segunda-feira, 25 de julho de 2016

"Filão"?

"Filão"?

Nos últimos dias tem havido uma chuva de notícias sobre a assinatura de contratos de concessão por parte do Estado para a exploração de minério, designadamente ouro, ferro e volfrâmio. A informação é muito difusa com o Ministério da Economia a realizar cerimonias de assinatura de contratos debaixo das câmaras de televisão e a fazer saber que tem mais contratos para assinar e que existem dezenas de pedidos junto da Direcção Geral de Energia e Geologia para a prospecção e pesquisa de minérios metálicos. Às tantas ainda nos convencemos que descobrimos um “filão”.
As reservas de minério nacionais - segundo dados do Laboratório Nacional de Energia e Geologia valem o equivalente a um PIB - passaram a estar na rota de algumas das maiores multinacionais do sector devido ao aumento do consumo e à subida do seu preço a nível mundial, designadamente o ouro que acumula onze anos de ganhos consecutivos e este ano já valorizou 24%.
A criação de condições para a prospecção e exploração destas reservas deve ser inserida numa preocupação mais vasta da exploração dos nossos recursos naturais. Já muito foi dito e redito sobre a importância para a nossa economia de aproveitarmos os recursos naturais de que dispomos, desde os recursos do mar, passando pelos recursos da floresta até aos recursos agrícolas. Seria importante percebermos como pretende o governo colocar os recursos naturais ao serviço de uma estratégia de desenvolvimento e crescimento. Não se trata apenas de assinar e anunciar contratos de concessão “milionários” de exploração - que esperemos defendam os interesses do Estado - mas de saber como pretendemos internamente acrescentar valor a esta actividade. Num momento em que as más notícias se multiplicam ao minuto, as boas notícias por serem raras merecem ser devidamente explicadas e informadas...

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