sábado, 5 de março de 2016

A segunda chance, ou os exilados do garimpo

A segunda chance, ou os exilados do garimpo

Sempre houve tentativas das nações de se livrar dos seus indesejáveis, seja pelo exilo compulsório no caso das nações colonizadoras (o Brasil foi o depositório dos indesejáveis do Portugal) e assim foi para a França no Canada ou na Guiana, para a Inglaterra e as colônias que mais tarde formariam os USA, para a Espanha para as colônias americanas, para a Rússia para a Sibéria. Muitos nem precisavam ser exilados, se exilava voluntariamente.
Muitos dos indesejáveis que na realidade eram incompreendidos e impossibilitados de crescer nos seus locais de origem se transformaram em homens obedientes a lei dos seus novos lares e se desenvolveram de maneira notável.
Outra forma de exilio voluntária foi a Legião estrangeira francesa, homens do mundo inteiro têm-se alistado por diversas razões, na maior parte das vezes porque não têm para onde ir. como nobres falidos, criminosos ou soldados profissionais que preferiam combater, eram aceitos. Sob determinadas circunstâncias até lhes eram oferecidas novas identidades. Na sua maioria mantiveram os nomes, mas é uma questão de honra nunca comentar o passado de um Legionário. E enquadrados numa Lei militar e num código de honra particular, muitos “indesejáveis” se transformavam em heróis.
Os garimpos da Amazônia têm um papel similar, UMA NOVA VIDA, e muitas vezes, UMA NOVA CHANCE para os indesejáveis fugitivos ou para os incompreendidos;
Como nos exílios dos séculos passados, como na Legião, enquadrando-se numa nova lei própria aos garimpos, correspondendo melhor aos seus íntimos anseios, sem a impunidade do resto do Brasil, sem os bloqueios próprios a uma sociedade organizada, muitos se transformam em homens com uma nova Honra e Admirados.
Sempre foi o objetivo da justiça brasileira de recuperar os seus criminosos para inseri-los de novo na sociedade, muito raramente consegue se nas escolas do crime que são as cadeias, mas o garimpo consegue e sem custo para a sociedade.
A pena de exilio compulsório não existe no Brasil e mesmo se existisse não poderia ser aplicada hoje nos garimpos por falta de isolamento com os meios de comunicação moderna, mas o exílio voluntário se aplica perfeitamente.

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