domingo, 8 de maio de 2016

Em mineração, empolgação e ufanismo rima com desinformação

Em mineração, empolgação e ufanismo rima com desinformação


Em matéria da folha de São Paulo, a respeito da reserva Roosevelt,
texto em vermelho com relativização de Fernando Lemos

Parte 1

RESUMO Terras indígenas entre os Estados de Rondônia e Mato Grosso possuem o que, estima-se, possa ser a maior jazida de diamantes do mundo. Os indígenas cintas-largas que ali vivem passaram a colaborar com garimpeiros e atravessadores na exploração; a área agora sofre desmatamento e tem até pista de pouso.
1)     "A nossa terra é nosso espírito. Um índio sem sua terra é um índio sem alma." Assim uma das lideranças do povo cinta-larga encerrou seu discurso em um encontro, realizado em maio, para discutir novas políticas indígenas. Inseparáveis na sua crença, a terra e a alma dos cintas-largas padecem juntas: o genocídio cultural e a violência contra membros da etnia são resultado da violação do chão que consideram sagrado. Debaixo das Terras Indígenas Roosevelt, Serra Morena, Parque Aripuanã e Aripuanã, entre Rondônia e Mato Grosso, onde habitam, esconde-se aquela que pode ser a maior jazida de diamantes do planeta.
2)    O brilho das pedras começou a atrair o garimpo ilegal à região do igarapé Lajes entre 1999 e 2000. O território indígena demarcado (que, em tese, não poderia ser objeto de atividade mineradora, exceto garimpo artesanal promovido pelos próprios índios. Também não) é cortado hoje por uma clareira de aproximadamente 10 km de extensão por até 2 km de largura (não deve ser kimberlito. Os milhares de kimberlitos conhecidos no mundo são todos corpos de diâmetros menores que 1.000 metros. (O MIR maior mina em kimberlito do mundo tem uma cratera com diâmetro de 1.200 metros, porem, o kimberlito mesmo tem cerca de 400 metros de diametro) –além de um apêndice, também de 2 km, na chamada Grota do Sossego. ( dois mil hectares)
  3)    Garimpeiros e indigenistas estimam área ainda maior: seriam mais de 1.000 hectares dedicados à exploração mineral. (colide com o item  2)
4)    O pico da corrida ao diamante na Roosevelt ocorreu em 2004, quando havia mais de 5.000 garimpeiros na região. Foi interrompido com um conflito, após uma sequência de ameaças mútuas entre garimpeiros e indígenas, que resultou na morte de 29 dos extratores de minerais. Desde então, o garimpo no local já foi fechado e reaberto diversas vezes. (todas ilegais com aval de índios)
5)    "O quadro atual é mais grave do que era em abril de 2004. Em março deste ano havia pelo menos 500 garimpeiros, a maioria armada e afrontando os índios (que índios?? Os que os colocaram lá???), dizendo que não iria sair da terra indígena", afirma Reginaldo Trindade, procurador da República incumbido de defender a etnia.
 6)    A situação se repete: a reportagem esteve dentro do garimpo enquanto as atividades estavam completamente suspensas, em maio, por ordem dos índios (não se harmoniza com o item 5). Ainda havia equipamentos abandonados e marcas de pneus recentes. Em julho, a área foi retomada pelos garimpeiros, que, armados, voltaram a extrair os diamantes.
DIAMANTES
7)    Por ser terra indígena, a Reserva Roosevelt não pode ser estudada nem lavrada até a aprovação de uma lei com regulamentação específica. Ou seja, o conhecimento que se tem hoje resume-se a estimativas ( chutes!!!!!! Sem base técnica alguma!!!), e todas elas –segundo especialistas e empresas de mineração ( quais???? Apoiados em que trabalhos técnicos de amostragem???)– estão abaixo do potencial real (se é potencial, não é real!!!!!. Potencial e real são excludente)
 8)   Mesmo conservadoras, as previsões sobre a reserva são superlativas: a Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM), ligada ao Ministério de Minas e Energia, calcula que, apenas no garimpo Lajes, seja possível extrair 1 milhão de quilates de diamante por ano ( que trabalhos de amostragem foi feito?????, por que a modéstia??? Sem trabalhos, pode chutar qualquer número. 1 bilhão, 1 trilhão de quilates) –uma receita que ultrapassaria US$ 200 milhões (cerca de R$ 800 milhões). Mais que isso: semelhantes ao raro kimberlito (tipo de rocha vulcânica onde se formam os diamantes) do Lajes, ( quem disse que é kimberlito??? Quantas amostras ???) de acordo com relatório de uma empresa mineradora ( qual????), existiriam em pelo menos mais 14 áreas. Não seria exagero (é mais do que exagero. é uma estultice!!!) dizer que há anuais US$ 3 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões) debaixo da terra. (porque não 50 bilhões de dólares). No tapajós na década de 80, se falou em 900.000 toneladas de ouro. E mais de 2.000 toneladas em Serra Pelada, assim na base da CHUTOMETRIA!!! Sem qualquer trabalho técnico).
Confirmados esses números, (que provavelmente não se confirmarão são megalomaníacos!!!!!) a Roosevelt seria a maior jazida do planeta (tal qual a megalomania brasileira), com quase 50% de vantagem sobre a segunda, a russa Jubilee, que produz 10,4 milhões de quilates ao ano. Em 2012, a Rússia anunciou que a jazida Popigai Astrobleme (não é kimberlito. O diamante de Popigai foi formado no impacto do meteorito sobre um  granada-grafita-gnaisse Arqueano, rocha metamórfica que aflora regionalmente na  área e apresenta extensas evidências de impacto como shatter-cones, coesita,  stishovita e outras variedades de quartzo de altíssima pressão).
9)        A cratera de quase 100 km de diâmetro resultante do impacto de um asteroide, teria diamantes para abastecer o mercado global por 3.000 anos, mas ainda não há provas dessa capacidade.
Atualmente, o Brasil é inexpressivo no comércio internacional de diamantes: em 2013, o país produziu aproximadamente 49,2 mil quilates, o que corresponde a 0,04% do total da produção mundial (130,5 milhões de quilates). Destacam-se hoje Mato Grosso (88% do total) e Minas Gerais (11%), não por acaso as principais rotas de lavagem do diamante ilegal.
 10)                      As pedras oriundas da Roosevelt são muito valorizadas por seu formato, tamanho, pureza e cor. "Podem ser usadas principalmente para joias de alto valor, são diferentes e facilmente identificáveis", diz o chefe do departamento de recursos minerais do CPRM, Francisco Valdir da Silveira.
 11)  Para atingir uma produção proporcional ao potencial da Roosevelt ( não existe produção de potencial. Só é possível produção de reservas medidas, quantificadas por intensos e caros trabalhos de pesquisa) seria necessária a exploração mineral industrial de alta tecnologia, com máquinas modernas e mão de obra qualificada. Bem diferente da garimpagem semiartesanal que lá se pratica, com perda de até 40% das pedras no processo (se não se tem pesquisa não se sabe o teor lavrado, como então se calcula a perda???? É mais um chute como os que se falavam nos garimpos de ouro). Sem nenhuma fiscalização, utilizam-se equipamentos improvisados com baixa capacidade produtiva (baixa capacidade de recuperação. Coisa diferente de produtiva. Uma planta pode produzir pouco com alta taxa de recuperação).
 12)                      As retroescavadeiras abrem fendas de até 20 metros ao passo que, nas grandes minas do mundo, as escavações chegam a até 600 metros (as minas de aluvião  são rasas em qualquer parte do mundo, máximo de dezenas de metros. As minas em kimberlitos e lamproitos é que são profundas, centenas de metros). Ainda assim, estima-se que a venda anual de pedras extraídas do território indígena chegue a R$ 100 milhões (estimativa baseada em que dados?????).  

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