domingo, 26 de junho de 2016

Projeto Avaliação dos Depósitos de Opalas de Pedro II

Projeto Avaliação dos Depósitos de Opalas de Pedro II  1 ― INTRODUÇÃO A extração rudimentar de opala em Pedro II, Piauí, associada à informalidade da atividade mineral, tem originado um baixo nível de eficiência econômica. Trata-se de uma área garimpeira, conhecida há décadas. A qualidade da opala encontrada na região de Pedro II, só é comparada à da Austrália, que compete com o Brasil pela liderança do mercado mundial de opalas. As opalas de Pedro II, além de rara beleza apresentam alta resistência às mudanças de temperatura e maior dureza, o que as colocam em posição de destaque no mercado internacional. No entanto, a exploração da opala tem sido feita desordenadamente, ao longo dos anos. Não há trabalho de detalhamento geológico na área em questão, levando os garimpeiros a extraírem aleatoriamente esses bens, o que tem gerado sério passivo ambiental. Assim sendo, o Projeto Avaliação dos Depósitos de Opalas de Pedro II, uma ação do Programa Geologia do Brasil da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) – Serviço Geológico do Brasil, inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, tem por objetivo fornecer subsídios geológicos ao Arranjo Produtivo Local (APL) da Opala de Pedro II, através da caracterização geológica de seus depósitos, visando uma exploração ordenada e correta. Esse projeto foi iniciado pela CPRM em março de 2011, com duração prevista de três anos, estando sob a responsabilidade dos Departamentos de Recursos Minerais – DEREM e de Geologia – DEGEO, sendo executado pela Residência de Teresina (RETE). Quanto aos aspectos metalogenéticos, com base nos dados do projeto, corroborados por dados existentes na literatura, os depósitos primários de opala estão hospedados em sedimentos da Formação Cabeças, notadamente nas zonas de contato entre essas e as rochas básicas da Formação Mosquito, que as intrudem. A opala ocorre preenchendo fraturas e fissuras em arenitos silicificados e/ou no diabásio. A gênese do minério ainda não está definida, havendo autores que a associam às intrusões básicas e/ou ao intemperismo laterítico. A opala ocorre ainda em depósitos aluvionares, fruto do intemperismo, erosão e transporte da mineralização primária. 1.1 – Objetivos e Justificativas Os vários garimpos de opala encontrados, principalmente, no município de Pedro II vêm sendo explorados desde a década de 1940. Esse projeto tem por objetivo fornecer subsídios geológicos à APL da Opala de Pedro II, através de mapeamento em escala regional (1:100.000) duma área aproximada de 3.000 km2 , para identificar as principais litologias e estruturas ocorrentes na região, notadamente as portadoras e controladoras da mineralização. Em seguida, com mapeamento em escala de 1:10.000 ou maior na área onde se concentram as mineralizações, procurar detalhar as áreas promissoras e os garimpos já existentes. Ainda, elaborar o cadastramento e a descrição das ocorrências minerais. O projeto partiu de uma visão mais regional, buscando definir os corpos de diabásio cujos contatos com os sedimentos controlam a mineralização. A seguir foi dado um enfoque de maior detalhe, objetivando caracterizar a mineralização e identificar controles na escala de depósito. Os Arranjos Produtivos Locais são instrumentos de desenvolvimento econômico e social, trazendo benefícios para toda a comunidade. Este estudo pretende gerar informações que tornem mais eficientes os trabalhos de exploração e lavra da opala, contribuindo para geração de empregos e aumento da qualidade de vida da população de Pedro II e região. O estudo se faz necessário em função da escassez de informação geológica e da potencialidade da região para que novos depósitos de opala sejam encontrados. A área apresenta intensa atividade garimpeira, baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e através de apoio técnico adequado é possível fomentar e qualificar a atividade mineral local, gerando mais emprego e renda. 1.2 – Localização e Acesso A área do projeto está localizada na região nordeste do Estado do Piauí. (Figura 1.1). Abrange uma área de 3.000 km2 e engloba fração dos municípios de Pedro II, Milton Brandão, Piripiri, Domingos Mourão, Lagoa do São Francisco, Sigefredo Pacheco e Capitão de Campos, sendo que as zonas urbanas dos municípios de Piripiri, Capitão de Campos e Sigefredo Pacheco estão localizadas fora da área desse projeto. O polígono formado pelos vértices de coordenadas geográficas 41o 15’ e 41o 45’ W de Greenwich e 04o 15’ e 04o 45’ de latitude S emoldura os quadrantes sudeste, sudoeste, nordeste e noroeste das folhas 1:100.000 Piripiri, Pedro II, Conceição e Macambira, respectivamente SB.24-V-A-I-4; SB.24-VA-II-3; SB.24-V-A-IV-2; e SB.24-V-A-V-1 (Figura 1.2). O centro administrativo do município de Pedro II localiza-se na latitude 04o 25’29” S e longitude 41o 27’31” W, distando 210 km da capital Teresina. O acesso é realizado por rodovias federais asfaltadas, partindo de Teresina pela BR-343 até o posto rodoviário de Piripiri e aí pela BR-404 até Pedro II. A cidade de Pedro II está a uma altitude de 743 m (FUNDAÇÃO CEPRO, 2005) assentada na Serra dos Matões.

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