A chuva de diamantes no espaço
Uma nova pesquisa oferece dados mais concretos sobre a formação de diamantes no cosmos
Os diamantes são uma das pedras preciosas mais cobiçadas e raras do mundo e, por isso, muito caras. Mas a transformação do diamante em objeto do desejo e a criação do mito da raridade no século XX foram um produto de uma campanha de marketing da De Beers, uma empresa sul-africana de mineração e comercialização de diamantes, que em determinado momento controlou cerca de 90% da produção mundial.
Na natureza, porém, os diamantes são apenas cristais de carbono. E o carbono é o quarto elemento químico mais abundante do universo. Em outros lugares do cosmos, como demonstrado em um artigo recém-publicado na revista científica Nature Astronomy, essas pedras preciosas são ainda mais abundantes.
Dominik Kraus, físico do Centre Helmholtz em Dresden, e seus colegas, estão interessados em estudar os gigantes gelados do Sistema Solar, Urano e Netuno. Os gigantes gelados são ricos em elementos pesados como oxigênio, azoto, carbono e nitrogênio. A massa deles é composta de apenas cerca de 20% de hidrogênio e hélio, ao contrário dos gigantes gasosos, Júpiter e Saturno. O carbono presente em sua composição está encapsulado em compostos, na maioria em hidrocarbonetos, como metano, etano e similares.
As temperaturas extremas dos gigantes gelados, baixíssimas nos mantos de gelo e quentes no centro dos planetas, dividem os hidrocarbonetos em hidrogênio e carbono, e a pressão comprime o carbono e o transforma em diamante. Em consequência, a 10 mil km ou mais abaixo do topo da atmosfera, a chuva de diamantes é constante. Os diamantes penetram nos planetas em direção ao centro criando uma camada espessa de pedras preciosas em seu interior.
Essas teorias foram elaboradas a partir de testes com o uso de bigornas para comprimir os hidrocarbonetos e raios lasers para aquecê-los. Mas o artigo de Kraus e de seus colegas baseia-se em experimentos concretos. A equipe de pesquisadores colocou pequenas amostras de poliestireno que, como o metano, é um composto binário de carbono e hidrogênio, à frente de um gigantesco laser de raios-X do National Accelerator Laboratory da Universidade de Stanford, para comprimi-las e aquecê-las ao mesmo tempo.
Os resultados confirmaram as previsões dos pesquisadores. As temperaturas elevadas e a compressão do carbono formam diamantes. A pesquisa de Kraus e de seus colegas não se limita à área de interesse dos ourives à procura de novas fontes de diamantes. O conhecimento da temperatura e da pressão, em que partes da atmosfera dos gigantes de gelo começam a se decompor em seus constituintes básicos, pode ajudar os astrônomos a determinar a relação entre o raio de ação e a massa desses planetas. Com isso, os astrônomos terão mais dados para detectar a presença dos exoplanetas que pertencem a sistemas planetários distintos do Sistema Solar.
Fonte: Seleções
Na natureza, porém, os diamantes são apenas cristais de carbono. E o carbono é o quarto elemento químico mais abundante do universo. Em outros lugares do cosmos, como demonstrado em um artigo recém-publicado na revista científica Nature Astronomy, essas pedras preciosas são ainda mais abundantes.
Dominik Kraus, físico do Centre Helmholtz em Dresden, e seus colegas, estão interessados em estudar os gigantes gelados do Sistema Solar, Urano e Netuno. Os gigantes gelados são ricos em elementos pesados como oxigênio, azoto, carbono e nitrogênio. A massa deles é composta de apenas cerca de 20% de hidrogênio e hélio, ao contrário dos gigantes gasosos, Júpiter e Saturno. O carbono presente em sua composição está encapsulado em compostos, na maioria em hidrocarbonetos, como metano, etano e similares.
As temperaturas extremas dos gigantes gelados, baixíssimas nos mantos de gelo e quentes no centro dos planetas, dividem os hidrocarbonetos em hidrogênio e carbono, e a pressão comprime o carbono e o transforma em diamante. Em consequência, a 10 mil km ou mais abaixo do topo da atmosfera, a chuva de diamantes é constante. Os diamantes penetram nos planetas em direção ao centro criando uma camada espessa de pedras preciosas em seu interior.
Essas teorias foram elaboradas a partir de testes com o uso de bigornas para comprimir os hidrocarbonetos e raios lasers para aquecê-los. Mas o artigo de Kraus e de seus colegas baseia-se em experimentos concretos. A equipe de pesquisadores colocou pequenas amostras de poliestireno que, como o metano, é um composto binário de carbono e hidrogênio, à frente de um gigantesco laser de raios-X do National Accelerator Laboratory da Universidade de Stanford, para comprimi-las e aquecê-las ao mesmo tempo.
Os resultados confirmaram as previsões dos pesquisadores. As temperaturas elevadas e a compressão do carbono formam diamantes. A pesquisa de Kraus e de seus colegas não se limita à área de interesse dos ourives à procura de novas fontes de diamantes. O conhecimento da temperatura e da pressão, em que partes da atmosfera dos gigantes de gelo começam a se decompor em seus constituintes básicos, pode ajudar os astrônomos a determinar a relação entre o raio de ação e a massa desses planetas. Com isso, os astrônomos terão mais dados para detectar a presença dos exoplanetas que pertencem a sistemas planetários distintos do Sistema Solar.
Fonte: Seleções
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