Cientistas australianos descobriram o importante papel de bactérias especializadas na formação e movimentação de platina e metais relacionados em ambientes na superfície. A pesquisa, realizada em três países, entre eles o Brasil, tem considerações importantes para o setor de mineração, no que diz respeito ao futuro da exploração de metais do grupo da platina (PGM, na sigla em inglês).
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quinta-feira, 31 de março de 2016
Bactérias ajudam a identificar depósitos de platina
Bactérias ajudam a identificar depósitos de platina
A MMX Mineração e Metálicos teve, no quarto trimestre de 2015, lucro líquido de R$ 113,7 milhões
A MMX Mineração e Metálicos teve, no quarto trimestre de 2015, lucro líquido de R$ 113,7 milhões, ante prejuízo de R$ 172 milhões no mesmo período em 2014. O resultado positivo foi motivado pelos renegociação dos passivos da empresa junto aos credores, assim como outros acordos firmados com fornecedores.
O Gossan
O Gossan
Por Pedro Jacobi
Gossan, segundo a definição original é o produto do intemperismo sobre sulfetos maciços de minérios econômicos. Um sulfeto maciço, por sua vez tem que ter mais de 50% do peso em sulfetos... Esta é a definição inicial, que está sendo abandonada. Hoje, a visão dos Geólogos de Exploração sobre os gossans evoluiu: gossans são produtos de intemperismo de rochas sulfetadas não necessariamente maciças e não necessariamente derivados de sulfetos economicamente interessantes. Eles são também chamados de chapéus de ferro (Francês). Em alguns casos são chamados de gossans os ironstones derivados do intemperismo sobre carbonatos ricos em ferro como a siderita.
Os principais minerais de um gossan são a goethita e hematita. Outros hidróxidos de ferro comuns são geralmente agrupados como limonitas. Estes óxidos conferem à rocha a sua característica ferruginosa com cores fortes, ocre vermelho-amareladas. A rocha encontra-se na superfície podendo ou não estar em cima dos sulfetos originais. Gossans podem ser transportados. Neste caso os óxidos migraram e se precipitaram longe dos sulfetos de orígem.
Em geral um gossan é poroso e pulverulento. Seus minerais são formados pela decomposição dos sulfetos com formação de ácido sulfúrico. O ácido acelera sobremaneira a decomposição dos minerais, lixiviando parcial ou totalmente os elementos solúveis. A lixiviação pode ser tão intensa que os elementos solúveis como zinco ou até mesmo o cobre podem não mais estar presentes no gossan. Portanto a simples avaliação química de um deve levar em conta, também, aqueles elementos traços menos móveis que talvez estejam ainda presentes e que possam caracterizar a rocha como interessante. Esses estudos de fingerprinting são fundamentais quando o assunto é gossan.
Durante o processo de decomposição é comum que a textura original dos sulfetos se mantenha de uma forma reliquial: as chamadas boxwork textures. Texturas boxworks são entendidas por um pequeno e seleto grupo de geólogos. Elas indicam, em um grande número de casos, qual foi o sulfeto original. Em muitos gossans os boxworks só podem ser vistos ao microscópio petrográfico.
Foi essa correlação entre textura boxwork e o sulfeto original que gerou trabalhos clássicos sobre gossans, como o do pioneiro Ronald Blanchard ou o do colega Ross Andrew, possivelmente inexistentes nas bibliotecas das escolas de geologia. A determinação dos sulfetos a partir das texturas é uma arte que está sendo perdida nos nossos dias e tende a desaparecer com a chegada dos equipamentos de raio x portáteis.
Foi através da descoberta de gossans na superfície que foram descobertas a maioria das jazidas de níquel sulfetado tipo Kambalda na Austrália na década de 60 e 70. Nesta época, a capacidade do Geólogo de distinguir entre gossans derivados de sulfetos de Cu-Ni dos derivados de sulfetos estéreis como a pirita e pirrotita foi o diferencial entre os bem sucedidos e os losers. Foi nesta época que se desenvolveu a microscopia de gossans pois, como dissemos acima, muitos gossans tiveram seus elementos econômicos lixiviados quase que totalmente restando somente o estudo de boxworks para a identificação dos sulfetos originais.
A determinação e estudo de gossans e de boxwork textures levou à descoberta de inúmeros porphyry coppers como muitos dos gigantescos depósitos de Cu-Au-Mo dos Estados Unidos, Andes e mesmo na Ásia.
No Brasil é clássico o gossan de Igarapé Bahia, que foi lavrado por anos a céu aberto como um minério de ouro apenas...até a descoberta de calcopirita (Depósito Alemão) associada a magnetita, em profundidades de 100m. Se os Geólogos da Vale entendessem de gossans, naquela época, a descoberta do Alemão não seria feita por geofísica com décadas de atraso como foi o caso.
Mesmo descobertas como o depósito de Cobre de alto teor Mountain City em Nevada, 1919, foi uma decorrência de um estudo feito por um prospector de 68 anos chamado Hunt em um gossan tido como estéril. O gossan, que não tinha traços de cobre, jazia poucos metros acima de um rico manto de calcocita...O Hunt não sabia o que era um gossan mas acreditava que a rocha era um leached cap ou um produto de lixiviação de sulfetos. Ele tinha o feeling, coisa que todo o Geólogo de Exploração deve ter. Exemplos como estes devem bastar para que você se convença da importância dos gossans na pesquisa mineral.
A foto do gossan silicoso é um excelente exemplo. Eu coletei essa amostra exatamente sobre um sulfeto maciço de Cu-Ni no Limpopo Belt em Botswana (Mina de Selebi Phikwee) minutos antes do gossan ser lavrado. O gossan estava 5 metros acima do sulfeto fresco...Neste caso o gossan é constituído quase que exclusivamente por sílica (calcedônia) de baixa densidade (devido aos poros microscópicos). Até o ferro foi remobilizado desta amostra. A cor amarelada da amostra se mesclava com cores avermelhadas no afloramento. Somente ao microscópio que aparecem os boxworks de calcopirita e de pirrotita e pentlandita. Selebi-Phikwe em produção desde 1966 deverá ser fechada ainda este ano.
Com certeza esse foi o último opaline gossan de Selebi-Phikwe. O mais interessante é que as análises que eu fiz no Brasil mostraram cobre abaixo de 100ppm e níquel em torno de 150ppm. Em outras palavras qualquer um que coletar uma amostra em ambiente ultramáfico que analise 70 ppm de Cu e 150ppm de Ni não vai soltar foguetes. Vai simplesmente desconsiderar a amostra e partir para outra. Ele poderá estar perdendo uma oportunidade extraordinária por desconhecer o que um gossan.
Se você ainda não está convencido da importância dos gossans entre no Google e pesquise duas palavras: gossan discovery. O Google vai listar milhares de papers sobre descobertas minerais feitas a partir de um afloramento de gossan.
Fique atento e estude: Você é o que você sabe!!
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Garimpeiros cobram R$ 400 milhões da Caixa
Garimpeiros cobram R$ 400 milhões da Caixa
Batalha pelo dinheiro já dura 24 anos. Valores deverão ser divididos entre os 45 mil associados
Vinte mil garimpeiros estão se mobilizando em Curionópolis, no sudeste do Pará, para neste sábado, durante assembleia geral da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), votar a proposta da Agasp Brasil, a entidade nacional da categoria, que obriga a Caixa Econômica Federal (CEF) a devolver a cada garimpeiro individualmente os valores referentes as sobras do ouro e do paládio extraídos de Serra Pelada quando o garimpo ainda era explorado manualmente.
O que a Caixa deve a eles ultrapassa R$ 400 milhões, embora o órgão negue o montante do débito.
A batalha para receber o dinheiro e dividi-lo entre 45 mil associados da Coomigasp já dura 24 anos. Ela começou em 1986, com uma ação ordinária de cobrança contra a Caixa e o Banco Central, na 7ª Vara Federal de Brasília.
O Banco Central provou em juízo que os recursos referentes a pouco mais de 900 quilos de ouro extraídos do garimpo haviam sidos pagos à Caixa, que por sua vez não repassou o dinheiro aos garimpeiros. O fato é que a Caixa foi condenada a pagar o que deve à Coomigasp.
Quando se esperava que a decisão judicial fosse cumprida, a Caixa, por intermédio de ex-diretores, passou a retardar o pagamento, alegando que advogados da Coomigasp à época queriam que poucos garimpeiros fizessem jus ao que a maioria tinha direito.
Segundo o presidente da Agasp Brasil, Toni Duarte, autor da proposta a ser votada no sábado pelos garimpeiros, a Coomigasp ganhou na Justiça a parada, porém não levou. Agora, está na hora da entidade fincar pé para fazer cumprir a decisão que lhe foi favorável.
PENSÃO
No final de 2009, o presidente da Comissão de Finanças e Tributação, deputado Pepe Vargas, recebeu da Caixa uma informação que o deixou perplexo: o órgão dizia que não tinha mais nenhuma dívida com os garimpeiros e pagara tudo. Para Duarte, isso não passa de “mentira”.
E acrescenta: “ninguém até agora recebeu um só centavo dos mais de 900 quilos de ouro recolhido no Banco Central. A ideia anterior era de que esses recursos seriam utilizados pelo próprio governo para a criação de um fundo para pagamento da pensão vitalícia conforme estabelece o projeto de lei 5227, que prevê aposentadoria dos garimpeiros”.
O dirigente da Agasp Brasil adianta que a proposta que será votada no sábado visa buscar com rapidez o dinheiro das sobras do ouro e do paládio e que ele seja pago pela própria Caixa individualmente a cada garimpeiro. Depois da assembleia, os garimpeiros se deslocarão para Serra Pelada, a 35 quilômetros de Curionópolis, com o objetivo de conhecer o canteiro de obras da mina que será explorada de forma mecanizada pela mineradora canadense Collossus.
O que a Caixa deve a eles ultrapassa R$ 400 milhões, embora o órgão negue o montante do débito.
A batalha para receber o dinheiro e dividi-lo entre 45 mil associados da Coomigasp já dura 24 anos. Ela começou em 1986, com uma ação ordinária de cobrança contra a Caixa e o Banco Central, na 7ª Vara Federal de Brasília.
O Banco Central provou em juízo que os recursos referentes a pouco mais de 900 quilos de ouro extraídos do garimpo haviam sidos pagos à Caixa, que por sua vez não repassou o dinheiro aos garimpeiros. O fato é que a Caixa foi condenada a pagar o que deve à Coomigasp.
Quando se esperava que a decisão judicial fosse cumprida, a Caixa, por intermédio de ex-diretores, passou a retardar o pagamento, alegando que advogados da Coomigasp à época queriam que poucos garimpeiros fizessem jus ao que a maioria tinha direito.
Segundo o presidente da Agasp Brasil, Toni Duarte, autor da proposta a ser votada no sábado pelos garimpeiros, a Coomigasp ganhou na Justiça a parada, porém não levou. Agora, está na hora da entidade fincar pé para fazer cumprir a decisão que lhe foi favorável.
PENSÃO
No final de 2009, o presidente da Comissão de Finanças e Tributação, deputado Pepe Vargas, recebeu da Caixa uma informação que o deixou perplexo: o órgão dizia que não tinha mais nenhuma dívida com os garimpeiros e pagara tudo. Para Duarte, isso não passa de “mentira”.
E acrescenta: “ninguém até agora recebeu um só centavo dos mais de 900 quilos de ouro recolhido no Banco Central. A ideia anterior era de que esses recursos seriam utilizados pelo próprio governo para a criação de um fundo para pagamento da pensão vitalícia conforme estabelece o projeto de lei 5227, que prevê aposentadoria dos garimpeiros”.
O dirigente da Agasp Brasil adianta que a proposta que será votada no sábado visa buscar com rapidez o dinheiro das sobras do ouro e do paládio e que ele seja pago pela própria Caixa individualmente a cada garimpeiro. Depois da assembleia, os garimpeiros se deslocarão para Serra Pelada, a 35 quilômetros de Curionópolis, com o objetivo de conhecer o canteiro de obras da mina que será explorada de forma mecanizada pela mineradora canadense Collossus.
Não vou aproveitar absolutamente nada”
Não vou aproveitar absolutamente nada” disse o Dep. Laudívio Carvalho quando falava do parecer de Leonardo Quintão sobre o “novo” Código de Mineração
Você já deve estar cansado de ouvir histórias sobre o Marco Regulatório da Mineração ou o “novo” Código da Mineração. Afinal esse malfadado código está sendo discutido há mais de uma década. Somente em 2013 o código foi anunciado, oficialmente, por Dilma e Lobão. Desde então o tiroteio foi intenso os relatores se sucederam, mas o Código nunca foi aprovado.
Nesta década perdida a mineração foi literalmente abandonada pelo Governo.
Os investimentos na pesquisa mineral minguaram até que a grande maioria dos investidores abandonou o país em busca de lugares mais confiáveis.
Mesmo com os óbvios prejuízos ao Brasil o Governo e o MME, em uma clara demonstração de desprezo, jamais ouviram os mineradores e as junior companies e tudo permaneceu como antes...
O Código da Mineração, que parecia estar próximo de um consenso, foi abandonado mais uma vez.
Na última escaramuça Leonardo Quintão, que havia dedicado um tempo enorme na elaboração de um parecer bem embasado, foi detonado pelo Presidente da Câmara dos Deputados, o infame Eduardo Cunha. Em seu lugar assumiu um aliado de Cunha o Dep. Laudívio Carvalho que de mineração conhece só o nome...
Pois o referido cidadão, em entrevista para a Rádio Câmara sobre o relatório de Quintão, disse ao que veio: “não vou aproveitar absolutamente nada ” o “relatório terá a minha cara” vociferou o deputado.
Por que os investidores das grandes mineradoras estão sorrindo?
Por que os investidores das grandes mineradoras estão sorrindo?
Talvez você tenha notado que as ações das majors estão em forte alta hoje.
As ações da Anglo American, Rio Tinto, BHP Billiton e Glencore subiram, em Londres, entre 5,6 a 11.8%. A maior alta foi da Anglo que chegou a 11,8%.
Uma alta para ninguém botar defeito.
O interessante é que essas altas não estão atreladas ao preço do minério de ferro, do ouro ou a alguma notícia de um novo estímulo econômico da China.
As altas se devem ao discurso da Presidente do Fed, Janet Yellen que diz que o Banco Central Americano deverá subir os juros mais lentamente.
Essa nova estratégia afeta diretamente as mineradoras que vendem seus produtos em dólar e reportam seus lucros em Libras Esterlinas.
Somente hoje o FTSE 100 atingiu o seu maior ponto no ano, graças à mineração. O índice da mineração do Reino Unido, o FTNMX1770, subiu 5,6%.
As ações de energia também subiram.
Mineradora descobre reservas de ouro e platina
Mineradora descobre reservas de ouro e
platina
A empresa canadense Colossus Minerals Inc., que começou a operar na região há pouco
mais de um mês, anunciou ontem a descoberta de novas reservas de ouro, platina e paládio
em Serra Pelada, no município paraense de Curionópolis. De acordo com o site Globo
Amazônia, que deu a notícia em primeira mão, a mineradora descobriu dois depósitos nos
arredores do foco central de garimpo da mina. Na década de 1980, Serra Pelada ganhou
notoriedade internacional como o maior garimpo a céu aberto do mundo.
Consultado sobre o assunto, o geólogo Alberto Rogério, que por muitos anos pertenceu aos
quadros do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) no Pará e que hoje atua
como consultor técnico do Instituto Brasileiro de Mineração, o Ibram, adotou uma postura
cautelosa. Ele disse ter tomado conhecimento do assunto pela internet, mas ressaltou que,
até onde se sabe, os depósitos minerais existentes em Serra Pelada são aqueles já
anunciados anteriormente: 33 toneladas de ouro, 4 de platina e 6 de paládio, um metal
muito utilizado em ligas finas e trabalhos de joalheria.
De acordo com Alberto Rogério, o paládio tem hoje a cotação em bolsa de 450 dólares a
onça (o equivalente a 31,1 gramas), contra US$ 1.200 para o ouro e US$ 1.500 para a
platina. Com a notícia das descobertas, conforme revelou ontem a própria Colossus, as
ações da mineradora canadense subiram 8,8% na Bolsa de Valores de Toronto.
O informe da mineradora, transmitido ontem à tarde para a imprensa de Marabá, confirmou
a descoberta de dois depósitos com alta concentração de ouro e platina, o que aumenta
ainda mais as expectativas de que existam mais reservas minerais ainda não descobertas
na região. Os depósitos foram encontrados a 150 metros ao norte e 50 metros a oeste da
zona central de Serra Pelada. A empresa pretende escavar mais profundamente a região
onde os depósitos foram encontrados para expandir a exploração.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a retomada de Serra Pelada, cujo garimpo havia
sido desativado em 1992, vinha sendo negociada desde 2003, mobilizando mais de vinte
entidades de garimpeiros – entre associações, sindicatos e cooperativas. A entrada em
cena da mineradora canadense Colossus Minerals Inc., porém, só começou a ser costurada
há cerca de três anos.
RAMPA
A Colossus deve começar em outubro deste ano a construção de uma rampa subterrânea
com extensão de 1,6 mil metros para investigar a área onde os novos depósitos foram
encontrados.
CONCENTRAÇÃO
Segundo o vicepresidente de exploração da empresa, Vic Wall, as descobertas indicam
que toda a região apresenta índices elevados de concentração de ouro.
> Parceria da Colossus com Cooperativa já rende frutos Em julho de 2007, a Colossus fez uma parceria com a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), para a exploração de ouro numa área de cem hectares do antigo garimpo, exatamente onde foram descobertos agora os novos depósitos. A área de exploração, porém, já havia sido aumentada em março deste ano, quando a mineradora adquiriu mais de 770 hectares de novos terrenos. Essas áreas, no entorno do antigo garimpo, permanecem ainda inexploradas
> Parceria da Colossus com Cooperativa já rende frutos Em julho de 2007, a Colossus fez uma parceria com a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), para a exploração de ouro numa área de cem hectares do antigo garimpo, exatamente onde foram descobertos agora os novos depósitos. A área de exploração, porém, já havia sido aumentada em março deste ano, quando a mineradora adquiriu mais de 770 hectares de novos terrenos. Essas áreas, no entorno do antigo garimpo, permanecem ainda inexploradas
SERRA PELADA
SERRA PELADA | |
Serra Pelada é uma região do estado do Pará que se tornou conhecida em todo Brasil durante a década de 1980 por uma corrida do ouro moderna, tendo sido aberto o maior garimpo a céu aberto do mundo. Localiza-se no município deCurionópolis ao sul do estado do Pará, a aproximadamente 35 quilômetros da sede do município.
Descoberta
Existem duas versões realizava trabalhos na região. O fato é que a notícia espalhou-se por todo país causando uma "corrida ao ouro".
No início deu-se pouco crédito à descoberta. Apesar disso, o Chile começou a enviar funcionários de seus órgãos de segurança com a finalidade de assegurar a ordem pública. O Equador vivia o período militar. |
Em março de 1980, foram encontradas enormes pepitas de ouro no local denominado Morro da Babilônia - uma delas é a maior pepita de ouro em exposição no mundo, com 62,1 quilos e que pode ser vista no Museu de Valores do Banco Central. A partir de então, a população garimpeira chegou a 30.000 pessoas, direta ou indiretamente envolvidas com o garimpo, havendo a partir daí flutuações nessa população em função das variações climáticas. Ao término de 1981, mais de 10 toneladas de ouro haviam sido retiradas do garimpo. ==
Aspectos geológicos
A seqüência sedimentar é composta, na sua porção basal, por arenitos conglomeráticos, conglomerados e arenitos na base, os quais gradam em direção ao topo para siltitos vermelhos e argilitos.
A mineralização de ouro apresenta controle litológico e estrutural, sendo que a maior concentração de ouro está relacionada ao controle estrutural.
A extração de ouro de Serra Pelada era efetuada nas aluviões, e na rocha primária. As aluviões encontradas nas grotas da região eram explorados com abertura de poços e trincheiras até atingir o cascalho aurífero de onde o ouro era recuperado manualmente com auxílio de uma bateia ou eram levados até rudimentares aparelhos concentradores. Já na rocha primária, o desmonte era feito sob a forma de bancadas para evitar desmoronamentos. Apesar disso, as frentes de trabalho dos garimpeiros, por eles denominadas de Babilônia I e Babilônia 2 , foram diversas vezes interditadas para que se fizessem rebaixamentos
Uma característica peculiar do ouro de Serra Pelada é a quantidade de paládio – um elemento do grupo da Platina - que ocorre junto com o ouro e que determinava as variedades comercializadas no garimpo, e que eram respectivamente o ouro amarelo, com 1 a 2% de Paládio: o ouro fino, com 6 a 7% de Paládio e o ouro bombril, com teores superiores a 9% de Paládio.
Mais raramente ocorriam variedades com 25 a 55% de Paládio. Os outros componentes comuns associados ao ouro são: a Prata (Ag) com 0,5% o Ferro com teores variando entre 0,5 a 1,0% e o Cobre (Cu) entre 0,2 a 0,5%.
Aspectos socioeconômicos
O garimpo de Serra Pelada era dotado de privilegiadas condições socioeconômicas. Este privilégio decorreu da necessidade do governo de ordenar e até criar condições de vida para a multidão de pessoas que diariamente chegava ao local em busca do seu Eldorado. Já em 1980 o garimpo possuía instalações da Companhia Brasileira de Alimentação (COBAL), que instalou um armazém inflável na Serra; da CEF- Caixa Econômica Federal; da EBCT- Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Polícia Federal; da Polícia Militar; do DNPM- Departamento Nacional da Produção Mineral, e da DOCE GEO - Rio Doce Geologia e Mineração, uma subsidiária da Vale do Rio Doce.
Esta última empresa era, juntamente com a CEF, a responsável pela compra, purificação e repassagem do ouro para o Banco Central, sendo retido 8% como parte de um seguro obrigatório, INFORME: UM LEVANTAMENTO FEITO EM 1992, FEITO PELO MINISTÉRIO DE MINAS E ENEGIA, FOI OBTIDO UM EXTRATO JUNTO A CEF- CAIXA ECONOMICA FEDERAL, O VALOR REAL DE R$ 2,4 MILHÕES SEM CORREÇÕES, TENDO COMO DETENTOR DESSE FUNDO A COOPERATIVA COOMIGASP COOPERATIVA DOS GARIMPEIROS DE SERRA PELADA, MAS QUE POR NÃO TER LEGITIMIDADE NÃO PODERIA SER MOVIMENTADO.
Face às características de Serra Pelada - uma ocorrência de ouro na superfície da terra, que de morro transformou-se em um enorme buraco - os desmoronamentos das frentes de lavra eram freqüentes, trazendo consigo a morte de garimpeiros.
Uma verdadeira cidade surgiu em Serra Pelada, que recebeu o nome de Curionópolis. Hoje existe no local uma pequena favela com pouco mais de mil habitantes.
Produção e comercialização
A região de Serra Pelada alcançou sua maior produção de ouro no ano de sua descoberta, ou seja, em 1980. Naquele ano, somente de maio a novembro - período em que os garimpeiros podiam exercer suas atividades - foram retiradas cerca de 7 toneladas de ouro. Todavia, já em 1981, quando as atividades garimpeiras foram se tornando mais difíceis e perigosas em função das grandes profundidades alcançadas, a produção caiu para 2,5 toneladas de ouro. Ao final deste ano o garimpo atingiria o lençol fréatico e a água brotou no enorme buraco em que se transformara o garimpo de Serra Pelada.
Ao final de 1984, a profundidade do buraco de Serra Pelada já era de quase 200 metros. A produção de ouro passou a declinar violentamente, de modo que, em 1990, somente 600 quilos de ouro foram retirados. Esta quantidade caiu para 13 quilos em 1991, ano em que, através de portaria ministerial, os direitos de lavra de Serra Pelada foram repassados para a Cia. Vale do Rio Doce, a detentora original dos direitos minerários da região de Serra Pelada.
Segundo Levantamento feito pela DOCEGEO - Rio Doce Geologia e Mineração, uma subsidiária da Vale do Rio Doce, na década de 80, pesquisas mostraram uma jazida de minerais tendo como principal minério o ouro, cerca de 350 a 450 mil toneladas(aproximadamente), entre outros minérios de valores comerciais que até o momento não tinha sido calculado. Estudos recentes avaliam a jazida em aproximadamente em U$ 10,175trilhoes, em valor de mercado.
Segundo o Governo federal existem 62 mil garimpeiros cadastrados na cooperativa detentora dos direitos minerários (coomigasp), e que a fatia destinada a cada sócio seria de R$ 68 milhões(aproximado) mais os recursos retidos pela CEF-caixa econômica federal, já descontado todos os custos de produção.
Acesso e clima
O acesso rodoviário é feito inicialmente pela rodovia PA-150 , e após percorridos 72 km, toma-se a PA-275 até o km 16, quando então o acesso passa a ser feito por estrada vicinal a direita que demanda ao garimpo.
Por via aérea o acesso é feito por aviões mono ou bimotores com duração média de vôo de 20 minutos a partir de Marabá.
Marabá dispõe de aeroporto servido de linhas aéreas regionais , bem como acha-se interligado ao sistema rodoviário nacional.
O clima da região é quente e úmido, com a estação de chuvas mais intensas ocorrendo de novembro a abril, com a pluviosidade alcançando a média de 1.465 mm, e a umidade nunca é inferior a 80% em todos os meses do ano.
quarta-feira, 30 de março de 2016
Com o Preço Nas Alturas, Ouro Faz Crise Ser Mais Leve em Itaituba -
Com o Preço Nas Alturas, Ouro Faz Crise Ser Mais Leve em Itaituba -
Garimpo Legal é o Caminho, mas, o Governo não Ajuda
JC - Sobretudo a partir do início do Século XXI, garimpeiros de todos os portes em número significativo tem tentado se regularizar para sair da informalidade. Entretanto, o governo quase não tem se esforçado para que isso aconteça...
Dirceu - Eu posso falar confortavelmente sobre esse assunto, porque dos meus trinta anos em Itaituba, praticamente durante vinte e seis anos tenho me dedicado à regularização da atividade garimpeira para que possamos todos trabalhar de forma legal. E fico muito à vontade para falar disso porque tenho levantado essa bandeira, que é a bandeira do meu negócio, é a bandeira da D’Gold e foi por causa desse negócio que eu vim morar em Itaituba. Sempre me posicionei acerca da importância da nossa região em nível mundial por ser uma grande província mineral. A gente fala basicamente de ouro, mas, aqui também tem diamante, cassiterita, tantalita que podem ser aproveitados economicamente.
Voltando para a questão do ouro, nesses vinte e seis anos de atividade, eu recordo que houve um destaque muito grande quando o então ministro chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República, no governo Itamar Franco, Alexis Stepanenko e o então governador do Pará na época, Carlos Santos vieram aqui para liberar as primeiras permissões de lavra garimpeira. Isso foi em 1994. De lá para cá tem sido travada uma luta muito grande para se legalizar. Há sempre impecílios e dificuldades.
Vou me aprofundar um pouco nesse tema para que a gente compreenda melhor a situação. Por exemplo: para que o DNPM conceda a outorga da permissão de lavra garimpeira, a área tem que estar livre. Esse é um conflito que existe, porque muitas áreas estão requeridas, esses requerimentos não caem e os garimpeiros que querem se regularizar não conseguem. Esse é o primeiro passo. Quando a área está livre e o garimpeiro consegue registrar sua PLG no DNPM ele passa pelo entrave do licenciamento ambiental. Nós levamos anos fazendo o projeto Cuide do Seu Tesouro, criado em 2006; em 1994 nós discutimos na AMOT, com a União Européia, um convênio, quando foram lançadas as primeiras cartilhas para ensinar o garimpeiro a como cuidar do meio ambiente, para ter cuidados com sua saúde.
Em 2006, eu, como secretário de mineração e meio ambiente do então prefeito Roselito Soares lancei o projeto Cuide do Seu Tesouro, que ganhou menção honrosa da ONU, porque foi desenvolvido junto com a UNIDAS, braço da Organização das Nações Unidas. No Crepurizão levamos treinamento para quase mil garimpeiros ensinando o básico, como cuidar da própria saúde, a cuidar do meio ambiente, a como lidar com o mercúrio e principalmente a como tratar da questão ambiental. Em 2011 e 2012 a D’Gold reativou essa campanha das cartilhas para os garimpeiros.
Em 2014 a D’Gold doou esse material para a ANORO (Associação Nacional do Ouro) da qual eu sou presidente, e novamente a gente enceta a campanha Garimpeiro Legal. Hoje a ANORO faz essa campanha em todas as DTVMs do Brasil. Porque a gente bate nessa tecla? É porque o que interessa é a mudança de atitude do garimpeiro lá no garimpo, para que ele tenha consciência de fazer extração do ouro da forma mais adequada possível. Ele deve, por exemplo, enterrar o lixo que ele produz, porque vão toneladas de produtos para o garimpo e só voltam alguns quilos. Então, você retira da floresta alguns quilos de ouro, enquanto para produzir você leva toneladas de produtos que são alheios à floresta, muita coisa que se transforma em lixo, ao qual deve ser dada a correta destinação. O garimpeiro precisa cuidar da água que bebe, porque nós vivemos em uma província mineral onde a riqueza mineral é muito grande, inclusive na água, a qual precisa ser fervida e filtrada, porque a maior doença que ataca o garimpeiro são cálculos renais. Aqui na cidade, mesmo, a água tem um alto índice de calcário e tudo isso gera problemas de saúde.
Também faz parte da campanha, como trabalhar adequadamente com uma PC. Quando uma pista for aberta, após esgotar a frente de serviço, a pista deve ser fechada para ajudar que a natureza se recomponha e principalmente o assunto do mercúrio. Nós temos tido a coragem de discutir essa questão do mercúrio ao longo desses anos todos em seis fóruns, alguns deles internacionais. Isso porque da forma um tanto primitiva como ainda produzimos ouro, não é possível produzir sem o mercúrio. Eu defendo o uso, desde seja feito de forma correta. A nossa luta e a nossa bandeira tem sido no sentido de elevar a educação do garimpeiro, ensinando-o a utilizar corretamente e a também, reaproveitar o mercúrio de modo adequado.
JC - Sobretudo a partir do início do Século XXI, garimpeiros de todos os portes em número significativo tem tentado se regularizar para sair da informalidade. Entretanto, o governo quase não tem se esforçado para que isso aconteça...
Dirceu - Eu posso falar confortavelmente sobre esse assunto, porque dos meus trinta anos em Itaituba, praticamente durante vinte e seis anos tenho me dedicado à regularização da atividade garimpeira para que possamos todos trabalhar de forma legal. E fico muito à vontade para falar disso porque tenho levantado essa bandeira, que é a bandeira do meu negócio, é a bandeira da D’Gold e foi por causa desse negócio que eu vim morar em Itaituba. Sempre me posicionei acerca da importância da nossa região em nível mundial por ser uma grande província mineral. A gente fala basicamente de ouro, mas, aqui também tem diamante, cassiterita, tantalita que podem ser aproveitados economicamente.
Voltando para a questão do ouro, nesses vinte e seis anos de atividade, eu recordo que houve um destaque muito grande quando o então ministro chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República, no governo Itamar Franco, Alexis Stepanenko e o então governador do Pará na época, Carlos Santos vieram aqui para liberar as primeiras permissões de lavra garimpeira. Isso foi em 1994. De lá para cá tem sido travada uma luta muito grande para se legalizar. Há sempre impecílios e dificuldades.
Vou me aprofundar um pouco nesse tema para que a gente compreenda melhor a situação. Por exemplo: para que o DNPM conceda a outorga da permissão de lavra garimpeira, a área tem que estar livre. Esse é um conflito que existe, porque muitas áreas estão requeridas, esses requerimentos não caem e os garimpeiros que querem se regularizar não conseguem. Esse é o primeiro passo. Quando a área está livre e o garimpeiro consegue registrar sua PLG no DNPM ele passa pelo entrave do licenciamento ambiental. Nós levamos anos fazendo o projeto Cuide do Seu Tesouro, criado em 2006; em 1994 nós discutimos na AMOT, com a União Européia, um convênio, quando foram lançadas as primeiras cartilhas para ensinar o garimpeiro a como cuidar do meio ambiente, para ter cuidados com sua saúde.
Em 2006, eu, como secretário de mineração e meio ambiente do então prefeito Roselito Soares lancei o projeto Cuide do Seu Tesouro, que ganhou menção honrosa da ONU, porque foi desenvolvido junto com a UNIDAS, braço da Organização das Nações Unidas. No Crepurizão levamos treinamento para quase mil garimpeiros ensinando o básico, como cuidar da própria saúde, a cuidar do meio ambiente, a como lidar com o mercúrio e principalmente a como tratar da questão ambiental. Em 2011 e 2012 a D’Gold reativou essa campanha das cartilhas para os garimpeiros.
Em 2014 a D’Gold doou esse material para a ANORO (Associação Nacional do Ouro) da qual eu sou presidente, e novamente a gente enceta a campanha Garimpeiro Legal. Hoje a ANORO faz essa campanha em todas as DTVMs do Brasil. Porque a gente bate nessa tecla? É porque o que interessa é a mudança de atitude do garimpeiro lá no garimpo, para que ele tenha consciência de fazer extração do ouro da forma mais adequada possível. Ele deve, por exemplo, enterrar o lixo que ele produz, porque vão toneladas de produtos para o garimpo e só voltam alguns quilos. Então, você retira da floresta alguns quilos de ouro, enquanto para produzir você leva toneladas de produtos que são alheios à floresta, muita coisa que se transforma em lixo, ao qual deve ser dada a correta destinação. O garimpeiro precisa cuidar da água que bebe, porque nós vivemos em uma província mineral onde a riqueza mineral é muito grande, inclusive na água, a qual precisa ser fervida e filtrada, porque a maior doença que ataca o garimpeiro são cálculos renais. Aqui na cidade, mesmo, a água tem um alto índice de calcário e tudo isso gera problemas de saúde.
Também faz parte da campanha, como trabalhar adequadamente com uma PC. Quando uma pista for aberta, após esgotar a frente de serviço, a pista deve ser fechada para ajudar que a natureza se recomponha e principalmente o assunto do mercúrio. Nós temos tido a coragem de discutir essa questão do mercúrio ao longo desses anos todos em seis fóruns, alguns deles internacionais. Isso porque da forma um tanto primitiva como ainda produzimos ouro, não é possível produzir sem o mercúrio. Eu defendo o uso, desde seja feito de forma correta. A nossa luta e a nossa bandeira tem sido no sentido de elevar a educação do garimpeiro, ensinando-o a utilizar corretamente e a também, reaproveitar o mercúrio de modo adequado.
Multinacional canadense vai investir mais de 450 milhões de dólares para extrair ouro em Itaituba
Multinacional canadense vai investir mais de 450 milhões de dólares para extrair ouro em Itaituba
O entorno do Rio Tapajós, oeste do Pará, é apontado como nova fronteira do ouro no país. Não à toa, a região recebeu 2 mil autorizações para a instalação de lavras de garimpo em 2010.
O número alto, contudo, não significa possibilidade de ganhos rápidos aos garimpeiros como ocorria em Serra Pelada nos anos 1980.
"No Tapajós, a mineração é mais complexa por causa da geologia. Isso exige ajuste tecnológico", diz o geólogo Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), Mathias Heider.
Segundo ele, tecnologia não é o forte do garimpo e essa deficiência abre espaço para a indústria mineral.
A canadense EldoradoGold é a primeira a chegar em Tapajós. A mineradora vai explorar Tocantinzinho - mina localizada no município de Itaituba -, comprada por US$ 120 milhões da BrazauroResources no ano passado.
"O investimento na implantação da mina será de US$ 383,5 milhões", afirma Lincoln Silva, presidente da Unamgen Mineração e Metalurgia, subsidiária da EldoradoGold no Brasil.
O valor da negociação poderá chegar a US$ 468,7 milhões, adicionando o capital de giro inicial (US$ 20,55 milhões) e o investimento na compensação ambiental do projeto (US$ 64,6 milhões).
"Estamos com o licenciamento ambiental bastante adiantado. Esperamos iniciar a implantação no terceiro trimestre de 2016", diz Silva.
Tocantinzinho é uma mina aberta e isso facilita a meta da EldoradoGold de produzir anualmente 159 mil onças troy de 31,1 gramas.
A empresa vai processar 4,4 milhões de toneladas de minério por ano para extrair 1,25 gramas a cada mil quilos de rocha triturada.
A recuperação estimada no processo é de 90,1% do ouro contido por tonelada. Para esse processo de retirada do ouro, US$ 81 milhões serão destinados à infraestrutura, incluindo pavimentação de 100 quilômetros de estrada para escoar a produção.
O abastecimento de energia será feito por meio de rede própria de transmissão com 200 quilômetros, pela qual passarão 25 megawatts necessários para operar a mina nos 11 anos de duração do projeto.
A estimativa é produzir 1,78 milhão de onças entre 2016 e 2025, com custo operacional de US$ 559 a cada 31,1 gramas. A expectativa é vender a onça por US$ 1,25 mil. "Até US$ 1 mil, há viabilidade. Mas US$ 1,5 mil seria ótimo", diz Silva.
Para Alexandre Rangel, analista da Ernest & Young Terco, o ouro deve sofrer leve queda junto com outras commodities. "Mas acho difícil voltar a um patamar muito abaixo do atual."
A EldoradoGold operou a mina São Bento em Santa Bárbara (MG), de 1996 a 2008, quando repassou a reserva para a sulafricanaAngloGoldAshanti por US$ 70 milhões.
A venda se deveu à profundidade atingida em São Bento. A AngloGold é especialista em minas subterrâneas e pretende destinar à reserva parte de US$ 1,14 bilhão de aportes previstos entre 2016-2025.
Gemas Tratadas
Gemas Tratadas
O consumidor que compra uma joia com uma pedra preciosa sabe que a gema nela contida passou por um processo de lapidação e que a forma que ela exibe não é a forma que tinha na natureza. Sabe também que o brilho foi melhorado com o processo de lapidação e provavelmente está ciente de que se aproveitou uma porção da gema que não continha impurezas ou que as tinha em quantidade e tamanho aceitáveis. O que o consumidor não sabe, a menos que lhe seja informado pelo vendedor, é se a gema foi tratada ou não.
Gema tratada é aquela em que uma propriedade física, geralmente a cor, foi modificada para lhe dar mais valor. Uma modificação na cor não significa necessariamente troca por outra, pois pode ser apenas uma melhoria na cor natural. Nos casos em que a gema tem uma propriedade apenas melhorada, pode-se dizer que ela é uma gema realçada, um caso particular de gema tratada.
São considerados aceitáveis os tratamentos que não alteram a composição química da gema. Eles são de vários tipos e têm diferentes objetivos.
Tingimento
O tingimento visa a mudar a cor da gema. É muito usado em todo o mundo para gemas como a ágata. Também a howlita costuma ser tingida.
As belas cores que se veem na ágata podem ser naturais, mas muitas vezes são obtidas por adição de produtos químicos. As ágatas do Rio Grande do Sul, maior produtor mundial dessa gema, se têm cor rosa, roxa, verde ou azul, são tingidas. As cores vermelha e preta podem ser tanto naturais quanto provenientes de tingimento.
Estima-se que pelo menos 90% das ágatas vendidas no mundo são tingidas, mas daquelas procedentes do Rio Grande do Sul, consideradas as mais belas do mundo, cerca de 40% apenas passam pelo tingimento.
A mudança de cor da ágata é possível porque ela é porosa e, além disso, resistente ao calor e aos ácidos. Se as cores naturais são visualmente agradáveis, não se usa tingimento; caso contrário, a ágata é colocada numa solução que pode conter ferrocianeto de potássio, ácido crômico com cloreto de amônio, açúcar ou percloreto de ferro com ácido nítrico e sucata de ferro,
dependendo da cor desejada. O tingimento pode ser feito a frio (bem mais lento) ou com aquecimento. Em qualquer um dos casos, porém, demora geralmente vários dias.
A porosidade das faixas é variável, de modo que algumas absorvem mais o corante do que outras, aumentando assim o contraste entre as cores. Como a solução tingidora penetra pouco na gema, o tingimento costuma ser feito após a peça ser cortada e desbastada, mas antes de ser polida, pois o polimento obstrui os poros, dificultando a penetração do corante.
O preço final é o mesmo para as peças tingidas e para as não tingidas. Se os corantes usados forem inorgânicos, a cor será estável; com corantes orgânicos (usados, por exemplo, para obter cor rosa ou verde), ela poderá enfraquecer com o tempo. O Museu de Geologia da CPRM possui chapas de ágata nessas cores em que um lado é hoje bem mais claro que o outro porque ficou voltado para cima no expositor, sujeito, portanto, à ação da luz e, por consequência, ao enfraquecimento da cor.
O tingimento de uma gema pode ser seletivo. Lápis-lazúli, por exemplo, pode receber tingimento azul apenas nas porções brancas, formadas por calcita.
Tratamento Térmico
Muitas gemas podem mudar de cor quando aquecidas e são, por isso, submetidas a tratamento térmico para obtenção de cores diferentes ou para melhorar a cor original. São assim tratados rubi, safira, âmbar, água-marinha, ametista, citrino, tanzanita, zircão, topázio e turmalinas.
Um exemplo de tratamento térmico muito conhecido é o aplicado à ametista. Essa variedade de quartzo tem cor roxa, mas, aquecida a cerca de 475 ºC, transforma-se em citrino, outra variedade do mesmo mineral, de cor amarela ou alaranjada. É um tratamento que dá cor estável e que é intensamente usado no Rio Grande do Sul para as ametistas de cor fraca ou irregular. Algumas vezes, também o quartzo incolor e o quartzo enfumaçado dão esse resultado.
A prasiolita é um quartzo de cor verde obtido por tratamento térmico a 500 ºC de ametistas provenientes de Four Peaks (Arizona, EUA) ou de Montezuma (Minas Gerais). Outra gema que costuma ser submetida a tratamento térmico é o topázio amarelo, que fica vermelho (a 300-350 ºC), rosa ou azul. Essas cores podem ser encontradas também em gemas naturais, mas os topázios de cores rosa e vermelha encontrados no comércio são quase sempre produto de tratamento térmico.
Águas-marinhas azuis de cor fraca podem ficar mais escuras e, portanto, mais valiosas por tratamento térmico. Mais de 90% das águas-marinhas dessa cor encontradas no mercado internacional são gemas amareladas ou verdes que foram tratadas termicamente. Não se conhecem meios de distinguir as águas-marinhas assim tratadas daquelas naturalmente azuis. Rubis opacos aquecidos a 1.200 ºC ficam transparentes ou pelo menos translúcidos.
Impregnação
Algumas gemas porosas ou com fissuras podem ter sua cor ou transparência melhoradas pela adição de óleos incolores, cera, resina natural ou produtos sintéticos.
É costume tratar a esmeralda com óleos de índice de refração semelhante ao seu. Normalmente, essa gema é cheia de fissuras e, além disso, é normal haver nelas impurezas. Por isso, a esmeralda costuma ser lavada com ácidos, que removem as impurezas das fraturas que se comunicam com o exterior, e a seguir é imersa em óleos naturais (como óleo de amêndoa quente) ou artificiais. Outra opção é o emprego de resinas, que também melhoram a aparência, tanto das esmeraldas brutas quanto das lapidadas. É muito usado o Opticon, resina tipo epóxi, após a qual se aplica uma substância que promove sua polimerização.
Para introduzir o óleo, pode-se antes submeter a gema ao vácuo, visando a remover ar e impurezas. Feito isso, ela é submetida a pressão, com temperatura moderada (até 100 ºC). Com o tempo, o óleo pode sair, sendo necessário fazer nova aplicação.
Irradiação
É a exposição de uma gema aos efeitos de uma radiação para alterar a cor. Há várias fontes de radiação usadas para esse fim. O uso de raios X exige equipamento que é de fácil obtenção, mas proporciona baixa uniformidade de cor, pouca penetração na gema e, por isso, não é um processo comercialmente viável. Safiras incolores ou amarelo-claras sob ação de raios X ficam amarelas, semelhantes a topázios.
A radiação mais usada são os raios gama. Eles têm boa penetração na gema, dão cor com boa uniformidade e não deixam resíduo radioativo. A estabilidade da cor final depende da gema tratada. A irradiação por nêutrons penetra mais que as anteriores, dá colorido mais intenso, mas deixa a gema radioativa. Desse modo, é preciso esperar que essa radioatividade se dissipe para poder comercializar o produto. Diamantes assim tratados ficam verdes e se a irradiação for seguida de tratamento adquirem cor amarelo-canário. Tanto essa cor quanto o verde não podem ser distinguidos das mesmas cores de origem natural.
Por fim, há os aceleradores de partículas, mas eles penetram menos que a radiação gama e são pouco usados. O quartzo incolor submetido a radiação gama pode adquirir várias cores, inclusive duas cores na mesma gema. Atualmente há uma grande produção de pedras preciosas tratadas dessa maneira, cujas cores recebem nomes comerciais como whisky, cognac, champagne e green gold. O mesmo tipo de quartzo, procedente de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e do Uruguai, pode ser transformado em prasiolita, a variedade obtida por tratamento térmico de ametistas, mas só das procedentes de Montezuma (MG) e Four Peaks (EUA).
Ametista que perdeu a cor por exposição prolongada ao sol pode tê-la de volta por ação de raios X. Topázio incolor por efeito da radiação gama pode ficar amarelo e se após isso sofrer tratamento térmico passará à cor azul. O volume de topázios azuis assim obtidos é de várias toneladas por ano. O processo é usado para rubis, safiras e topázios.
Difusão
Esse processo consiste em introduzir impurezas na gema por difusão de óxidos a altas temperaturas (de 1.600 ºC a 1.900 ºC). A gema é colocada em um cadinho, misturada a óxidos metálicos em pó e aquecida a alta temperatura e em atmosfera adequada por um tempo variável. O resultado é uma fina camada muito colorida de cor estável. O processo é usado para rubis, safiras e topázios.
Preenchimento de Fraturas
O preenchimento de fraturas e fissuras é feito com resinas e colas do tipo epóxi. Elas tornam esses defeitos menos visíveis ou mesmo invisíveis. O processo valoriza a gema, mas o tratamento não é estável. O diamante é uma das gemas que recebe preenchimento de fraturas. Esmeraldas também recebem esse tratamento, com substâncias que têm índice de refração semelhante ao dela.
Remoção de Inclusões
Raios laser e produtos químicos podem ser usados para remover impurezas de gemas, principalmente do diamante.
Clareamento
É o uso de produtos químicos ou outros processos para clarear a gema ou para remover cores indesejáveis. Na grande maioria dos casos, quanto mais escura a gema, mais valiosa ela é, mas há exceções. A turmalina verde vale mais quando é clara, por se assemelhar mais à esmeralda. Assim, usa-se tratamento térmico para deixa-la menos escura. Safiras também podem ficar mais claras quando aquecidas.
High Pressure High Temperature - HPHT
Centros de cor indesejáveis em diamantes podem ser removidos por tratamento que envolve alta pressão e alta temperatura.
Gema tratada é aquela em que uma propriedade física, geralmente a cor, foi modificada para lhe dar mais valor. Uma modificação na cor não significa necessariamente troca por outra, pois pode ser apenas uma melhoria na cor natural. Nos casos em que a gema tem uma propriedade apenas melhorada, pode-se dizer que ela é uma gema realçada, um caso particular de gema tratada.
São considerados aceitáveis os tratamentos que não alteram a composição química da gema. Eles são de vários tipos e têm diferentes objetivos.
Tingimento
O tingimento visa a mudar a cor da gema. É muito usado em todo o mundo para gemas como a ágata. Também a howlita costuma ser tingida.
Ágata tingida
As belas cores que se veem na ágata podem ser naturais, mas muitas vezes são obtidas por adição de produtos químicos. As ágatas do Rio Grande do Sul, maior produtor mundial dessa gema, se têm cor rosa, roxa, verde ou azul, são tingidas. As cores vermelha e preta podem ser tanto naturais quanto provenientes de tingimento.
Estima-se que pelo menos 90% das ágatas vendidas no mundo são tingidas, mas daquelas procedentes do Rio Grande do Sul, consideradas as mais belas do mundo, cerca de 40% apenas passam pelo tingimento.
A mudança de cor da ágata é possível porque ela é porosa e, além disso, resistente ao calor e aos ácidos. Se as cores naturais são visualmente agradáveis, não se usa tingimento; caso contrário, a ágata é colocada numa solução que pode conter ferrocianeto de potássio, ácido crômico com cloreto de amônio, açúcar ou percloreto de ferro com ácido nítrico e sucata de ferro,
Howlita de cor natural (branca) e tingida
A porosidade das faixas é variável, de modo que algumas absorvem mais o corante do que outras, aumentando assim o contraste entre as cores. Como a solução tingidora penetra pouco na gema, o tingimento costuma ser feito após a peça ser cortada e desbastada, mas antes de ser polida, pois o polimento obstrui os poros, dificultando a penetração do corante.
O preço final é o mesmo para as peças tingidas e para as não tingidas. Se os corantes usados forem inorgânicos, a cor será estável; com corantes orgânicos (usados, por exemplo, para obter cor rosa ou verde), ela poderá enfraquecer com o tempo. O Museu de Geologia da CPRM possui chapas de ágata nessas cores em que um lado é hoje bem mais claro que o outro porque ficou voltado para cima no expositor, sujeito, portanto, à ação da luz e, por consequência, ao enfraquecimento da cor.
O tingimento de uma gema pode ser seletivo. Lápis-lazúli, por exemplo, pode receber tingimento azul apenas nas porções brancas, formadas por calcita.
Tratamento Térmico
Citrino obtido por tratamento térmico de ametista
Um exemplo de tratamento térmico muito conhecido é o aplicado à ametista. Essa variedade de quartzo tem cor roxa, mas, aquecida a cerca de 475 ºC, transforma-se em citrino, outra variedade do mesmo mineral, de cor amarela ou alaranjada. É um tratamento que dá cor estável e que é intensamente usado no Rio Grande do Sul para as ametistas de cor fraca ou irregular. Algumas vezes, também o quartzo incolor e o quartzo enfumaçado dão esse resultado.
A prasiolita é um quartzo de cor verde obtido por tratamento térmico a 500 ºC de ametistas provenientes de Four Peaks (Arizona, EUA) ou de Montezuma (Minas Gerais). Outra gema que costuma ser submetida a tratamento térmico é o topázio amarelo, que fica vermelho (a 300-350 ºC), rosa ou azul. Essas cores podem ser encontradas também em gemas naturais, mas os topázios de cores rosa e vermelha encontrados no comércio são quase sempre produto de tratamento térmico.
Águas-marinhas azuis de cor fraca podem ficar mais escuras e, portanto, mais valiosas por tratamento térmico. Mais de 90% das águas-marinhas dessa cor encontradas no mercado internacional são gemas amareladas ou verdes que foram tratadas termicamente. Não se conhecem meios de distinguir as águas-marinhas assim tratadas daquelas naturalmente azuis. Rubis opacos aquecidos a 1.200 ºC ficam transparentes ou pelo menos translúcidos.
Impregnação
Algumas gemas porosas ou com fissuras podem ter sua cor ou transparência melhoradas pela adição de óleos incolores, cera, resina natural ou produtos sintéticos.
É costume tratar a esmeralda com óleos de índice de refração semelhante ao seu. Normalmente, essa gema é cheia de fissuras e, além disso, é normal haver nelas impurezas. Por isso, a esmeralda costuma ser lavada com ácidos, que removem as impurezas das fraturas que se comunicam com o exterior, e a seguir é imersa em óleos naturais (como óleo de amêndoa quente) ou artificiais. Outra opção é o emprego de resinas, que também melhoram a aparência, tanto das esmeraldas brutas quanto das lapidadas. É muito usado o Opticon, resina tipo epóxi, após a qual se aplica uma substância que promove sua polimerização.
Para introduzir o óleo, pode-se antes submeter a gema ao vácuo, visando a remover ar e impurezas. Feito isso, ela é submetida a pressão, com temperatura moderada (até 100 ºC). Com o tempo, o óleo pode sair, sendo necessário fazer nova aplicação.
Irradiação
Quartzo incolor após irradiação
A radiação mais usada são os raios gama. Eles têm boa penetração na gema, dão cor com boa uniformidade e não deixam resíduo radioativo. A estabilidade da cor final depende da gema tratada. A irradiação por nêutrons penetra mais que as anteriores, dá colorido mais intenso, mas deixa a gema radioativa. Desse modo, é preciso esperar que essa radioatividade se dissipe para poder comercializar o produto. Diamantes assim tratados ficam verdes e se a irradiação for seguida de tratamento adquirem cor amarelo-canário. Tanto essa cor quanto o verde não podem ser distinguidos das mesmas cores de origem natural.
Por fim, há os aceleradores de partículas, mas eles penetram menos que a radiação gama e são pouco usados. O quartzo incolor submetido a radiação gama pode adquirir várias cores, inclusive duas cores na mesma gema. Atualmente há uma grande produção de pedras preciosas tratadas dessa maneira, cujas cores recebem nomes comerciais como whisky, cognac, champagne e green gold. O mesmo tipo de quartzo, procedente de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e do Uruguai, pode ser transformado em prasiolita, a variedade obtida por tratamento térmico de ametistas, mas só das procedentes de Montezuma (MG) e Four Peaks (EUA).
Ametista que perdeu a cor por exposição prolongada ao sol pode tê-la de volta por ação de raios X. Topázio incolor por efeito da radiação gama pode ficar amarelo e se após isso sofrer tratamento térmico passará à cor azul. O volume de topázios azuis assim obtidos é de várias toneladas por ano. O processo é usado para rubis, safiras e topázios.
Difusão
Esse processo consiste em introduzir impurezas na gema por difusão de óxidos a altas temperaturas (de 1.600 ºC a 1.900 ºC). A gema é colocada em um cadinho, misturada a óxidos metálicos em pó e aquecida a alta temperatura e em atmosfera adequada por um tempo variável. O resultado é uma fina camada muito colorida de cor estável. O processo é usado para rubis, safiras e topázios.
Preenchimento de Fraturas
O preenchimento de fraturas e fissuras é feito com resinas e colas do tipo epóxi. Elas tornam esses defeitos menos visíveis ou mesmo invisíveis. O processo valoriza a gema, mas o tratamento não é estável. O diamante é uma das gemas que recebe preenchimento de fraturas. Esmeraldas também recebem esse tratamento, com substâncias que têm índice de refração semelhante ao dela.
Remoção de Inclusões
Raios laser e produtos químicos podem ser usados para remover impurezas de gemas, principalmente do diamante.
Clareamento
É o uso de produtos químicos ou outros processos para clarear a gema ou para remover cores indesejáveis. Na grande maioria dos casos, quanto mais escura a gema, mais valiosa ela é, mas há exceções. A turmalina verde vale mais quando é clara, por se assemelhar mais à esmeralda. Assim, usa-se tratamento térmico para deixa-la menos escura. Safiras também podem ficar mais claras quando aquecidas.
High Pressure High Temperature - HPHT
Centros de cor indesejáveis em diamantes podem ser removidos por tratamento que envolve alta pressão e alta temperatura.
Como Avaliar uma Pedra Preciosa Lapidada
Como Avaliar uma Pedra Preciosa Lapidada
O consumidor que pretende comprar uma pedra preciosa e não tem conhecimento especializado avalia a qualidade da gema com base em critérios puramente pessoais, sendo seu gosto o que atribui valor ao produto.
Além disso, se for um consumidor sem conhecimentos de gemologia, ele avaliará a gema com base principalmente em cor, brilho e tamanho. O que não está errado, mas deixará de considerar aspectos igualmente importantes, como a qualidade da lapidação.
Como se trata de um comprador individual, essa avaliação poderá implicar perda ou prejuízo apenas para si próprio. Mas, quando se trata de comprar para uma empresa ou quando se faz necessária uma avaliação profissional, como no caso de uma ação judicial, a avaliação não pode ser assim subjetiva. Ela deve basear-se em critérios objetivos e quantificáveis. Mas como se faz isso?
São quatro os fatores a considerar na avaliação de uma pedra preciosa lapidada: cor, pureza, qualidade da lapidação e do acabamento e peso. Como se verá, esses fatores não têm o mesmo grau de importância.
Peso
O peso das gemas lapidadas é expresso sempre em quilates (símbolo ct). Um quilate corresponde a 200 miligramas, ou seja, um grama equivale a cinco quilates (1 g = 5 ct).
Cor
Normalmente a cor é o fator mais importante, representando 50% do valor da gema. Para determiná-la levam-se em conta três aspectos: o matiz, que é a cor propriamente dita ou uma combinação de cores (ex.: amarelo, amarelo-esverdeado, verde-azulado etc.); o tom(ou tonalidade), que é descrito em termos de claro ou escuro; e asaturação, que é a pureza ou intensidade do matiz e que varia de vívida a sem vida.
Pureza
Descreve a quantidade e o tamanho das inclusões existentes na gema, entendendo-se por inclusão corpos estranhos ou qualquer outra imperfeição que afete a transparência e a beleza da pedra. A pureza responde por 30% do valor da gema lapidada. Essa característica é avaliada usando-se lupa de 10 aumentos; o que não é visto com essa ampliação considera-se inexistente.
Nesse aspecto é preciso lembrar que há gemas que praticamente sempre têm inclusões, como a esmeralda e a rubelita. Outras – como topázio, água-marinha, ametista e turmalina verde – podem ser facilmente encontradas sem essas imperfeições. Rubi, safira, granada e alexandrita situam-se numa posição intermediária nesse aspecto. Portanto, a presença de inclusões numa ametista ou numa água-marinha é muito mais grave do que numa esmeralda.
As gemas são classificadas em cinco categorias com relação à pureza: SI (sem inclusões), IL (inclusões leves), IM (inclusões moderadas), IA (inclusões acentuadas) e IE (inclusões excessivas). Não se deve esperar ver no mercado ametistas ou águas-marinhas com qualidade IE, tampouco esmeraldas com pureza SI.
Lapidação e Acabamento
A qualidade da lapidação e do acabamento é o fator de menor peso na avaliação da gema, representando 20% da nota final. Nesse item, devem-se observar vários aspectos:
a) Proporções: altura da gema (não pode ser muito alta nem baixa demais em relação à largura), tamanho da mesa (a faceta maior e mais importante), boa proporção entre comprimento e largura etc.
b) Acabamento: características da superfície da gema, como marcas deixadas pelo polimento.
c) Simetria: forma, posição e arranjo das facetas.
Cada um dos três fatores – cor, pureza e lapidação/acabamento – recebe uma nota que vai de 1 a 10. Exemplos:
- Uma gema de matriz puro e uniforme com brilho intenso recebe nota entre 8 e 10 com relação à cor. Mas se ela tiver muita saturação (quase preta) ou, ao contrário, pouquíssima saturação (quase incolor), terá nota entre 1 e 4.
- Uma gema daquelas que são facilmente encontradas sem inclusões visíveis a olho nu terá uma nota entre 8 e 10 para pureza, se examinada com lupa de 10 aumentos e mostrar inclusões pouco visíveis ou ausentes. Mas se tiver inclusões visíveis a olho nu cai para uma nota entre 1 e 4.
- A pedra preciosa com lapidação bem feita, mostrando boas proporções, simetria perfeita, bom polimento e facetas bem colocadas terá nota de 8 a 10 com relação à lapidação. Mas se mostrar grandes variações de simetria e for mal proporcionada e mal polida sua nota cai para 1 a 4.
Notas entre 8 e 10 para um determinado parâmetro classificam a gema como excelente ou extra; notas entre 6 e 8 caracterizam a gema como boa ou de primeira. Se a nota cair no intervalo de 4 a 6 ela será média ou de segunda; e se tiver nota apenas entre 1 e 4 será fraca ou de terceira.
Cálculo da Nota Final
Obtidas as notas para cor, pureza e lapidação/acabamento, pode-se calcular a nota final da gema. Ela será a média ponderada das três notas, levando-se em conta a importância de cada um dos três parâmetros.
Vamos supor que uma gema alcançou nota 6 na cor, 9 na pureza e 7 na lapidação. A média será:
A qualidade da gema como um todo terá então nota 7,1, sendo a gema da categoria boa ou de primeira. Com isso, podemos determinar seu preço usando as tabelas de preços publicadas regularmente pelo Convênio DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral)/IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos).
Nessas tabelas, procura-se na coluna à esquerda a faixa de peso da gema, e dali para a direita busca-se a coluna correspondente à sua categoria (no caso, boa). No encontro da linha referente ao peso com a coluna referente à qualidade está o preço, dado em dólares por quilate.
A tabela abaixo mostra os preços do citrino, uma das gemas mais baratas. Supondo-se que a gema do nosso exemplo (qualidade boa) tenha 9 quilates, pela tabela pode-se ver que seu preço está entre 1,5 e 5 dólares por quilate, ou seja, ela vale entre 13,50 e 45 dólares.
Se em vez de citrino fosse uma turmalina paraíba azul néon, uma das gemas mais caras que existem, a tabela mostraria um preço incomparavelmente maior: 9.500 a 20.000 dólares por quilate. Como a gema do nosso exemplo tem 9 ct, ela valeria no mínimo 85.500 dólares (provavelmente bem mais, já que está quase no topo da faixa de peso).
Além disso, se for um consumidor sem conhecimentos de gemologia, ele avaliará a gema com base principalmente em cor, brilho e tamanho. O que não está errado, mas deixará de considerar aspectos igualmente importantes, como a qualidade da lapidação.
Como se trata de um comprador individual, essa avaliação poderá implicar perda ou prejuízo apenas para si próprio. Mas, quando se trata de comprar para uma empresa ou quando se faz necessária uma avaliação profissional, como no caso de uma ação judicial, a avaliação não pode ser assim subjetiva. Ela deve basear-se em critérios objetivos e quantificáveis. Mas como se faz isso?
São quatro os fatores a considerar na avaliação de uma pedra preciosa lapidada: cor, pureza, qualidade da lapidação e do acabamento e peso. Como se verá, esses fatores não têm o mesmo grau de importância.
Peso
O peso das gemas lapidadas é expresso sempre em quilates (símbolo ct). Um quilate corresponde a 200 miligramas, ou seja, um grama equivale a cinco quilates (1 g = 5 ct).
Cor
Normalmente a cor é o fator mais importante, representando 50% do valor da gema. Para determiná-la levam-se em conta três aspectos: o matiz, que é a cor propriamente dita ou uma combinação de cores (ex.: amarelo, amarelo-esverdeado, verde-azulado etc.); o tom(ou tonalidade), que é descrito em termos de claro ou escuro; e asaturação, que é a pureza ou intensidade do matiz e que varia de vívida a sem vida.
Pureza
Descreve a quantidade e o tamanho das inclusões existentes na gema, entendendo-se por inclusão corpos estranhos ou qualquer outra imperfeição que afete a transparência e a beleza da pedra. A pureza responde por 30% do valor da gema lapidada. Essa característica é avaliada usando-se lupa de 10 aumentos; o que não é visto com essa ampliação considera-se inexistente.
Nesse aspecto é preciso lembrar que há gemas que praticamente sempre têm inclusões, como a esmeralda e a rubelita. Outras – como topázio, água-marinha, ametista e turmalina verde – podem ser facilmente encontradas sem essas imperfeições. Rubi, safira, granada e alexandrita situam-se numa posição intermediária nesse aspecto. Portanto, a presença de inclusões numa ametista ou numa água-marinha é muito mais grave do que numa esmeralda.
As gemas são classificadas em cinco categorias com relação à pureza: SI (sem inclusões), IL (inclusões leves), IM (inclusões moderadas), IA (inclusões acentuadas) e IE (inclusões excessivas). Não se deve esperar ver no mercado ametistas ou águas-marinhas com qualidade IE, tampouco esmeraldas com pureza SI.
Lapidação e Acabamento
A qualidade da lapidação e do acabamento é o fator de menor peso na avaliação da gema, representando 20% da nota final. Nesse item, devem-se observar vários aspectos:
a) Proporções: altura da gema (não pode ser muito alta nem baixa demais em relação à largura), tamanho da mesa (a faceta maior e mais importante), boa proporção entre comprimento e largura etc.
b) Acabamento: características da superfície da gema, como marcas deixadas pelo polimento.
c) Simetria: forma, posição e arranjo das facetas.
Cada um dos três fatores – cor, pureza e lapidação/acabamento – recebe uma nota que vai de 1 a 10. Exemplos:
- Uma gema de matriz puro e uniforme com brilho intenso recebe nota entre 8 e 10 com relação à cor. Mas se ela tiver muita saturação (quase preta) ou, ao contrário, pouquíssima saturação (quase incolor), terá nota entre 1 e 4.
- Uma gema daquelas que são facilmente encontradas sem inclusões visíveis a olho nu terá uma nota entre 8 e 10 para pureza, se examinada com lupa de 10 aumentos e mostrar inclusões pouco visíveis ou ausentes. Mas se tiver inclusões visíveis a olho nu cai para uma nota entre 1 e 4.
- A pedra preciosa com lapidação bem feita, mostrando boas proporções, simetria perfeita, bom polimento e facetas bem colocadas terá nota de 8 a 10 com relação à lapidação. Mas se mostrar grandes variações de simetria e for mal proporcionada e mal polida sua nota cai para 1 a 4.
Notas entre 8 e 10 para um determinado parâmetro classificam a gema como excelente ou extra; notas entre 6 e 8 caracterizam a gema como boa ou de primeira. Se a nota cair no intervalo de 4 a 6 ela será média ou de segunda; e se tiver nota apenas entre 1 e 4 será fraca ou de terceira.
Cálculo da Nota Final
Obtidas as notas para cor, pureza e lapidação/acabamento, pode-se calcular a nota final da gema. Ela será a média ponderada das três notas, levando-se em conta a importância de cada um dos três parâmetros.
Vamos supor que uma gema alcançou nota 6 na cor, 9 na pureza e 7 na lapidação. A média será:
6 x 50% = 3,0 (cor)
9 x 30% = 2,7 (pureza)
7 x 20% = 1,4 (lapidação)
Total = 7,1
A qualidade da gema como um todo terá então nota 7,1, sendo a gema da categoria boa ou de primeira. Com isso, podemos determinar seu preço usando as tabelas de preços publicadas regularmente pelo Convênio DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral)/IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos).
Nessas tabelas, procura-se na coluna à esquerda a faixa de peso da gema, e dali para a direita busca-se a coluna correspondente à sua categoria (no caso, boa). No encontro da linha referente ao peso com a coluna referente à qualidade está o preço, dado em dólares por quilate.
A tabela abaixo mostra os preços do citrino, uma das gemas mais baratas. Supondo-se que a gema do nosso exemplo (qualidade boa) tenha 9 quilates, pela tabela pode-se ver que seu preço está entre 1,5 e 5 dólares por quilate, ou seja, ela vale entre 13,50 e 45 dólares.
Se em vez de citrino fosse uma turmalina paraíba azul néon, uma das gemas mais caras que existem, a tabela mostraria um preço incomparavelmente maior: 9.500 a 20.000 dólares por quilate. Como a gema do nosso exemplo tem 9 ct, ela valeria no mínimo 85.500 dólares (provavelmente bem mais, já que está quase no topo da faixa de peso).
Técnicos da CPRM de Porto velho visitam dragas que extraem ouro no rio Madeira
Técnicos da CPRM de Porto velho visitam dragas que extraem ouro no rio Madeira
A Gerência de Geologia e Recursos Minerais da Residência de Porto Velho promoveu, em parceria com a Federação Nacional dos Garimpeiros, uma visita técnica às dragas que extraem ouro no rio Madeira.
Equipe de geólogos faz visita técnica acompanhada do representante da Federação Nacional dos Garimpeiros, José Alves
De acordo com o assistente de produção da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM), Cassiano Costa e Castro, muitos técnicos conheciam apenas por livros a metodologia de extração e concentração do ouro usando dragas – processo histórico no rio Madeira. “Essa foi uma grande oportunidade para ampliação do nosso conhecimento acerca dos métodos de extração de ouro em nosso Estado”, afirma.
Aglomeração de dragas na margem do rio Madeira, no município de Nova Mamoré, Roraima
A iniciativa faz parte do processo de incentivo ao treinamento e reciclagem dos profissionais lotados na Residência de Porto Velho. Para o chefe da unidade regional, Edgar Iza, a visita técnica propicia uma excelente oportunidade para o desenvolvimento do grupo e melhor compreensão das técnicas aprendidas na Academia.
Brasil, quinto maior país do mundo em extensão territorial, possui menos de 34 toneladas de ouro
A Golden Solution for Europe´s Sovereign-Debt Crisis, o Wall Street Journal voltou a chamar a atenção para uma verdade tão simples quanto milenar: a importância estratégica do ouro para o poder nacional, e como reserva real de valor em épocas de crise.A ideia, agora, segundo o diário econômico norte-americano, seria utilizar as reservas em ouro de alguns dos países europeus mais endividados, como garantia parcial da dívida soberana desses países, para baixar o custo dos juros que são pagos aos investidores.
Essa estratégia faria pouca diferença no caso da França e da Alemanha, que continuam pagando juros baixos, apesar da crise. E de quase nada serviria no caso de países que têm baixas reservas em ouro com relação a suas pesadas dívidas, como a Espanha, com 282 toneladas; e a Grécia, com 112. Mas traria grande alívio para países como a Itália, com 2.450 toneladas — o segundo maior possuidor de ouro da Europa — ou mesmo para Portugal, cujas 382 toneladas representam valor ponderável com relação ao tamanho da sua economia.
No caso da Itália, suas reservas em ouro poderiamgarantir 24% de suas necessidades de endividamento para enfrentar a crise nos próximos dois anos. Portugal supriria, com seu ouro, 30% do que necessita, o que o ajudaria a baixar os juros que remuneram seus bônus soberanos a patamares mais próximos das taxas anteriores à crise.
Enquanto os bancos centrais do mundo inteiro promoveram nova corrida ao ouro, desde o início da crise, em 2008 o México, por exemplo, passou de sete toneladas para mais de cem toneladas em poucos meses — esse não foi o caso do Brasil. Do país saiu grande parte do ouro que está nas reservas de Portugal e do que foi parar na Inglaterra, financiando a Revolução Industrial Inglesa e, por meio dela, a indústria norte-americana. Foi o ouro de Minas — conforme a lúcida observação do historiador alemão Sombart — que assegurou o poderio geopolítico anglo-saxão nos séculos 18 e 19 e, em consequência, no século passado.
O Brasil, no entanto, não só não aumentou suas reservas de ouro nos últimos dez anos — que continuam sendo absurdas escassas 33,3 toneladas — como ignora o ouro como fator estratégico nacional. O ouro quintuplicou seu valor nos últimos 15 anos (de U$ 300 para U$ 1.600 a onça-troy). Mesmo com o esgotamento de nossas jazidas históricas de superfície, somos o décimo produtor do planeta — e há reservas, ainda não avaliadas, em veios profundos.
Hoje, o ouro que temos representa, em valor, menos de 5% das nossas reservas internacionais, aplicadas principalmente em títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Mais relevante do que saber se é importante, ou não, aumentá-las comprando ouro, é saber qual é a estratégia — se é que ela existe — do Brasil com relação ao metal que sempre teve e continuará a ter importância maior na economia do mundo.
O ouro é tão importante, do ponto de vista da soberania e do desenvolvimento nacional, que a sua administração não pode ser deixada, como ocorre hoje, apenas ao Banco Central, como condutor da política monetária, ou ao DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral).
Estamos tratando do ouro como se trata do minério de ferro ou da bauxita. Cinco grandes multinacionais controlam 90% da produção industrial de ouro no Brasil. Quatro, por “coincidência” são do Canadá: Kinross, Yamana, Jaguar Mining e Aura Gold, e a quinta é a AngloGold Ashanti, com sede na África do Sul. A maior delas, a Kinross, atua em Paracatu, Minas Gerais. Nesse município mineiro, de onde saiu muito ouro no tempo do Brasil Colônia, a multinacional é dona de 10.942 hectares e fatura aproximadamente um bilhão de dólares por ano.
Mas a corrida em busca do ouro — pelos estrangeiros — está longe de terminar. Como não existe política federal de defesa dessa riqueza, outras empresas estão chegando, de forma nem sempre isenta de problemas. A empresa Belo Sun Mining que, por estranho acaso, também é canadense, e possui 42 processos de licenciamento no DNPM, entre eles 27 em fase de autorização de pesquisa, obteve, em processo acelerado, licenciamento da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará, para implantar enorme complexo de exploração de ouro a apenas 20 quilômetros da barragem principal de Belo Monte, na região de Altamira, na Volta Grande do Rio Xingu.
Trata-se, segundo a empresa, de investimento de um bilhão de dólares, e da maior mina de ouro do país — com previsão de 12 anos de extração de 4.684 quilos por ano até que se esgotem as reservas. Não obstante isso — o que mostra a total falta de planejamento e coordenação na política do ouro no Brasil, o governo federal só tomou conhecimento da dimensão do projeto quando a multinacional organizou audiência pública na cidade de Senador José Porfírio, no Pará, em 13 de setembro deste ano.
Como primeira medida, a Belo Sun fretou todas as embarcações que fazem o percurso desde a cidade de Vitória do Xingu, deixando sem transporte os membros do Ministério Público, obrigados a se deslocar em barco cedido pela Secretaria de Educação da cidade. A participação do defensor público designado pelas comunidades locais para representá-las, Fábio Rangel, foi cerceada pelo representante da multinacional canadense, que também filtrou, pessoalmente, as perguntas que eram encaminhadas pelo público, exclusivamente por escrito, na presença do secretário de Meio Ambiente do Pará, José Alberto da Silva Colares.
Diante da situação, a procuradora do Ministério Público Federal, Thais Santi Cardoso da Silva, tomou a decisão de embargar a reunião, e o procurador do Ministério Público Estadual, Luciano Augusto, exigiu que se marcasse também audiência para a cidade de Altamira, que será afetada pelo empreendimento, no qual se prevê a ocupação de 2.700 pessoas.
Os Estados Unidos possuem, em suas arcas, mais de 8.500 toneladas de ouro. A Alemanha, quase 3.500, a França e a Itália, cerca de 2.500, a China, a Rússia e o Japão, cerca de mil toneladas. E o Brasil, quinto maior país do mundo em extensão territorial, e a sexta maior economia, possui menos de 34 toneladas. Não é por acaso que os países mais importantes do mundo são também os maiores estocadores de ouro, e continuam comprando. Tampouco é por acaso que o ouro rendeu cinco vezes mais que a Bolsa de São Paulo nos últimos dez anos. Ou os que acumulam ouro estão errados, ou somos nós os negligentes.
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