Vale diz que alta do royalty de minério de ferro compromete minas de alto custo
A mineradora Vale afirmou nesta quinta-feira que o aumento dos royalties da mineração, da forma como foi aprovado pelo Congresso nesta semana, compromete a manutenção e operação de minas de alto custo no país e declarou ter esperança que a Presidência vete alterações feitas no texto original.
O Senado aprovou na quarta-feira e enviou à sanção presidencial texto que eleva a alíquota do minério de ferro em 75 por cento, como parte de um pacote que busca uma profunda reforma no setor.
A Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, destacou em nota à Reuters que a proposta original do governo federal de mudança da chamada Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) era coerente com a capacidade contributiva total das empresas. No entanto, para a Vale, o Congresso Nacional fez modificações profundas no texto original, “diante da enorme pressão dos municípios”. ”(O resultado foi) um modelo que afeta a nossa competitividade especialmente em um momento de preços mais deprimidos”, disse a companhia.
A mineradora vem fazendo um grande esforço para reduzir custos e melhorar sua competitividade, e uma de suas estratégias tem sido reduzir a produção em unidades menos rentáveis, no Sudeste do Brasil, enquanto promove o crescimento da produção no Pará, onde as minas têm mais qualidade e menores custos. A empresa reiterou acreditar que também não é o momento ideal para o país aumentar royalties e frisou que a medida do governo aumenta as suas desvantagens em relação aos seus concorrentes.
“Como exportadora de commodities, já enfrentamos uma alta carga tributária, superior a de nossos concorrentes, que têm a vantagem de estar a dez dias de distância do principal mercado consumidor de minério de ferro, a Ásia, enquanto o Brasil está a 45 dias de distância”, afirmou.
Além da Vale, atuam na produção de minério de ferro no Brasil empresas como a Anglo American.
Fonte: Reuters
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