheiros
russos, terminou por estabelecer uma grande e importante
indústria joalheira na Rússia. Entre os mais famosos
joalheiros desta nova indústria de jóias russa está a
casa Fabergé.Foi o
imperador Pedro I que criou a primeira versão do que
hoje é conhecido como o "fundo estatal do diamante
da federação russa". O objetivo da criação deste
fundo permanente foi abrigar coleções de jóias que
passariam a pertencer não à família Romanov, mas ao
estado russo. Pedro I declarou, quando da instalação
deste fundo, que as peças deste fundo eram invioláveis,
não poderiam ser alteradas, vendidas ou dadas e o
imperador também decretou que o imperador ou imperatriz
subsequente deveria deixar para o fundo uma certa
quantidade de peças adquiridas ou confeccionadas durante
seu reinado, para maior glória do império russo.
Em 1914, com a ameaça de uma possível
invasão alemã devida à 1ª guerra mundial, toda a
coleção de jóias da família imperial russa foi
cuidadosamente empacotada e enviada de São Peterburgo
para Moscou, onde foi enterrada em criptas existentes
debaixo do palácio do Kremlin.
Mas os conflitos
políticos na Rússia, incluindo a revolução de 1917 e
a conseqüente guerra civil fizeram o destino das jóias
imperiais um mistério até 1926, quando foram
encontradas no Kremlin, catalogadas e fotografadas. Uma
enorme seleção de peças, que compreendia
aproximadamente 70% do total das coleções originais,
foi vendida a um consórcio americano e, posteriormente,
estas jóias foram a leilão na casa londrina Christie’s
em 1927. As jóias vendidas foram dispersas por todas as
partes do mundo e muitas têm até hoje paradeiro
desconhecido.
As jóias remanescentes, de alto valor
histórico e artístico, incluem a coroa e
peças-símbolo da coroação dos Romanov, e uma
espetacular coleção de peças dos séculos XVIII e XIX.
Estas jóias foram expostas, pela primeira vez, apenas a
altos dignatários estrangeiros e aos mais altos
comandantes e governantes russos em 1967, nas
comemorações dos 50 anos da revolução comunista.
Desde a queda do comunismo russo, as jóias estão
expostas nas criptas do museu do Kremlin, mas agora
acessíveis a todos os que visitem o palácio. |
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