quinta-feira, 5 de maio de 2016

UM PANORAMA GLOBAL DO OURO

UM PANORAMA GLOBAL DO OURO



Ajuda a manter uma visão realista e objetiva numa indústria onde o embevecimento e o sonho é o grande inimigo

ouro é um metal de transição amarelo brilhante, pesado, dúctil e maleável que não reage com a maioria dos elementos químicos. Sob temperatura ambiente, apresenta-se no estado sólido. Apesar de ser utilizado como moeda de troca desde 3.000 a.c., apenas no final do século XVIII o ouro adquiriu status monetário universal.
A maior parte do ouro produzido mundialmente é absorvido pelos próprios estados, que o utilizam para cunhagem de moeda e, principalmente, para reservas bancárias como garantia de equilíbrio nas transações comerciais internacionais. Estima-se que mais de metade de toda a produção mundial de ouro seja utilizada para este fim. As demais aplicações econômicas desta commodity resumem-se a sua utilização como matéria-prima para as indústrias aeroespacial e de componentes eletrônicos, para a odontologia e para joalherias.
mercado de ouro integra o grupo dos chamados mercados de risco já que suas cotações variam segundo a lei da oferta e da procura. No mercado internacional, a referência mundial para a negociação de ouro é a Bolsa de Mercadorias de Nova York (COMEX), na qual negocia-se contratos futuros desta commodity. As cotações do ouro neste mercado são baseadas em relação à onça troy, que equivale a 31,104 gramas.
Tradicionalmente, o ouro ganha maior evidência em períodos de crise econômica. O metal amarelo é tipicamente considerado um refúgio para os investidores em tempos de incertezas, pois pode ser utilizado como uma reserva de valor amplamente aceita, quando os investidores perdem a confiança nas demais commodities, no mercado de ações e no mercado de câmbio.
No Brasil, o maior volume de comercialização de ouro se faz através da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). A cotação do ouro no Brasil é fornecida em reais por grama de ouro puro. O preço do ouro negociado no Brasil vincula-se, historicamente, às cotações de Londres e Nova York, refletindo, portanto, as expectativas do mercado internacional. Entretanto, fatores como as perspectivas do mercado interno brasileiro e, principalmente, as cotações do dólar flutuante, também influenciam incisivamente as cotações desta commodity. Deste modo, o cálculo do preço do ouro na BM&F depende diretamente das variações do preço do dólar no mercado flutuante e dos preços do metal na Bolsa de Mercadorias de Nova York.
Nos últimos 6.000 anos, mais de 125.000 toneladas de ouro já foram extraídas no mundo, sendo que 112.500 toneladas (90% do total) foram extraídas a partir de 1848. Estima-se que 60% (75 mil toneladas) deste total esteja concentrado em bancos estatais e governos. Aproximadamente 34.000 toneladas (algo em torno de US$ 400 bilhões) são usados como reserva dos governos. Atualmente, a produção mundial de ouro é de aproximadamente 2.500 toneladas.
China é a líder mundial em produção de ouro, posição que passou a ocupar em 2007, quando ultrapassou a África do Sul, até então maior produtora do metal no mundo. Os chineses estão apostando fortemente nos preços do metal, já que a produção vem caindo no resto do mundo, com o maior declínio sendo registrado na África do Sul. Assim, a expectativa da China é que os preços do ouro continuem subindo nos próximos anos, embora tenha se registrado uma queda na demanda de alguns grandes países consumidores, como Índia, Turquia e outras nações do Oriente Médio. Além da China, figuram como grandes produtores da commodity ouro a África do Sul, Austrália, Estados Unidos e Peru.
As reservas brasileiras de ouro representam cerca de 2% do total mundial e estão assim distribuídas: Minas Gerais (48%), Pará (37%), Goiás (6,0%), Mato Grosso (3,5%), Bahia (3%) e outros (2,5%).

Texto enviado por Fernando Lemos

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