Brasil explora jazida de diamante primário
Jazida de Braúna 3, na Bahia, pode elevar em dez vezes a produção nacional da pedra, muito procurada pelos Emirados Árabes Unidos.
Cada tonelada de pedra pode gerar até 40 quilates de diamante
Ela faz parte do complexo Braúna, administrado pela empresa Lipari Mineração. Lá existem pelo menos 28 corpos com diamante, dos quais 11 são mineralizados. Nem todos esses, entretanto, têm exploração viável economicamente, como explica Lys Mattos Cunha, geóloga da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).
“A exploração de diamantes é muito errática: você pode encontrar uma pedra que paga todo o investimento, ou pode encontrar uma quantidade que não compensa”, diz.
Quase toda a produção nacional de diamantes é exportada: em 2015, foram enviados a outros mercados 34,1 mil quilates de diamantes brasileiros (soma-se ao número estoque remanescente do ano anterior), contra um consumo local aparente de 5 mil quilates. Os Emirados Árabes Unidos são um dos principais compradores da pedra brasileira, segundo o Ministério de Minas e Energia.
Os árabes terão mais oferta de diamantes nacionais: a Lipari tem capacidade para processar 2 mil toneladas de minério kimberlítico (nome dado ao conjunto de rochas com incidência de diamantes) por dia e, segundo Cunha, é possível extrair até 40 quilates de diamante por tonelada de pedra.
Braúna 3 é a primeira jazida brasileira onde se encontra diamante em sua forma primária com exploração economicamente viável. Nessa, apenas empresas com tecnologia especifica conseguem extrair o diamante da própria pedra, o que ajuda a explicar a ausência da corrida de garimpeiros para a região. Estes buscam diamantes já livres da pedra em rios ou próximo a eles. Desde o descobrimento do Brasil, o País fornece diamantes para outros mercados, mas há anos deixou de ser o principal produtor, sendo passado por Rússia, Austrália e países africanos.
Em 2009, após uma apreensão de diamantes pela Polícia Federal, o governo resolveu mapear todas as fontes de diamante no País, montando um grande banco de dados. “Cada diamante traz característica especifica da região onde foi encontrado”, diz Cunha.
Coordenada pelo CPRM, a pesquisa está quase concluída e, a partir dela, chegou-se à conclusão de que existem de 1,1 mil a 1,5 mil corpos kimberlíticos no país. Além de Braúna, há potencial para extrair diamante primário na região da serra da Canastra, em Minas Gerais.
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