Garimpo ilegal de diamante afeta povo Cinta Larga
O garimpo ilegal em terras dos Cinta Larga começou por volta do ano 2000 e jamais foi contido. Em 2004, o conflito entre garimpeiros e índios provocou dezenas de mortes. No garimpo de Lajes, principal foco, há uma cratera de 11 quilômetros próxima a uma área de igarapé. Somam-se ao dano ambiental os prejuízos à cultura e à saúde dos índios, que, ao entrarem em contato com o homem branco, são contaminados por doenças antes inexistentes na região.
Embora a maioria dos Cinta Larga seja contrária à atividade, Trindade estima que cerca de 20 líderes indígenas estejam envolvidos na mineração clandestina. Para persuadir a aldeia a aceitar o garimpo na reserva, pessoas envolvidas no contrabando agem como um poder paralelo, custeando remédios e outras necessidades dos Cinta Larga.
— É um diamante sujo, diamante de sangue. O governo é omisso e só assiste à degradação da etnia. São poucos os recursos para medidas protetoras — afirma Trindade.
De acordo com a Funai, em 2016, foram destinados à Coordenação Regional de Cacoal (RO) R$ 202 mil para atender uma população de quase 3 mil índios, incluindo os Cinta Larga. Os recursos são para apoio a atividades agropastoris, extração de castanha e piscicultura. A Funai frisa que seu orçamento para atendimento a terras indígenas sofreu corte de 33%.
Para o procurador, a única forma de acabar com o garimpo ilegal em terras indígenas é regulamentar a atividade. Procurado, o Ministério de Minas e Energia informou não ter o assunto em pauta e que a mineração em terras indígenas é “ilegal e coibida por ações da Polícia Federal, sob acompanhamento de Funai, Ibama e Departamento Nacional de Pesquisa Mineral”.
Fonte: O Globo
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