quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Diamantes são mais eternos do que casamento para jovens chinesas

Diamantes são mais eternos do que casamento para jovens chinesas

Bloomberg News
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  • Martial Trezzini/AP
Jily Ji tinha 24 anos quando ganhou de seus pais seu primeiro anel de diamante, de 2,5 quilates. Nos três anos que se passaram, a assistente executiva em Xangai reuniu uma coleção de 15 peças de diamantes, incluindo um anel, brincos longos e colares que ela mesma comprou.
"Não precisamos esperar passivamente que um homem nos dê um diamante de presente", disse ela, solteira e com formação universitária. "Joias de diamantes são uma forma natural de nos expressarmos. São um investimento muito melhor do que a maioria dos itens da moda porque além de aumentarem de valor também podem ser transmitidas a outras gerações."
Independente financeiramente, com formação universitária e nascida na China depois de 1980, Ji personifica um grupo de consumidores-chave para o crescimento do setor mundial de diamantes. A chamada geração Y responde por 68 por cento das vendas de joias de diamantes por valor no país mais populoso do mundo -- equivalente a US$ 6,76 bilhões no ano passado, segundo uma pesquisa feira pela De Beers, a maior produtora de diamante do planeta.
As mulheres da geração Y -- definidas pela De Beers como aquelas com 18 a 34 anos -- gastaram cerca de US$ 26 bilhões em joias de diamante em 2015 nos quatro principais mercados do mundo, comprando mais do que qualquer outra geração, disse o CEO Bruce Cleaver em um relatório em setembro. Essas 220 milhões de potenciais consumidoras de diamantes ainda estão a uma década da etapa mais próspera de suas vidas e representam uma "oportunidade significativa" para o setor, disse Cleaver.
Aproveitar essa oportunidade poderia elevar o preço das gemas, que recuou 18 por cento no ano passado, a maior queda desde 2008.

Marca de conquistas

Para a geração Y chinesa os diamantes são mais uma marca cheia de estilo de conquistas do que um símbolo do amor eterno, disse Joan Xu, vice-diretora de planejamento em Xangai da J. Walter Thompson, uma agência de publicidade. Essa tendência está mudando o modo em que companhias como Chow Tai Fook Jewellery Group e Lao Feng Xiang, negociada em Xangai, criam e publicitam joias na China.
A Chow Tai Fook, cuja metade da clientela é da geração Y, lançará novas linhas e produtos até o fim de 2017 e contratou porta-vozes como o cantor e ator sul-coreano Li Min-ho, 29, e o rapper G-Dragon, 28, para atrair consumidores jovens, disse Adrian Cheng, diretor-executivo da Chow Tai Fook, em entrevista em Hong Kong.
A Lao Feng Xiang, que tem sede em Xangai e pertence majoritariamente ao governo de Xangai, com 3.000 lojas em toda a China e 5,4 por cento do mercado, também está empenhada em oferecer mais opções às jovens chinesas, disse o gerente de marketing Wang Ensheng.
"Essa consumidora não quer joias supercaras", disse Wang, em entrevista por telefone. "Ela está em busca da moda, ela troca de visual todos os dias e quer joias para combinar. Precisamos oferecer a ela joias personalizadas e únicas -- mas não muito caras, porque ela terá várias, não apenas uma joia de diamante."

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