A corrida do ouro
Bamburrar quer dizer enriquecer, na terra onde um pobre podia se fazer rico da noite para o dia. Esse era o objetivo da legião de garimpeiros que chegou a Serra Pelada nos primeiros meses de 1980, em busca de ouro. De picareta na mão e muita disposição, esses homens trabalhavam em um esquema de sociedade: havia o sujeito que escavava e o que carregava o ouro ou a terra remexida nas costas, chamado de saúva. No final, 10% da arrecadação era paga ao dono das terras, Genésio Ferreira da Silva. A venda do ouro de maneira irregular motivou uma investigação da Polícia Federal, em maio de 1980, conforme noticiou em primeira mão o Jornal Nacional do dia 7. A par do caso, o JN enviou ao local uma equipe integrada pelo repórter Pedro Rogério e o cinegrafista Toninho Marins.
“Nossa viagem começa em Marabá. São 25 minutos de voo. Quem olha para baixo, só vê a imensidão da Amazônia. Ali no meio, o garimpo de Serra Pelada. Parece um formigueiro. É tanta gente que as cabanas entram pela mata”, narra Pedro Rogério na reportagem. Em depoimento ao Memória Globo, o jornalista se lembra de que iniciou a viagem em janeiro. “Fomos a primeira televisão a mostrar aquela coisa extraordinária que era Serra Pelada”, comenta.
A equipe ouviu dos garimpeiros relatos de glória – dos que enriqueceram com o ouro – e frustração – daqueles que trabalharam em vão, mas ainda tinham esperança de ganhar o seu milhão. Serra Pelada representava o sonho do Eldorado brasileiro.
Fonte:Globo.com
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