Granito – formação, constituição, transformação
Ogranito resulta da solidificação do magma a grandes profundidades (rocha magmática plutónica). As rochas que o envolvem, impedindo a libertação do calor, não permitem um rápido arrefecimento do magma, retardando a sua solidificação. Desta forma, os minerais que o constituem têm o tempo necessário para se desenvolver, apresentando-se assim, esta rocha, com uma textura granular em que os minerais constituintes são bem visíveis e identificáveis: o quartzo, os feldspatos (ortoclase, sanidina e microclina) e as micas (biotite e moscovite).
O quartzo pertence à classe dos silicatos e ao grupo dos tectossilicatos. Este mineral cristaliza no sistema trigonal (classe trapezoédrica trigonal). A sua forma ideal seria a de um prisma de 6 lados, terminando com uma pirâmide de 6 lados em cada extremo. Obviamente, na natureza é habitual os cristais surgirem distorcidos, seja em crescimento paralelo ou em maclas, revelando apenas parte da sua estrutura cristalina.
A ortoclase pertence à classe dos silicatos e ao grupo dos tectossilicatos e cristaliza no sistema monoclínico (classe prismática). Surge na forma de prismas tubulares, por vezes de grande tamanho. É comum na forma de cristais maclados.
A biotite pertence à classe dos silicatos e ao grupo dos filossilicatos. Este mineral cristaliza no sistema monoclínico (classe prismática) e surge na forma de cristais tubulares ou prismáticos.
Seja por ação da erosão, do clima ou dos movimentos tectónicos, as massas graníticas acabam por atingir a superfície. Durante este processo, porém, a rocha sofreu já uma série de pressões que a fragilizaram, apresentando inúmeras fraturas (diaclases). Estas falhas, por sua vez, permitem a infiltração de água, solo ou resíduos orgânicos no seio da rocha, acelerando a sua meteorização.
A presença da água revela um papel fundamental. Seja por hidrólise, hidratação ou funcionando simplesmente como veículo para a propagação de seres vivos que, por sua vez, irão alterar as propriedades químicas do meio, é a água, a principal responsável pela alteração do granito.
A hidrólise consiste na reação entre os iões H+ da água e as estruturas minerais, resultando no deslocamento dos catiões destes. Dependendo das condições ambientais, e uma vez que a água funciona como meio de evacuação da sílica, esta forma de meteorização pode ocorrer de diferentes formas.
A arenização, que é um caso particular de bissialitização é um fenómeno típico das regiões temperadas. Consiste numa hidrólise moderada dos silicatos e na evacuação parcial dos produtos de alteração. Conservando a estrutura da rocha primitiva, os seus constituintes minerais são progressivamente desagregados e alterados, tornando-se a rocha cada vez mais porosa, o que acelera, gradualmente, o processo.
Um a um, consoante o seu grau de susceptibilidade, baseado nas suas diferentes características químicas, cristalográficas e termodinâmicas, os vários minerais que constituem o granito, vão dando origem a outros.
A biotite, irá dar origem a vermiculite, um filossilicato que cristaliza no sistema monoclínico prismático. Surge na forma de uma argila escamosa.
A ortoclase, dá lugar à caulinite, através de um processo de hidrólise chamado caulinização. Este mineral secundário, trata-se de um filossilicato que cristaliza no sistema triclínico pedial. Também ele consiste num tipo de argila.
O quartzo, por não possuir iões facilmente dissociáveis, é deixado para trás, após os feldspatos e as micas terem já desaparecido. Com a ação do tempo, dos processos químicos mais demorados ou por simples desgaste físico, também a sua resistente estrutura cristalina se irá desagregar.
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