Anglo espera aval para explorar minério de ferro em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas
A apreciação de parecer técnico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) hoje, na Câmara Técnica em Atividades Minerárias do Conselho de Política Ambiental (Copam), vai definir os rumos da exploração de minério de ferro nos municípios de Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas, na Região Central de Minas Gerais.
Se aprovado, o parecer favorável da Semad permitirá à Anglo American iniciar imediatamente investimentos de US$ 330 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) na implantação da terceira fase do projeto Minas-Rio. Outra destinação do recurso será garantir a continuidade e o aumento da capacidade de produção do empreendimento, das atuais 16 milhões de toneladas por ano para 26,5 milhões de toneladas anuais.
Caso o parecer seja recusado, a empresa terá de correr contra o relógio para não paralisar suas atividades a partir de setembro. Com o aval do Copam, a empresa terá as licenças de instalação e prévia para ampliar a exploração da reserva de minério de ferro. “A expectativa é positiva. Nós conversamos com o governo e com o Ministério Público para mostrar o projeto e a grande necessidade da fase 3 para a continuidade das operações”, afirmou o presidente da mineradora no Brasil, Ruben Fernandes.
“Espero não ter de tomar a decisão de paralisar”, acrescentou o executivo. Segundo ele, no atual estágio, a empresa dispõe de minério para operar apenas até setembro. O executivo observa que a mineradora já sente os efeitos do fim da extração na fase 2. “A produção tem um custo um pouco maior e o teor do minério cai”, revela Fernandes.
Ainda que com a aprovação das licenças ambientais, este ano a Anglo sentirá os efeitos da transição de etapas do Minas-Rio. Segundo Fernandes, a empresa, que fechou o ano passado com produção um pouco superior às 16,1 milhões de toneladas extraídas do Minas-Rio em 2016, deve enfrentar queda neste ano. O presidente da Anglo American informa que já há uma empresa contratada para as obras da fase 3 (expansão da frente de lavra e alteamento da barragem de contenção, entre outros serviços) e que serão gerados 800 empregos na fase de implantação. Desse universo, 100 oportunidades será mantidas depois da entrada em operação da terceira etapa. Hoje, a Anglo tem 4.800 empregados, sendo 1.600 na região das minas.
Impacto
Para instalar a nova etapa, a empresa negociou com as comunidades atingidas e além das famílias impactadas diretamente está disposta a reassentar as que estão em áreas de influência indireta do projeto. Foram realizadas audiências públicas e 44 reuniões com as populações do entorno das minas da Anglo. Hoje, segundo Fernandes, nas próprias comunidades manifestações estão sendo realizadas pela manutenção das operações da companhia na região. Além dos salários e da movimentação em compras, a Anglo revela que da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cefem) paga pela empresa foram destinados R$ 65,5 milhões para Conceição do Mato Dentro e R$ 5,3 milhões para Alvorada de Minas.
Com a entrada da fase 3 e o aumento da produção, no Minas-Rio, segundo a Anglo American, serão recolhidos R$ 317 milhões em 2019, em impostos municipais, estaduais e federais e outras taxas, dos quais R$ 62 milhões para os municípios, R$ 180 milhões para o estado e R$ 75 milhões para a União. A empresa destaca que toda a expansão será destinada aos mercados nos quais já comercializa o minério para produção de pelotas de ferro: China, Índia, países árabes e Europa. A perspectiva é de que o preço do minério de ferro se mantenha no patamar atual entre US$ 60 e US$ 70 por tonelada. Fonte: EM
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